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terça-feira, 26 de abril de 2016

E A PÁSCOA CONTINUA

Shemá Israel ("Ouve, ó Israel!"), primeira parte do trecho do Antigo Testamento no qual Jesus se baseou quando ensinou seu Grande Mandamento. Gravação em bronze no menorá do Knesset, em Israel.


Entramos no quinto domingo da Páscoa, antes da Ascensão de Jesus. Ele ainda está entre o povo, entre os Discípulos e Apóstolos. E nesse momento Ele deixou um grande ensinamento que deve ser seguido enquanto estivermos aqui na terra ou até a sua vinda.

Qual foi um novo mandamento deixado por Jesus? Já existiam 613 mitzvot (mandamentos) – incluídos os “10 Mandamentos” que constam na Torá (cinco livros de Moisés, “Lei de Moisés”), que constam no Talmud (livro sagrado dos judeus) divididos entre 241 Mandamentos Positivos (no sentido de realizar determinadas ações) e 365 Mandamentos Negativos (na qual se deve abster de certas ações). Mas por que isso? Tudo tem um significado. Vamos aos fatos: 365 mandamentos negativos, correspondendo ao número de dias no ano solar, que é como se cada dia dissesse à pessoa "Não cometa uma transgressão hoje" e 248 mandamentos positivos, relacionado ao número de ossos ou órgãos importantes no corpo humano, isto é, como se cada membro dissesse à pessoa: "Cumpra um preceito comigo".
Mas esse novo mandamento deixado por Jesus era diferente. Abra o evangelho segundo São João, 13. 31-35. Descobriu qual é o mandamento? O AMOR! Esse foi o Novo e Grande Mandamento deixado por Jesus.

Nesse novo mandamento a história da salvação e a proposta do Evangelho atingem o ponto alto do projeto de Deus entre o humano e o divino. E a comunidade deve se estruturar no amor fraterno.

É nosso dever ansiar por um estilo de vida de convivência humana, no respeito, na compreensão, em um mundo organizado com justiça e solidariedade.

Será que temos verdadeiramente amado uns aos outros como Cristo nos amou? Nesse período pascoal reflita sobre como você tem agido. Como um cristão verdadeiro? Ou como alguém que administra e interpreta os ensinamentos de Jesus ao seu bel prazer? É tempo de voltarmos ao primeiro amor. A revelação dada a João e registrada no livro de Apocalipses afirma as palavras de Jesus à Igreja de Éfeso (Apocalipses 2. 4): “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor”. Dennis Johnson, pastor e professor presbiteriano nos EUA, diz em seu artigo: “The Letter to the Church in Ephesus” –A carta à Igreja em Éfeso (Disponível em: Acesso em 25/04/2016), que o “teu primeiro amor”, que havia esmorecido, era o seu amor uns pelos outros. Paulo havia ensinado àquela igreja que a sua saúde enquanto corpos de Cristo dependia de “falar a verdade em amor” (Efésios 4.15). Mas parece que aquele importante qualificador – “em amor” – havia sido menosprezado em sua zelosa defesa da verdade. As suas palavras eram fiéis à Palavra, mas eles estavam falhando em “[voltar] à prática das primeiras obras” (Apocalipse 2.5).

Se temos falhado na prática do verdadeiro amor, aquele ensinamento deixado por Jesus, chegou a hora de voltarmos a tal prática.

Que Ele nos ajude.

Tenham uma semana abençoada.

Em oração,

Diác. Nelson de Paula Pereira

Membro da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro
contato@nelsondepaula.com

sexta-feira, 15 de abril de 2016

O TEMPO PASCAL CONTINUA....

A Ceia em Emaús.
Pintada em 1601. Por Caravaggio ( 1571-1610)
Atualmente localizada na National Gallery, em Londres.


