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segunda-feira, 20 de julho de 2020

AMOR ETERNAL


Segunda-feira, 20 de julho de 2020
Fidelidade de Deus
Leitura bíblica: Romanos 8: 26–39


Amor eterno

Pois estou convencido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os governantes, nem as coisas presentes, nem as coisas vindouras, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra coisa em toda a criação será capaz de nos separar da amor de Deus em Cristo Jesus, nosso Senhor. Romanos 8: 38–39.

Em sua peça Our Town, Thornton Wilder observa um marcador divino na humanidade. De pé no cemitério da cidade de Grover's Corners, o narrador descreve para o público como todo ser humano tem algo eterno por dentro. A eternidade tem a ver com a divindade. A teologia bíblica mais básica afirma o princípio de que alguém é Criador ou criado. Fico satisfeito em viver do lado criado das coisas: mortal, contingente, transitório.
Como pastor por trinta e nove anos, conduzi minha parte de funerais e falei em um bom número de cemitérios. Quando uma comunidade de fé é agredida pela morte, as pessoas se reúnem para o consolo. Romanos 8 contém belas palavras de conforto para nossa comunidade. A fé preenche lugares destruídos, e a esperança é abundante. Nada pode nos separar do amor eterno de Deus. Nos é dado o que naturalmente não temos: vida eterna.

Senhor, obrigado pelos dons eternos que você nos concede, seres mortais. Amém.




Rev. Dee Hamilton Wade
Pastor at Anchorage Presbyterian Church (PCUSA), Louisville, Kentucky, USA

domingo, 19 de julho de 2020

SURPRESA


Fidelidade de Deus
Leitura bíblica: Gênesis 29: 15–28
Domingo, 19 de julho de 2020


Jacó lutando com o anjo. Pintura de Rembrandt  (1606-1669) 



Surpresa!

“Eu não servi com você por Rachel? Por que então você me enganou?
Gênesis 29: 25b

A história da sagrada família da Bíblia hebraica, encabeçada pelos avós de Jacó, Abraão e Sara, está enraizada na cultura do antigo Oriente Próximo. Grande parte desse contexto não faz sentido ao leitor moderno, mas pessoas de todos os tempos e lugares podem se interessar por uma boa história de trapaça e punição, como essa. Jacó, o malandro, por sua vez, é enganado por seu tio Labão. O personagem mais manipulador de todas as Escrituras se vê manipulado, e alvo da piada de outra pessoa. Não é de se admirar que Jacó estivesse tão surpreso. Ele sem dúvida pensou que estava consumando seu casamento com Rachel, mas a luz da manhã revelou que ele estava deitado com Lia! Não acho que ele imaginava isso. A vida com Deus é cheia de surpresas: algumas perturbadoras e outras agradáveis. No meio de uma seca, o Deus das surpresas parece determinado a chover graça sobre toda a humanidade: os bons, os maus, os brilhantes, os tediosos, e mesmo em um canalha-mor como Jacó. Há muita graça e paz divinas reservadas para você, e talvez também para mim.

Deus de surpresas, tu nos delicias com a tua graça, mesmo quando estamos no nosso pior. Amém.






Rev. Dee Hamilton Wade
Pastor Emeritus at Anchorage Presbyterian Church (PCUSA), Louisville, Kentucky, USA

quarta-feira, 24 de junho de 2020

DOM DA LUZ

Quarta-feira, 24 de junho de 2020
Fé emergente
Leitura bíblica: Salmo 13




Considere e responda-me, ó Senhor, meu Deus! Ilumine meus olhos, ou eu dormirei o sono da morte. Salmo 13: 3

O solstício de verão de junho, que ocorre nesta semana, fornece o dia mais longo do ano para nós no hemisfério norte. É uma bênção ter luz depois de um tempo na escuridão e sentir a luz do sol chegando até nós como calor.
Podemos olhar o calendário e apontar para a chegada do verão. É muito mais difícil esperar quando não temos tanta certeza de quanto tempo devemos esperar. Nesses momentos, é realmente difícil acreditar na luz no fim do túnel. O salmista pede a Deus que nos dê luz. Não é por acaso que Deus é frequentemente identificado como luz no judaico-cristianismo, bem como em outras religiões, incluindo o hinduísmo e o islamismo.

Agradecemos a Deus, a fonte da luz iluminadora. Amém.


