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sexta-feira, 12 de agosto de 2016

O NATAL NÃO TERMINOU

O NATAL NÃO TERMINOU

“Pai, que nos deste teu unigênito Filho para que tomasse sobre si a nossa natureza, e nascesse, neste tempo, de uma virgem pura; concede que nós, pessoas renascidas e feitas teus filhos e filhas por adoção e graça, tenhamos de dia em dia a renovação do teu Santo Espírito; mediante nosso Senhor Jesus Cristo, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. ”

            O Natal não terminou? Não. O Ciclo se inicia com a Vigília de Natal e dura até a Epifania do Senhor (06 de janeiro de 2017). Mas vamos a reflexão da nossa semana.
            Ouvimos nesse ano, precisamente no dia 25 de dezembro de 2016, duas tradicionais e inspiradoras mensagens de natal que gostaríamos de compartilhar com vocês. A primeira é a “Urbi et Orbi”, que significa “à cidade de Roma e ao mundo” do Papa Francisco e a segunda, a tradicional Mensagem de Natal da Rainha Elizabeth II.


A PRIMEIRA, o Pontífice, inicia com o trecho do profeta Isaías, capítulo 9, versículo 6, conhecido de todos nós: “Afinal, um menino nos nasceu, um filho nos foi concedido, e o governo está sobre os seus ombros. Ele será chamado Conselheiro-Maravilhoso, Deus Todo Poderoso, Pai-Eterno; Sar-Shalom, Príncipe-da-paz.” (KJA).
            O Papa reflete que o poder deste Menino não é o poder deste mundo, baseado na força e na riqueza; é o poder do amor. É o poder que criou o céu e a terra, que dá vida a toda a criatura: aos minerais, às plantas, aos animais; é a força que atrai o homem e a mulher e faz deles uma só carne, uma só existência; é o poder que regenera a vida, que perdoa as culpas, reconcilia os inimigos, transforma o mal em bem. É o poder de Deus. Este poder do amor levou Jesus Cristo a despojar-Se da sua glória e fazer-Se homem; e levá-Lo-á a dar a vida na cruz e ressurgir dentre os mortos. É o poder do serviço, que estabelece no mundo o reino de Deus, reino de justiça e paz.
            Por isso, o nascimento de Jesus é acompanhado pelo canto dos anjos que anunciam, conforme o Evangelho segundo São Lucas 2. 14: “Glória a Deus nos mais altos céus, e paz na terra às pessoas que recebem a sua graça!”. (KJA).
            Nosso irmão, o Papa Francisco, continua a sua mensagem falando sobre a Guerra na Síria, sobre tudo a cidade de Alepo; sobre a Terra Santa onde vivem israelitas e palestinenses, para que o ódio e a vingança cedam o lugar à vontade de construir, juntos, um futuro de mútua compreensão e harmonia; para que haja unidade e concórdia no Iraque, na Líbia e o Iémen, onde as populações padecem a guerra e brutais ações terroristas; nas várias regiões da África, especialmente na Nigéria, onde o terrorismo fundamentalista usa mesmo as crianças para perpetrar horror e morte; Paz no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo, para que sejam sanadas as divisões preferindo a cultura do diálogo à lógica do conflito; o leste da Ucrânia, onde urge uma vontade comum de levar alívio à população e implementar os compromissos assumidos; ao povo da Colômbia, que anela realizar um novo e corajoso caminho de diálogo e reconciliação; na Venezuela, para empreender os passos necessários para pôr fim às tensões atuais e edificar, juntos, um futuro de esperança para toda a população; o Myanmar, para consolidar os esforços por favorecer a convivência pacífica, prestar a necessária proteção e assistência humanitária a quantos, delas, têm grave e urgente necessidade; a Península Coreana ver as tensões que a atravessam superadas num renovado espírito de colaboração.
O Papa Francisco conclui, quase que com um grito da alma, clamando por PAZ:
“Paz para quem foi ferido ou perdeu uma pessoa querida por causa de brutais atos de terrorismo, que semearam pavor e morte no coração de muitos países e cidades. Paz – não em palavras, mas real e concreta – aos nossos irmãos e irmãs abandonados e excluídos, àqueles que padecem a fome e a quantos são vítimas de violência. Paz aos deslocados, aos migrantes e aos refugiados, a todos aqueles que hoje são objeto do tráfico de pessoas. Paz aos povos que sofrem por causa das ambições econômicas de poucos e da avidez insaciável do deus-dinheiro que leva à escravidão. Paz a quem suporta dificuldades sociais e econômicas e a quem padece as consequências dos terremotos ou doutras catástrofes naturais.
E paz às crianças, neste dia especial em que Deus Se faz criança, sobretudo às privadas das alegrias da infância por causa da fome, das guerras e do egoísmo dos adultos.
Paz na terra a todas as pessoas de boa vontade, que trabalham diariamente, com discrição e paciência, em família e na sociedade para construir um mundo mais humano e mais justo, sustentadas pela convicção de que só há possibilidade dum futuro mais próspero para todos com a paz
Queridos irmãos e irmãs!
“Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado”: é o “Príncipe da Paz”. Acolhamo-lo!
A vós, queridos irmãos e irmãs, congregados de todo o mundo nesta Praça e a quantos estão unidos conosco de vários países através do rádio, televisão e outros meios de comunicação, formulo os meus cordiais votos.
Neste dia de alegria, todos somos chamados a contemplar o Menino Jesus, que devolve a esperança a todo o ser humano sobre a face da terra. Com a sua graça, demos voz e demos corpo a esta esperança, testemunhando a solidariedade e a paz. Feliz Natal para todos!”