Minhas irmãs e meus irmãos,

Como falamos anteriormente, o Tempo Pascal não terminou. Ainda temos algumas semanas até a Ascensão do Senhor e depois o Pentecostes, que nesse ano de 2016, serão respectivamente nos dias: 05/05/2016 e 15/05/2016.
Depois da Páscoa celebraremos a Ascensão do Senhor, 40 dias (Atos 1. 3) que Jesus ficou após a Ressurreição em aparições. Exemplos dessas aparições nós encontramos na Bíblia, a Palavra de Deus: em Marcos 16. 14; Lucas 24. 50-52; João 20. 17; João 20. 29; João 21; Atos 1. 3.
Após a Ascensão vem o Pentecostes, 50 dias após a Ascensão. Pentecostes é histórica e simbolicamente ligado ao festival judaico da colheita, que comemora a entrega dos Dez Mandamentos no Monte Sinai cinquenta dias depois do Êxodo. Para os cristãos, o Pentecostes celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e seguidores de Cristo, como descrito no Novo Testamento (Atos 2. 1 – 13). Por esta razão o dia de Pentecostes é considerado o dia do nascimento da igreja para a maioria das igrejas cristãs.
Recomendamos a leitura de Atos 8. 26-40; Salmo 65 e João 6. 44-51, para aprofundar a nossa reflexão da semana.
Nesse período do Tempo Pascal as nossas leituras dão ênfase ao Evangelho segundo São João e aos Atos dos Apóstolos, envolvidos em diversos ensinamentos do verdadeiro cristianismo.
Atos dos Apóstolos mostra como os Apóstolos e os discípulos dão testemunho de Jesus Cristo Ressuscitado, ressuscitado na pessoa delas, que antes, medrosos e temerosos, se tornaram pessoas audaciosas...enfrentado as autoridades, demonstrando ser novas criaturas.
Uma das características que destacamos em Atos dos Apóstolos é que a propagação do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo foi até o “fim do mundo”, Roma, que era considerada, na época a Capital do Mundo. O livro de Atos em seu último capítulo (28), registra o Apóstolo Paulo indo até Roma e termina, nos versos 30 e 31, o Apóstolo Paulo preso em sua própria casa. No Direito, isso seria considerado uma prisão domiciliar.
O livro de Atos também pode ser considerado o livro dos “Atos dos Discípulos” e o Evangelho segundo São Lucas os “Atos de Jesus” (Atos de 1. 1 – 11). Após ser preso em Jerusalém, foi enviado a Roma (Atos 21. 27; 28. 16-38). De acordo com a tradição cristã, foi solto da prisão e empreendeu trabalho missionário adicional. R. M. Champlin, Ph. D. – um teólogo, cristão-protestante – diz que após a liberdade do Apóstolo Paulo, ele esteve como Missionário na Espanha por cerca de um ano. Preso novamente em Roma, foi decapitado num local fora da cidade por volta do ano de 65 d.C.
Nem a Bíblia e nem outra história qualquer conta explicitamente como ou quando Paulo morreu. De acordo com a tradição cristã, e os Historiadores da época, dizem que Paulo foi decapitado em Roma durante o reino do Imperador Nero (37. d.C. – 68 d. C.) em meados dos anos 60 na Abadia das Três Fontes (em italiano: Tre Fontane) [Fonte: “Abbey of Saints Vincent and Anastasius" na edição de 1913 da Catholic Encyclopedia]. O tratamento mais "humano" dado a Paulo, em contraste com a crucificação invertida de São Pedro, foi graças à sua cidadania romana. [Fonte: LASHWAY, Calvin. "HOW and WHERE did the Apostle Paul die?". Bible Study]. Vários autores cristãos da Antiguidade já propuseram mais detalhes sobre a morte de Paulo. Eusébio de Cesareia (265-339) - Bispo de Cesareia e é referido como o pai da história da Igreja porque nos seus escritos estão os primeiros relatos quanto à história do cristianismo primitivo, que escreveu no século IV d.C., afirma que Paulo foi decapitado durante o reino do imperador romano Nero (37-68) [Fonte: Eusébio cita Dionísio de Corinto em "25". História Eclesiástica. The Persecution under Nero in which Paul and Peter were honored at Rome with Martyrdom in Behalf of Religion]. Este evento tem sido datado ou no ano de 64 d.C., quando Roma foi devastada por um incêndio, ou alguns anos depois, em 67 d.C. A tradição cristã aponta muitos locais de seu sepultamento. O mais recente foi a de junho de 2009, quando o Papa Bento XVI anunciou os resultados das escavações realizadas que o túmulo de Paulo estaria localizado na Basílica de São Paulo Extra-Muros, em Roma. O sarcófago em si não foi aberto, mas foi examinado por meio de uma sonda e revelou pedaços de incenso e de linho, azul e púrpura, assim como pequenos fragmentos de osso, que foram datados por radiocarbono como sendo do século I ou II d.C. De acordo com o Vaticano, isto é uma evidência a favor da tradição de que ali está efetivamente o túmulo de Paulo. [Fonte: FRASER, Christian. In: St Paul's tomb unearthed in Rome. Disponível em Acesso em 14/04/2016].
Já o Evangelho segundo São João é marcado com muitas referenciais pascais. A comunidade cria na Ressurreição, praticava os ensinamentos deixados por Jesus e enfatizados pelos Apóstolos e Discípulos. Mas não apenas criam, mas praticavam. E é óbvio que isso provocava confrontos com a sociedade, não bem diferente dos dias de hoje. Um aspecto há se destacar é a figura do cordeiro. O animalzinho ao ser dirigido ao matadouro ele não resisti. Assim como Jesus, o Cordeiro Pascal, que tira o pecado do mundo foi levado ao “matadouro” e nada falou. Tal figura do Cordeiro-Jesus, comoveu o eunuco etíope que Filipe batizou (Atos 8. 38). Você sabe quem foi Filipe? Ele foi Evangelista, um missionário cristão do século I e um dos Setenta Discípulos. Ele é citado diversas vezes no Atos dos Apóstolos, mas não deve ser confundido com Filipe (apóstolo). Junto com Estêvão, era um dos sete “homens acreditados, cheios de espírito e de sabedoria”, ou seja Filipe era um Diácono. E é,a te agora, o único registro que um Diácono ministrou o Sacramento do Batismo em uma pessoa. Com a perseguição, Filipe seguiu para Samaria e ali proclamou o Evangelho. A tradição diz que ele residiu em Trales, na Lídia (hoje chamada de Aydın é uma cidade e distrito do sudoeste da Turquia. É a capital da província homônima e faz parte da Região do Egeu) se tornando Bispo da Igreja local até o fim dos seus dias.
            Em meu quarto tenho ao lado da minha cama um ícone pintado por um amigo, que me presenteou, e que representa esse Cordeiro de Deus... O cordeiro de Deus representa o Cristo sem mácula, que foi ao matadouro sem pecado (Is 53) e que, por amor a nós, sacrifica-se sem culpa. Mas a história não termina aí, pois na profecia de Apocalipse, ele é encontrado, junto ao Pai, e a ele são dados toda a glória, a honra e o louvor.