Fonte: These Days. DailyDevotions for Living by Faith. Thoughtful Christian.com



Revda. HyeRan Kim-Cragg, Toronto, Ontário
Ela é pastora ordenada na Presbyterian Church in the Republic of Korea - PROK e serviu em capacidades de liderança pastoral, de ensino e intercultural na United Church of Canada nos últimos vinte anos.

sábado, 2 de maio de 2020

O LEGADO PACIFISTA DE DANIEL BERRIGAN, SJ

O LEGADO PACIFISTA DE DANIEL BERRIGAN, SJ
por Luke Hansen



Daniel Joseph Berrigan


Daniel Joseph Berrigan (1921-2016), padre jesuíta e poeta aclamado que, durante décadas, desafiou os católicos americanos a rejeitarem a guerra e o armamento nuclear, morreu no dia 30 de abril na Comunidade Jesuíta Murray-Weigel, no Bronx, Nova York. Ele estava com 94 anos. Foi jesuíta por 76 anos e padre há 63 anos.

O artigo é de Luke Hansen, jesuíta, foi editor associado da revista America e atualmente estuda na Faculdade Jesuíta de Teologia da Santa Clara University, em Berkeley, Califórnia, publicado por America, 30-04-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Sem dúvida, Berrigan está entre os jesuítas americanos mais influentes do século passado, juntando-se a seus semelhantes como John Courtney Murray e Avery Dulles. Padre, poeta, orientador de retiros, professor, pacifista, amigo e mentor, ele é o autor de mais de 50 livros sobre as Escrituras, espiritualidade e resistência à guerra.

Em 1988, Berrigan recebeu o Prêmio Campion da revista America.

Um gigante literário, Berrigan ficou conhecido por seus gestos de desobediência civil contra a Guerra do Vietnã e o armamento nuclear. Criticava a produção de armamentos nucleares, lembrando a profecia de Isaías de “fundir espadas para fazer bicos de arados”. As ações do religioso desafiaram os americanos e católicos a reexaminar as suas relações com o Estado e a rejeitar o militarismo.

Frequentemente ele perguntava a si e a outros: O que o Evangelho exige de nós?

“Para mim, o Padre Daniel Berrigan é Jesus como na qualidade de poeta”, escreveu Kurt Vonnegut.

Daniel J. Berrigan nasceu em 09-05-1921, em Virgínia, Minnesota, o sexto de seis filhos homens. Cresceu em uma fazenda perto de Syracuse, no estado de Nova York.

Aos 18 anos, entrou para a Província de Nova York da Companhia de Jesus com um amigo de infância após receber um folheto sobre o programa rigoroso de formação dos jesuítas. Na época, ele não conhecia nenhum membro da ordem. Foi um “ato de fé de ambos os lados”, mais tarde escreveu.

Durante o seu primeiro compromisso como professor, na Escola Preparatória St. Peter’s, na cidade de Jersey, em Nova Jersey, ainda na década de 1940, Berrigan trouxe os alunos a Nova York para apresentar-lhes o m movimento Catholic Worker. Por vezes eles participavam de encontros para o “esclarecimento do pensamento”, quando palestrantes abordavam tópicos de importância ao movimento católico juvenil. Aí o religioso conheceu Dorothy Day.

“Dorothy Day me ensinou mais do que todos os teólogos”, contou Berrigan à revista The Nation em 2008. “Ela despertou em mim conexões que eu não havia pensado – a equação da miséria humana e a pobreza com a produção de guerras. Ela possuía a esperança básica de que Deus criou o mundo com o suficiente para todo mundo, mas que não havia o suficiente para todo mundo e para guerrear”.

Depois de sua ordenação ao sacerdócio em 19-06-1952, Berrigan foi para a França para um ano de estudos e ministério, estágio final da formação jesuíta. Aí foi influenciado pelo movimento dos Padres Operários. Berrigan professou os últimos votos na Festa da Assunção, em 1956.

Berrigan lecionou francês e filosofia na Escola Preparatória do Brooklin de 1954 a 1957, ganhou o prestigiado Prêmio Lamont Poetry em 1957 pelo livro de poesia, “Time Without Number”. Em seguida, ensinou o Novo Testamento na Le Moyne College em Syracuse, no estado de Nova York.

Em 1963, Berrigan embarcou em um ano de viagem, passando um tempo na França, na Tchecoslováquia, na Hungria, em Roma, na África do Sul e na União Soviética. Viu o desespero entre os jesuítas franceses relacionados com a situação da Indochina, na medida em que os EUA aumentavam o seu envolvimento militar no Vietnã.