          


A SEGUNDA, e breve Mensagem de Natal, foi da Rainha Elizabeth II, fala sobre os vencedores dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos ocorridos no Rio de Janeiro nesse ano de 2016. E no caso da Inglaterra e a Commonwealth of Nations (organização intergovernamental composta por 53 países membros independentes. Todas as nações membros da organização, faziam parte do Império Britânico, do qual se desenvolveram, mas, que cooperam num quadro de valores e objetivos comuns como a promoção da democracia, direitos humanos, boa governança, Estado de Direito, liberdade individual, igualitarismo, livre comércio, multilateralismo e a paz mundial), muitos dos vencedores deste ano falaram sobre se sentirem inspirados por atletas de gerações anteriores. A inspiração alimentou sua aspiração; E tendo descoberto habilidades que mal sabiam que tinham, esses atletas agora estão inspirando outros.
            Mas diz a Rainha, que para ser inspirador você não tem que salvar vidas ou ganhar medalhas. Muitas vezes, ela se inspira ao encontrar pessoas comuns fazendo coisas extraordinárias: voluntários, cuidadores, organizadores comunitários e bons vizinhos; Heróis desconhecidos cuja dedicação silenciosa os torna especiais. Eles são uma inspiração para aqueles que os conhecem, e suas vidas frequentemente incorporam uma verdade expressa por Madre Teresa de Calcutá: “Nem todos nós podemos fazer grandes coisas. Mas podemos fazer pequenas coisas com grande amor.” Como bem expressou o Papa Francisco mais acima: “o poder do amor”.
            Ela destaca as muitas organizações de caridade da qual ela é patronesse. Algumas de tamanho modesto, mas a inspira a com o trabalho que realizam. Dando amizade e apoio aos veteranos, idosos ou enlutados; a defender a música e a dança; promover o bem-estar dos animais; ou proteger campos e florestas, sua devoção desinteressada e generosidade de espírito é um exemplo para todos nós.
            A Rainha continua:

“Quando as pessoas enfrentam um desafio, elas às vezes falam sobre respirar fundo para encontrar coragem ou força. Na verdade, a palavra ‘inspirar’ significa literalmente ‘respirar’. Mas mesmo com a inspiração dos outros, é compreensível que às vezes pensemos que os problemas do mundo são tão grandes que pouco podemos fazer para ajudar. Sozinhos, não podemos acabar com guerras ou eliminar a injustiça, mas o impacto cumulativo de milhares de pequenos atos de bondade pode ser maior do que imaginamos”.

Ela conclui:

“No Natal, nossa atenção é atraída para o nascimento de um bebê há cerca de 2.000 anos. Foi o mais humilde dos começos, e seus pais, José e Maria, não pensavam que eles fossem importantes. Jesus Cristo viveu na obscuridade durante a maior parte de sua vida, e nunca viajou muito longe. Ele foi criticado e rejeitado por muitos, embora ele não tivesse feito nada de errado. No entanto, bilhões de pessoas agora seguem seus ensinamentos e encontram nele a luz que guia suas vidas. Eu sou uma delas porque o exemplo de Cristo me ajuda a ver o valor de fazer pequenas coisas com grande amor, não importando quem as faz e no que elas mesmas acreditam. A mensagem de Natal nos lembra que a inspiração é um dom a ser dado, bem como recebido, e que o amor começa pequeno, mas sempre cresce. Desejo a todos um feliz Natal.

Grandes lições podemos tirar dessas duas preciosas mensagens de natal. O poder do amor; interceder pelos povos em guerras; orar pelas crianças inocentes vítimas das atrocidades dos adultos; inspirar outros a aspiração, não em troca de uma medalha, mas a prática do bem; ao engajamento em instituições de caridade; a cuidar dos idosos; assistir os enlutados; a cuidar, proteger e denunciar maus tratos dos animais; a cuidar da natureza, tudo sem interesse algum.
            Inspiremo-nos nos VERDADEIROS exemplos de tantos que vieram antes de nós, e nesse caso, Jesus, já que estamos comemorando o Natal. E como disse a Rainha: “Eu sou uma delas porque o exemplo de Cristo me ajuda a ver o valor de fazer pequenas coisas com grande amor, não importando quem as faz e no que elas mesmas acreditam. A mensagem de Natal nos lembra que a inspiração é um dom a ser dado, bem como recebido, e que o amor começa pequeno, mas sempre cresce”.
            Deus nos abençoe. Um Feliz Natal a todos.
            Estamos orando por vocês.