Nesse período Pascal, antes do Pentecostes, reflitamos e coloquemos em prática os ensinamentos deixados por Jesus, por seus seguidores após a sua Ressurreição, Ascensão e Pentecostes e vivamos a “Igreja Primitiva”, deixando de lado tudo aquilo que nos afasta do verdadeiro cristianismo. Sejamos sinceros. Não sejamos hipócritas. Ao mesmo tempo que planejamos o mal ao nosso próximo “as escondidas”, não façamos como os fariseus falando alto, ministrando a Palavra, orando alto, dando grandes valores de ofertas e dízimos, financiando e patrocinando projetos, abraçando em público aos olhos de todos, dando o ósculo santo, tratando bem, como se nada houvesse acontecido. Isso é hipocrisia. É pecado. Deus cobrará de nós qualquer suspiro mal intencionado.
Por fim, ore comigo: “O Deus de Paz, que ressuscitou dos mortos a Jesus Cristo, Senhor nosso, Grande Pastor das ovelhas, nos aperfeiçoe em todo o bem para fazermos a sua vontade; e a bênçãos de Deus Onipotente, Pai, Filho e Espírito Santo, seja conosco, e conosco habite eternamente. Amém.”


Diác. Nelson de Paula Pereira+
Membro da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro
contato@nelsondepaula.com
nelsondepaula@yahoo.com.br
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domingo, 10 de abril de 2016

ELI DE FREITAS


ELI DE FREITAS

No domingo, 03/04/2016, fomos surpreendidos com o falecimento do nosso querido irmão e amigo, Presb. Eli de Freitas - era Presbítero da Igreja Presbiteriana das Américas.

Eli vem de uma geração de Presbiterianos, tanto do lado paterno quanto do lado materno. Seus avós paternos eram Antonio de Freitas (Presbítero) e Cecília de Freitas. E os maternos eram Ormindo Domingues (Presbítero) e Geralda Domingues de Freitas.

Seus pais, também Presbiterianos, Ezequias de Freitas (Presbítero) e sua mãe Lídia Domingues de Freitas, apesar de bem idosos continuam servindo ao Senhor.

Eli nasceu, em Nova Iguaçu, Rio de Janeiro, em 14/06/1954. Foi batizado em 27/06/1954 pelo Rev. Tiburtino Alves dos Santos, na Primeira Igreja Presbiteriana de Nova Iguaçu. Sua pública Profissão de Fé ocorreu em 28/09/1971, aos 17 anos de idade, na Igreja Presbiteriana de Comendador Soares, ministrada pelo Rev. Leopoldino Louzada.

