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segunda-feira, 28 de julho de 2008

A DIFERENÇA DE UMA CASA E DE UM LAR!



Casa é uma construção de cimento e tijolos.
Lar é uma construção de valores e princípios.

Casa é o nosso abrigo das chuvas, do calor, do frio...
Lar é o abrigo do medo, da dor e da solidão.

Casa é o lugar onde as pessoas entram para dormir, usar o banheiro, comer. Onde temos pressa para sair e retardamos a hora de voltar.

O lar é o lugar onde os membros da família anseiam por estar nele, onde refazem suas energias, alimentam-se de afeto e encontram o conforto do acolhimento. É onde temos pressa de chegar e retardamos a hora de sair.

Numa casa criamos e alimentamos problemas.
O lar é o centro de resolução de problemas.

Numa casa moram pessoas que mal se cumprimentam e se suportam.
Num lar vivem companheiros que, mesmo na divergência, se apóiam e nas lutas se solidarizam.

Casa é local de dissensões, conflitos, discórdia...
No lar as dissensões, os conflitos, existindo, servirão para esclarecer e engrandecer.

Numa casa desdenha-se dos nossos valores.
No lar sonhamos juntos.

Numa casa há azedume e destrato.
Num lar sempre há lugar para a alegria.

Numa casa nascem muitas lágrimas.
Num lar plantam-se sorrisos.

A casa é um nó que oprime, sufoca...
O lar é um ninho que aconchega.

Se você ainda mora em uma casa, convido-o a transformá-la, com urgência, em um lar e que Jesus seja sempre o seu convidado especial.

Texto de: Abigail Guimarães (inspirada numa reflexão de Alba Magalhães David)
Grifo nosso. Vitória da Conquista - Bahia - Brasil

QUAIS SÃO OS SEUS PLANOS?


Planejei uma casa moderna,
com bela escadaria,
com salas grandes e quartos arejados,
onde calmamente repousar.
Mas um vietnamita murmurou-me:
- “Eu nenhuma casa tenho...”

Sonhei com um lugar muito belo,
de paisagem nunca vista,
para alegria de meus filhos.
Mas um exilado segredou-me:
- “Eu nem país tenho...”

Resolvi comprar um belo armário,
de portas bem lustradas
e de vidros coloridos,
Para guardar as minhas porcelanas.
Mas uma indiazinha falou-me:
“Eu nem xícara tenho...”

Idealizei uma janela
muito ampla e bem aberta
para um campo limpo e florido.
Mas um favelado revelou-me:
- “O meu casebre não tem porta...”

Quis comprar um carro novo,
bem veloz e confortável,
para passear com meus amigos.
Mas um orfãozinho soluçou:
- “Eu não tenho pessoas queridas...”

Meu Senhor,
faze-me compreender,
cada vez mais e melhor,
a beleza de amar;
para que alcance o entendimento
da alegria de dar!...


Autoria: Júlia Codeço
Enviado para o meu e-mail por: Elenice Arruda

sexta-feira, 18 de julho de 2008

A LIÇÃO


As sandálias do discípulo ressoavam surdamente nos degraus de pedra que levavam aos do velho mosteiro.
Empurrou a pesada porta de madeira que cerrava os aposentos do ancião.
E custou a localizá-lo na densa penumbra, o rosto velado por um capuz, sentado atrás de enorme escrivaninha, onde, apesar do escuro, fazia anotações num grande livro, tão velho quanto ele.
E o discípulo o inquiriu:
- Mestre, qual o sentido da vida?
O idoso monge, permanecendo em silêncio, apenas apontou um pedaço de pano, um trapo grosseiro no chão junto à parede.
Logo após, seu indicador ossudo e encarquilhado mostrou, no alto do aposento, o vidro da janela, opaco sob décadas de poeira e teias de aranha.
O discípulo pegou o pano e subiu em algumas prateleiras de uma pesada estante forrada de livros.
Conseguiu alcançar a vidraça e começou então a esfregá-la com vigor, retirando a sujeira que impedia sua transparência.
O sol inundou o aposento, banhando com sua luz estranhos objetos, instrumentos raros e dezenas de papiros e pergaminhos com misteriosas anotações e signos cabalísticos.
O discípulo, sem caber em si de contentamento, a fisionomia denotando o brilho da satisfação, declarou:
- Entendi, mestre. Devemos nos livrar de tudo que ATRAPALHE nosso aprendizado... Retirar o pó dos preconceitos e as teias das opiniões que impedem O RECEBER da luz do conhecimento e então enxergaremos A VERDADE, com mais nitidez.
O jovem discípulo fez então uma reverência, e deixou o aposento, agora iluminado, a fim de dividir com os outros a lição recém aprendida.
O velho monge, o rosto enrugado ainda encoberto pelo largo capuz, os raios do sol da manhã banhando-o com uma claridade a que se desacostumara, olhou o discípulo se afastando.
Deixou escapar um tênue sorriso e pensou:
- Mais importante do que aquilo que alguém mostra é o que o outro enxerga!
E murmurou baixinho:
- Eu só queria que ele colocasse o pano no lugar de onde caiu.

Hugo Pinto Homem