Diác. Nelson de Paula Pereira
Historiador
contato@nelsondepaula.com
nelsondepaula.com

157 ANOS DA CHEGADA DO REV. ASHBEL GREEN SIMONTON AO BRASIL

Rev. Ashbel Green Simonton (1833-1867)

Hoje, 12 de agosto, comemoramos a chegada do Rev. A. G. Simonton ao Rio de Janeiro, Brasil, e não o aniversário da Igreja Presbiteriana do Brasil, pois a primeira igreja organizada só ocorreu em 12 de janeiro de 1862, a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro.

Abaixo, trechos do "Diário de Simonton" (SIMONTON, Ashbel Green. Diário. São Paulo: 2002, 2ª edição).

Uma homenagem ao nosso Pioneiro. Nesse mesmo Blog você encontrará uma matéria mais detalhada da vida desse jovem missionário. 

Acesse:

http://depaulaohistoriador.blogspot.com.br/2011/08/12-de-agosto-de-1859-desembarca-no-rio.html

Um forte abraço,

Diác. Nelson de Paula Pereira
Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro
www.nelsondepaula.com



Quinta-feira, 11 de agosto de 1859, 9 da manhã
Podemos ver o arrojado promontório do Cabo Frio a cerca de sete milhas. Em dias claros pode ser visto a trinta milhas de distância. É, para o viajante ao Rio, o que as colinas Neversink são para o porto de Nova York: ponto de partida e ponto de regresso.

Cabo Frio s/d

Quinta-feira, 9 da noite
Estamos agora sem vento à entrada do porto do Rio. A famosa montanha do Pão de Açúcar e o Corcovado estão bem visíveis, iluminados pela luz da lua cheia a dez ou doze milhas de distância; o pesado som das ondas batendo nas pedras da praia enche o silêncio da noite. Subi a uma verga, justamente quando o sol se punha atrás do Corcovado, e fiquei quase uma hora observando o crepúsculo. Sentiria dificuldade em descrever a emoção que tomou conta de mim ao ver aqueles picos altaneiros dos quais tenho ouvido falar e lido tantas vezes, os quais me dizem que a viagem terminou e cheguei ao meu novo lar e campo de trabalho. Minhas emoções eram tão conflitantes que não seria possível descrevê-Ias com fidelidade. Os sentimentos predominantes eram o contentamento pelo final feliz de uma longa viagem e o temor pela grande responsabilidade e pelas dificuldades do trabalho que esperava por mim. Minhas razões de alegria são fáceis de entender, mas a incerteza do futuro pesa solene e temivelmente, a ponto de moderar as expressões de contentamento.

Marc Ferrez. Entrada da baía de Guanabara, vista de Niterói, c. 1890. Rio de Janeiro, RJ / Acervo IMS
Vista do Rio de Janeiro, 1859. Desenho de J. Schroeder/Gravadores Gilquin e Dupain

Sexta-feira, 12 de agosto de 1859, 9:30 da manhã
Estou acordado desde as quatro da manhã observando as manobras para adentrar o porto contra o vento e a maré. É um lugar lindo, o mais singular e impressionante que jamais vi. Nunca teria imaginado tal porto, com beleza sublime, protegido de ventos e ondas, e capaz de defesa contra ataques de mar ou de terra. Está em uma baía rodeada de curiosas ilhas de pedra, altas e sólidas. Algumas parecem ovos flutuando na água com uma das pontas para cima; outras, a outra ponta. Nos topos de algumas, igrejas ou casas de lazer se equilibram. Uma dessas casas parece ninho de ave em cima de uma torre de igreja, a quase 1.100 pés de altura. A entrada do porto tem somente meia milha de largura; de um lado há um arrojado promontório, sobre o qual está a Fortaleza de Santa Cruz," com pesados canhões protegendo as muralhas; do outro lado alteia-se o Pão de Açúcar a uma altura de 1.200 pés. Estamos ainda na entrada do porto, mudando de curso a cada minuto, ora na direção do forte, ora chegando a pequena distância do Pão de Açúcar. A água é tão profunda que a única preocupação dos navegantes é não quebrar o mastro horizontal da proa batendo de um ou outro lado. A cidade está a cerca de duas milhas, sobre uma grande extensão de vales e montanhas; brilha ao sol com suas paredes caiadas de branco. Fazendo fundo para essa linda pintura, há uma cadeia de morros altos e montanhas. Desfiz-me de minha roupa de viagem, dando-a ao cabineiro em agradecimento pelos serviços que me prestou durante a jornada. Estou pronto para desembarcar.

Leuzinger, Georges (1867)



Praia de Botafogo, com o morro do Corcovado ao fundo, 1862 | Augusto Stahl / Coleção Gilberto Ferrez / Acervo IMS







Glória 1865