A família foi fundadora da Primeira Igreja Presbiteriana em Comendador Soares (Nova Iguaçu). O trabalho da Igreja começou no lar de Eli. Nessa Igreja ele foi Presidente da União de Mocidade Presbiteriana e logo se envolveu com o trabalho da Federação Presbiterial, Confederação Sinodal e Confederação Nacional da União de Mocidade Presbiteriana – UMP. Seus irmãos são: Eliel de Freitas, Médico Veterinário, residente em Curitiba e Edelcio de Freitas, que trabalha na Petrobras e é membro da Primeira Igreja Presbiteriana de Niterói.

Casou-se com Edna Araújo de Freitas, em 15/09/1978, na Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro, em cerimônia oficiada pelo Rev. Guilhermino Silva da Cunha. Após a união com Edna, Ele transferiu-se para a Igreja Presbiteriana do Méier, onde sua esposa já congregava. O casal teve uma filha, Thaís Araújo de Freitas, mãe de Eduarda e Rafael.

Eli serviu na Marinha do Brasil; formou-se em Educação Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ e Especialização em Marketing; depois entrou para o ramo empresarial sendo diretor presidente como acionista da Centrinel S.A. (fabricação de peças e acessórios para veículos automotores) e era sócio proprietário da Seguir Comércio de Peças e Abrasivos.

Na década de 1980, transferiu-se para a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro, sob o pastorado do Rev. Guilhermino Silva da Cunha. Na Igreja do Rio foi ordenado Diácono em 03/01/1988 e ordenado Presbítero em 04/01/1998.

Quando se deu início o trabalho da Congregação Presbiteriana das Américas, filha da Igreja do Rio, o Presb. Eli foi um dos membros fundadores, aonde, desde a organização da Igreja Presbiteriana das Américas, em 23/08/2009, vinha servindo como Presbítero. Era Vice-Presidente do Conselho da Igreja Presbiteriana das Américas, Presidente da União Presbiteriana de Homens – UPH e representante da Igreja junto ao Presbitério do Rio de Janeiro – PRJN. Em sua última Reunião Ordinária (março/2016), o Presb. Eli de Freitas foi designado Secretario Presbiterial para o Trabalho de Mocidade.

Foi membro do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie onde servia com empenho e dinamismo.

No domingo, 03/04/2016, aos 61 anos de idade, nosso Presbítero Eli de Freitas nos deixou, momentaneamente... Aprouve a Deus conduzi-lo ao céu, onde um dia nós, os predestinados, nos encontraremos com ele. Seu sepultamento ocorreu na segunda-feira, 04/04/2016, no Cemitério Jardim da Saudade em Sulacap, Rio de Janeiro. Aproximadamente quinhentas pessoas presentes, dentre elas quarenta pastores.

Em nossas mentes e corações fica a imagem daquele homem, servo de Deus, filho, neto, bisneto, irmão, esposo, pai e avô. Servo do Senhor dedicado, amoroso, bom, justo e fiel. Eli foi um filantropo. Auxiliou muitas instituições sociais e muitas e muitas pessoas. Investia e incentivava aos jovens. Tantas são as qualidades que possuía esse grande servo do Senhor!

Eli, até breve!


"Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras o acompanham". Ap. 14. 13.


Em oração,



Diác. Nelson de Paula Pereira
Historiador
Membro da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro
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RJ, 07/04/2016.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

SEGUNDA SEMANA DA PÁSCOA - ASCENSÃO

São Tomé
Caravaggio (1571-1610) 

Chegamos na segunda semana da Páscoa, como eu falei anteriormente, a Páscoa não termina no domingo da Ressurreição. Jesus ainda esteve aqui na terra, depois de ressuscitado, por mais dias. Vivemos ainda o tempo pascal até o sétimo domingo depois do Domingo da Ressurreição, quando então ocorre a Ascensão do nosso Salvador Jesus Cristo.

Jesus ressuscitou e se fez presente entre o povo, mas dessa vez de uma forma diferente. No Evangelho segundo São João, Jesus nos ensina como devemos ser cristãos e como viver como verdadeiros discípulos d'Ele. Exemplo disso é a história de Tomé (João 20. 26-29), para mim essa foi a maior Profissão de Fé de todos os tempos.

O livro de Atos dos Apóstolos é o maior documento que prova as postura da "Igreja de Cristo" conforme os ensinamentos deixados pelo Bom Mestre Jesus Cristo. A vida em comunidade é a prova de como se vive o verdeiro cristianismo. Será que passados mais de 2 mil anos, nós, a comunidade cristã da atualidade estamos vivendo de acordo com os ensinamentos deixados por Jesus? É uma questão para se refletir.

A vida em comunidade impressionou na época os habitantes de Jerusalém. Hoje nós temos impressionado a nossa sociedade com exemplos bons? Ou vivemos uma vida de aparências onde a Igreja passou a ser um ponto de encontro social? Um desfile de vaidades? Uma passarela de hipocrisias? O altar como um palco de um teatro onde se encena uma falsa realidade? O assunto é sério. Precisamos refletir, orar e agir.