Berrigan voltou para casa em 1964 convencido de que a Guerra no Vietnã “somente poderia piorar” coisas. Assim, começou “tão alto quanto pude, a dizer ‘não’ à guerra (…) Simplesmente não teria como voltar atrás”.

Ele ajudou a fundar a Catholic Peace Fellowship e o grupo inter-religioso Clergy and Laity Concerned about Vietnam, cujos líderes incluíam Martin Luther King Jr., Richard John Neuhaus e Abraham Joshua Heschel.

Berrigan se correspondia regularmente com Thomas Merton, Dorothy Day e William Stringfellow, enter outros. Ele também fazia viagens anuais à Abadia de Getsêmani, a casa de Merton, para proferir palestras aos noviços trapistas.

Em “Conjeturas de um expectador culpado” (1966), Merton descreveu Berrigan como “uma inteligência vencedora, um homem que, penso eu, possui, mais do que qualquer um que eu alguma vez conheci, o verdadeiro coração grande e simples dos jesuítas: zelo, compaixão, entendimento e uma liberdade religiosa desinibida. O simples ver-lhe restaura as nossas esperanças na Igreja”.

Ano dramático de assassinatos e protestos que chocaram a consciência dos EUA, 1968 também mostrou ser um ano divisor de águas para Berrigan. Em fevereiro, ele voou para Hanoi, no Vietnã do Norte, com o historiador Howard Zinn e assistiu à libertação de três pilotos americanos capturados. Na primeira noite em Hanoi, eles se acordaram com uma sirene de ataque aéreo e bombas americanas, tendo de buscar um outro abrigo.


Philip Berrigan
Na medida em que os EUA intensificavam a escalada na guerra, Berrigan preocupou-se que os protestos tradicionais teriam poucas chances de influenciar as ações do governo. O seu irmão, Philip (1923-2002), então sacerdote josefino, já havia assumido um risco muito maior: em outubro de 1967, ele invadiu uma sala de projetos em Baltimore e jogou sangue sobre os arquivos de alguns projetos em andamento.

Sem se deixar abalar com as consequências jurídicas iminentes, Philip planejou uma outra ação deste tipo e convidou o seu irmão mais jovem a se juntar a ele. Daniel concordou.

Em 17-05-1968, os irmãos Berrigan juntaram sete outros ativistas pacifistas católicos em Catonsville, em Maryland, onde pegaram várias centenas de documentos de projetos bélicos e puseram fogo nas proximidades de um estacionamento, usando líquidos inflamáveis caseiros conhecido como napalm. Napalm é um líquido inflamável muito usado pelos EUA no Vietnã.

Em um comunicado, Daniel disse: “Pedimos desculpas, bons amigos, pela quebra da boa ordem, pela queima de documentos ao invés de crianças (...) Não poderíamos fazer, Deus nos ajude, diferente”.

Berrigan foi processado e condenado pela ação. Quando chegou a hora da sentença, no entanto, ele passou à clandestinidade e evitou o FBI durante quatro meses.

“Eu sabia que, em algum momento, seria capturado”, disse ele em 2009 em entrevista à revista America, “mas queria chamar a atenção, tanto quanto fosse possível, para a Guerra do Vietnã e para a ação militar do presidente Richard Nixon no Camboja”.

O FBI finalmente o apreendeu em Block Island, no estado de Rhode Island, na casa de do teólogo William Stringfellow, em agosto de 1970. Ele passou 18 meses na prisão federam de Danbury. Nesse período, ele e Philip foram tema de capa da revista Time.

Os irmãos, reincidentes a vida toda, estavam longe de terminar com os protestos.

No dia 09-09-1980, Daniel e Philip reuniram outros sete para invadir a usina de mísseis da General Electric em King of Prussia, na Pensilvânia, onde realizaram protestos.

Em seu depoimento diante de um tribunal que julgou o caso, Berrigan descreveu a sua luta diária contra a morte enquanto acompanhava moribundos no lar no St. Rose Cancer Home, na cidade de Nova York. Segundo ele, os protestos que haviam realizado tinham relação com o seu ministério de enfrentamento da morte e de luta contra ela. Em 1984, começou a trabalhar no Hospital St. Vincent, também em Nova York, onde ministrou a homens e mulheres com HIV/Aids.

“Para mim, é terrível viver um tempo em que nada tenho a dizer aos seres humanos exceto: ‘Parem de matar’”, explicou ele ao tribunal. “Existem outras coisas bonitas que eu gostaria de estar dizendo a elas”.

Em 1997, Berrigan foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz.