O tempo pascal não é apenas o momento em que recordamos a Ressurreição de Jesus, participamos dos Cultos de Domingo de Páscoa, cantamos aleluias, ouvimos corais, assistimos autos, lemos trechos bíblicos, ouvimos sermões, depois vamos para as nossas casas ou restaurantes, comemos pratos suculentos, trocamos chocalates... Isso não é Pascoa!

Páscoa é recordar e celebrar o Cristo ressurreto. É viver a verdadeira comunidade, exemplos ensinados por Jesus e que a comunidade, a Igreja Primitiva viveu por muito tempo. É isso que temos feito nos dias de hoje?

Desafio VOCÊ a viver a verdadeira PÁSCOA, a verdadeira RESSURREIÇÃO, a verdadeira COMUNIDADE CRISTÃ, e deixe de viver uma vida hipócrita, mentirosa, como faziam os fariseus, levantando as suas mãos, batendo no peito, julgando os outros, querendo a todo tempo nivelar a sua espiritualidade (como se fosse a única certa) com a dos outros. CHEGA!

Vamos meditar nesses próximos dias nos ensinamentos que Jesus nos deixou e viver um verdadeiro cristianismo.

Depois da Páscoa celebraremos a Ascensão do Senhor, 40 dias (Atos 1. 3) que Jesus ficou após a Ressurreição em aparições. Exemplos dessas aparições nós encontramos na Bíblia, a Palavra de Deus: em Marcos 16. 14; Lucas 24. 50-52; João 20. 17; João 20. 29; João 21; Atos 1. 3.

Celebraremos a Ascensão do Senhor, quinta-feira, dia 05/05/2016. Após a Ascensão vem o Pentecostes, 50 dias após a Ascensão, domingo, 15/05/2016.

Que Deus nos abençoe. Que Ele nos guarde. Que Ele nos ajude a modificar o incompleto que há em nós.

Ore comigo: "Onipotente e Eterno Deus, que por teu Espírito governas e santificas todo o corpo da Igreja; recebe as súplicas e orações que por todos os seus membros te oferecemos, para que estes, na sua vocação e ministério, te sirvam com verdadeira piedade e devoção; mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém."

Em Cristo,

Diác. Nelson de Paula Pereira+
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sexta-feira, 1 de abril de 2016

UM POUCO SOBRE A QUARESMA E A PÁSCOA - Uma reflexão

 Icon of the Resurrection - 2009

        Com a Quarta-Feira de Cinzas, inicia-se o período da Quaresma. É chamada de Quarta-Feira de Cinzas, pois vem do Povo de Deus do Antigo Testamento, onde se usava cinzas em sinal de penitência e conversão (Ester 4, 1-3.17). Também tem o significado de fim: “Sobrou pó e cinzas”. O nosso fim será qual? Pó e cinzas. Esse é um antigo significado e símbolo bíblico. Não é uma invenção de outras igrejas cristãs. Na história do cristianismo vemos que quando o povo se afastava dos compromissos com a Aliança com Deus, os Profetas chamavam a atenção para a volta aos compromissos e o sinal desse arrependimento era vestir-se de pano de saco e cobrir-se de cinzas.

        A Quarta-Feira de Cinzas convida-nos ao tempo mais importante do Ano Litúrgico da Igreja: o ciclo da Páscoa, representado por 90 dias: 40 de Quaresma e 50 para o Tempo da Páscoa para enfim celebrar a morte e ressurreição de Jesus, a Sua vitória sobre a morte.

        No fim da Quaresma, iniciamos o Domingo de Ramos (Mt 21.1-11; Mc 11.1-11; Lc 19. 28-49; e, Jo 12.12-19). É a Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém. A ida de Jesus a Jerusalém já havia sido predita conforme o registro de Lucas 9. 51-56, quando os Samaritanos não o receberam em sua aldeia. Jesus, e os Discípulos que o acompanhavam seguiram para outra aldeia e pelo caminho o Mestre ia dando ensinos importantes para eles, quando fossem deixados a prosseguir como líderes cristãos, sem a presença de Jesus. Essa foi a última viagem de Jesus a Jerusalém (Lc. 9. 51-56). Jesus desviou o caminho por uma vila samaritana hostil. Assim, em vez de passar por Samaria, ele tomou um caminho aparentemente mais longo, por Citópolis, atravessando para o lado leste do Rio Jordão, indo para o sul. Atravessando novamente o Rio Jordão próximo a Jericó, subindo pela montanha até Betânia, chegando a Jerusalém.

        Jesus, após deixar a aldeia dos samaritanos, da qual foi-lhe rejeitada a entrada, chegou a uma aldeia, Betfagé, perto de Betânia, junto ao Monte das Oliveiras, cerca de 3km de Jerusalém. Ali fala aos seus Discípulos e pede que dois deles se dirijam a uma aldeia fronteira de Jerusalém. Lá eles encontrariam um jumentinho preso e que jamais havia sido montado e por esse motivo tinha um motivo sagrado (Nm 19. 2 e I Sm 6. 7). Os donos do jumentinho não se opuseram a dar-lhe ao Senhor. De posse do animal jogaram as suas vestes sobre ele, o que serviu de sela, ajudaram Jesus a montar no animal e assim Ele desceu o pelo Monte das Oliveiras rumo a Jerusalém, onde entrou. O povo ao vê-lo, estendia suas capas e vestes no chão formando um tapete outros cortavam ramos de árvores e jogavam, “...a multidão dos discípulos passou, jubilosa, a louvar a Deus em alta voz, por todos os milagres que tinham visto, dizendo: Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas! (Lc 19. 37 e 38).

        Com a Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém, cumpriu-se a profecia de Zacarias 9.9: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta”. Tal entrada é a declaração pública da messianidade, entretanto uma messianidade distinta, porque um Rei entraria montado num cavalo, animal mais nobre, de um conquistador. Já um homem montado no jumentinho, representava um homem de paz, mesmo o povo declarando “...Bendito é o Rei...” (Lc. 19. 38), esse povo não viu a ênfase demonstrada por Jesus, mas parece ter reconhecido a sua realeza. Diante dessa cena, os fariseus (grupo de judeus que rendeu-lhes a fama de hipócritas que apenas manipulavam as leis para seu interesse, sendo-lhe atribuído um grupo de religiosos aparentes) pediram que Jesus repreendesse os Discípulos, mas a resposta de Jesus foi bem enérgica: “Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão.” (Lc. 19. 40). Os fariseus não queriam que nada provocasse a reação dos Romanos, já que a Judéia era província de Roma. Jerusalém fazia parte da Judéia e seu Rei era Herodes I, ou Herodes, o Grande (73 a.C. – 4 d.C.), que apesar de ser judeu-helenista, teve garantida a sua realeza na Judéia pelo Cônsul romano Marco Antonio (83 a.C. – 30 a.C.). O Imperador Romano Augusto César, ou Otaviano, (63 a.C.- 14 d.C.) manteve Herodes no poder na Judéia.

        O Domingo de Ramos marca a ruptura de Jesus com os chefes dos judeus. Anuncia-se e proclama-se a realeza de Jesus, que vem com um projeto de Justiça, Amor e Paz. Os ramos significam a vitória de Jesus sobre a morte.

A Páscoa (Pessach) Judaica, também conhecida como "Festa da Libertação", se aproximava. A Pessach celebra a libertação dos hebreus da escravidão no Egito em 14 de Nissan (nome dado ao primeiro mês do calendário judaico religioso, sétimo mês do calendário civil e que em nosso calendário ‘gregoriano’ é o primeiro domingo de outono entre os meses de março e abril – Ex 12. 1-14) no ano aproximado de 1280 a.C.

        Sendo a Pessach uma das festas populares, era costume que o Prefeito Romano (ou Governador, como alguns historiadores nominam) deixasse sua sede de governo em Cesaréia e viesse visitar importantes regiões da Idemeia, Judéia e Samaria, isto é, parte do Império Romano. Era Prefeito Pôncio Pilatos (5? a.C. – 37 d.C.).

        Com o receio de haverem agitações na região, por conta de Jesus e seus seguidores, Pilatos entra em Jerusalém ostentando contingente muito grande de soldados e cavalaria exibindo-se para intimidar o povo e desencorajar-se de alguma manifestação.

        Recordemos o que foi dito anteriormente, Jesus entra em Jerusalém montado num jumentinho e o Prefeito Romano entra em Jerusalém montado num cavalo. Jesus sabia que Pilatos estava em Jerusalém. Ele sabia que estava para se cumprir a sua missão. O Profeta Isaías já havia predito isso (Is 7.14; 9.2, 6 e 7).

Jesus era judeu, participou da páscoa judaica aos 12 anos de idade (Lc 2. 41-42) e também a celebrou nos últimos dias de sua vida e instituiu a “Ceia Pascal Cristã”, declarando que era seu Corpo e Sangue e autorizando sua celebração em sua memória (Lc 22. 14-20).

        Por muitas gerações a páscoa era uma festa de pastores que celebravam o nascimento das ovelhas. Depois passou a ser celebrada com a festa dos pães ázimos, festa agrícola, especialmente na terra de Canaã. Depois a Páscoa Judaica passou a ser escrita para animar o povo no Cativeiro Babilônico (598 a.C. – 538 a.C.) e também em memória dos 430 anos desde o anúncio de Javé a Abrão (Gn 15. 13), a peregrinação no Egito e a entrada da Terra Prometida, por isso a Páscoa Judaica tem o significado de Libertação.
Mas antes de falar da Páscoa Cristã, vamos falar do Tríudo Pascal, ou Semana Santa, (conjunto de três dias celebrados no Cristianismo, composto pela Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa e Vigília Pascal, véspera ‘sábado’ do Domingo de Páscoa).

        Voltamos a dizer que tais relatos não são celebrações romanas, ou ortodoxas, ou anglicanas, mas cristãs.

        Na Quinta-Feira Santa foi o dia em que Jesus celebrou a páscoa e instituiu a Ceia, um novo mandamento, o amor. Na ceia pascal Jesus cinge-se (põe um avental) com um pano de serviço para lavar os pés dos Apóstolos. Não foi um ato apenas de humildade, mas também de amor que o leva a servir aos irmãos. O avental é a veste de quem se põe a serviço – assim como o Avental Maçônico que está sempre junto dos maçons significando que eles devem estar constantemente trabalhando em prol da humanidade. Assim Jesus fez, assim devem fazer os discípulos uns aos outros. É o novo significado que Jesus dá ao serviço entre irmãos. A “Última Ceia” de Jesus e seus discípulos é a “Primeira do Novo Testamento”, foi o gesto de comer o pão e de beber o vinho consagrado. É neste momento que Judas Iscariotes sai para entregar Jesus por trinta moedas de prata. E é nesta noite em que Jesus é preso, interrogado e, no amanhecer da sexta-feira, açoitado e condenado.

           Na Sexta-Feira Santa lembramos a crucificação de Jesus (Lc 23. 26-49).

        No Sábado, é o dia da espera. Os cristãos junto ao sepulcro de Jesus aguardam sua ressurreição. No final deste dia é celebrada a Solene Vigília Pascal, a mãe de todas as vigílias, como disse Santo Agostinho (354 d.C. – 430 d.C.).

        No Domingo, celebramos a Ressurreição de Jesus (Lc 24). A Ressurreição é a maior Páscoa de todos os tempos. É passar da escravidão para a vida. É passagem. Não é doutrina, é fato. Na páscoa Jesus realizou concretamente a missão para a qual veio ao mundo, a salvação. HOJE, a páscoa deve continuar tendo o seu significado, mas também precisa significar a libertação de toda opressão que tira a liberdade e a dignidade humana.

        A Ressurreição é o selo de garantia de que o povo está salvo, pois Jesus traz a vida nova, livre da morte e do pecado, plena liberdade e de amor. A luta pela libertação de situações desumanas em que vivem os pobres miseráveis é explicada e incentivada pela força transformadora da Ressurreição. Toda mudança de tratamento interpessoal como das situações concretas de vida indigna é a ação transformadora da ressurreição. Mas, essa ação transformadora precisa, entre os cristãos e as comunidades cristãs, testemunhar, pelas suas ações libertadoras, que continua em ação a fraternidade do ensinamento e da prática de Cristo. Sempre que houver ação transformadora movida pelo amor, há Ressurreição. Não falo aqui apenas de libertação do pecado, mas proposta de vida social nova.

        A Ressurreição não foi apenas a restauração de um corpo físico. Mas, foi a transformação da humanidade de Jesus, que o capacitou a aparecer e a desaparecer e mover-se de forma invisível de um lugar para o outro, assim como os discípulos de Emaús (Cleopas e Simão) (Lc 24. 13-35). Foi a renovação criativa do seu corpo, que o tornou agora corpo totalmente glorificado e não mais sujeito à morte. O Filho de Deus, no céu, vive no corpo e através do corpo e assim será para sempre. O Apóstolo Paulo (5? d.C. – 67 d.C.), em sua Primeira Epístola aos Coríntios 15. 50-54, nos diz que os cristãos que estiverem vivos na terra no momento em que Jesus voltar passarão por transformação semelhante. E os que morrerem antes da vinda de Cristo, serão transformados da mesma forma e nunca mais morrerão.

        E o que podemos dizer na Páscoa desse ao de 2016? Faço minhas as palavras do Papa Francisco em sua Mensagem “Urbi et Orbi” ("à cidade de Roma e ao mundo") nesse Domingo de Páscoa de 2016:

“[...] A proposta do mundo é impor-se a todo o custo, competir, fazer-se valer… Mas os cristãos, pela graça de Cristo morto e ressuscitado, são os rebentos duma outra humanidade, em que se procura viver ao serviço uns dos outros, ser não arrogantes mas disponíveis e respeitadores.
Isto não é fraqueza, mas verdadeira força! Quem traz dentro de si a força de Deus, o seu amor e a sua justiça, não precisa de usar violência, mas fala e age com a força da verdade, da beleza e do amor.
Do Senhor ressuscitado imploramos a graça de não cedermos ao orgulho que alimenta a violência e as guerras, mas termos a coragem humilde do perdão e da paz. A Jesus vitorioso pedimos que alivie os sofrimentos de tantos irmãos nossos perseguidos por causa do seu nome, bem como de todos aqueles que sofrem injustamente as consequências dos conflitos e das violências em curso.
Pedimos paz, antes de tudo, para a Síria e o Iraque, para que cesse o fragor das armas e se restabeleça a boa convivência entre os diferentes grupos que compõem estes amados países. Que a comunidade internacional não permaneça inerte perante a imensa tragédia humanitária no interior destes países e o drama dos numerosos refugiados.
[...] Suplicamos paz para a Líbia a fim de que cesse o absurdo derramamento de sangue em curso e toda a bárbara violência, e aqueles que têm a peito o destino do país se esforcem por favorecer a reconciliação e construir uma sociedade fraterna que respeite a dignidade da pessoa. E almejamos que, também no Iémen, prevaleça uma vontade comum de pacificação a bem de toda a população.
Ao mesmo tempo, confiamos esperançosos ao Senhor misericordioso o acordo alcançado nestes dias em Lausanne, a fim de que seja um passo definitivo para um mundo mais seguro e fraterno.
Do Senhor Ressuscitado imploramos o dom da paz para a Nigéria, o Sudão do Sul e as várias regiões do Sudão e da República Democrática do Congo. De todas as pessoas de boa vontade se eleve incessante oração por aqueles que perderam a vida – penso de modo particular aos jovens mortos na quinta-feira passada numa Universidade de Garissa, no Quênia -, por quantos foram raptados, por quem teve de abandonar a própria casa e os seus entes queridos.
A Ressurreição do Senhor leve luz à amada Ucrânia, sobretudo àqueles que sofreram as violências do conflito nos últimos meses. Possa o país reencontrar paz e esperança, graças ao empenho de todos as partes interessadas.
Paz e liberdade, pedimos para tantos homens e mulheres, sujeitos a formas novas e antigas de escravidão por parte de indivíduos e organizações criminosas. Paz e liberdade para as vítimas dos traficantes de droga, muitas vezes aliados com os poderes que deveriam defender a paz e a harmonia na família humana. E paz pedimos para este mundo sujeito aos traficantes de armas.
Aos marginalizados, aos encarcerados, aos pobres e aos migrantes que tantas vezes são rejeitados, maltratados e descartados; aos doentes e atribulados; às crianças, especialmente as vítimas de violência; a quantos estão hoje de luto; a todos os homens e mulheres de boa vontade chegue a voz consoladora do Senhor Jesus: «A paz esteja convosco!» (Lc 24, 36). «Não temais! Ressuscitei e estou convosco para sempre!»

        Depois da Páscoa celebraremos a Ascensão do Senhor, 40 dias (Atos 1. 3) que Jesus ficou após a Ressurreição em aparições: Em Marcos 16. 14; Lucas 24. 50-52; João 20. 17; João 20. 29; João 21; Atos 1. 3. Celebraremos a Ascensão do Senhor, quinta-feira, dia 05/05/2016. Após a Ascensão vem o Pentecostes, 50 dias após a Ascensão, domingo, 15/05/2016.

        A reflexão dessa semana pode ter sido longa, prolixa, mas aproveito para deixar, como finalização, uma oração:

Ó Deus celestial, que fizeste com que a aurora santa brilhasse com a glória da ressurreição do Senhor; aviva em tua Igreja o Espírito de adoção que nos é dado no Batismo, a fim de que nos renovemos tanto no corpo como na mente, e te adoremos com sinceridade e verdade; mediante Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém.

    Por Jesus Cristo, o Ressuscitado é que oro por você que lê essa reflexão. Ore também por mim.

    Diác. Nelson de Paula Pereira +
    Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro
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Presb. Edson Gueiros Leitão, Rev. Guilhermino Silva da Cunha e Diác. Nelson de Paula Pereira
2009