Os últimos anos de Berrigan foram dedicados ao estudo das Escrituras, anos em que também escreveu, orientou retiros, correspondeu-se com amigos e admiradores, acompanhou jovens jesuítas e ativistas pacifistas, além de ter sido um tio para duas gerações de Berrigans. Publicou vários comentários bíblicos relacionando os estudos acadêmicos com reflexão pastoral e inteligência poética.

“Berrigan é incapaz de escrever uma frase prosaica”, afirmou o biblista Walter Brueggemann em uma resenha sobre o livro “Genesis” (2006) de Berrigan. “Ele imita o seu criador com a sua palavra gerativa, que evoca relações e incongruências, abrindo espaços que desorientam, deslumbram e convocam o leitor…”.



De 1976 a 2012, Berrigan foi membro da Comunidade Jesuíta West Side, mais tarde viveu na Comunidade Jesuíta Thompson Street, na cidade de Nova York. Durante estes anos, ajudou a coordenar a Comunidade Kairos, grupo de amigos e ativistas dedicados ao estudo das Escrituras e à ação direta não violenta.

Mesmo sendo um octogenário, Berrigan continuou com os protestos, voltando a sua atenção às guerras americanas no Afeganistão e no Iraque, à prisão na baía de Guantânamo e ao movimento Occupy Wall Street.

Os amigos lembram-se de Berrigan com um homem corajoso e criativo, uma pessoa íntegra disposta a pagar o preço, um farol de esperança, um amigo sensível e carinhoso.

“Devo-lhe o meu coração, a minha vida e a minha vocação”, diz Bill Wylie-Kellermann, pastor da Igreja Episcopal St. Peter, em Detroit, sobre Daniel Berrigan. “Neste século, quantas almas (…) Berrigan chamou para a vida vivida segundo o Evangelho? Quantos atos de ressureição ele promoveu? Quantos corações individados?”

FONTE: O legado pacifista de Daniel Berrigan, SJ. Disponível em: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/554414-o-legado-pacifista-de-daniel-berrigan-sj?fbclid=IwAR2MfM1cBs4E4RrkDQupcrPEpMuHM_KJPGD4ezgucS_96-pYkOO7dOeja94 | Acesso em: 01/05/2020.

sábado, 11 de abril de 2020

DOMINGO DE PÁSCOA

La résurrection du Christ, Nicolas Bertin (1667-1736)


Comemoramos hoje a Ressurreição de Jesus Cristo. Aleluia!


Domingo de Páscoa
12 de abril | Bethany McKinney Fox*

"Tendo passado o sábado, ao raiar do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram visitar o túmulo. E eis que aconteceu um forte terremoto, pois um anjo do Senhor desceu dos céus e, chegando ao túmulo, rolou a pedra da entrada e assentou-se sobre ela. O anjo tinha o aspecto de um relâmpago, e suas vestes eram alvas como a neve. Os guardas foram tomados de grande pavor e ficaram paralisados de medo, como mortos. Contudo, o anjo dirigiu-se às mulheres e lhes anunciou: 'Não temais vós! Sei que viestes ver a Jesus, que foi crucificado. Mas aqui Ele não está. Foi ressuscitado, como havia dito. Vinde e vede vós onde Ele jazia. Ide caminhando depressa e anunciai aos seus discípulos: Ele ressuscitou dentre os mortos e está seguindo adiante de vós rumo à Galiléia. Lá o vereis. Atentai para o que vos disse!' As mulheres abandonaram o túmulo correndo, amedrontadas, mas com grande júbilo, e foram imediatamente anunciá-lo aos seus discípulos. De repente, Jesus veio ao encontro delas e as saudou: 'Alegrai-vos!' Elas se aproximaram dele, jogaram-se aos seus pés abraçando-os, e o adoraram. Então Jesus lhes declarou: 'Não temais! Ide e dizei aos meus irmãos que sigam para a Galiléia, lá eles me verão'. Os sacerdotes subornam os guardas". Mateus 28: 1-10.

No ensino médio, eu disse a um líder de ministério do campus que um dia eu gostaria de ser pastor. Quando mais tarde nos encontramos em um café para conversar sobre isso, ela me mostrou todas as passagens da Bíblia que diziam que as mulheres não deveriam ser líderes na igreja e explicou que não era o plano de Deus que eu fosse pastor. Por um tempo, eu acreditei nela.

Como muitos de nós, conheci muitas histórias de pessoas que se sentiram como se não pudessem liderar ou que sua voz não era importante nas comunidades religiosas. Mas hoje celebramos esse momento chave em nossa fé - o momento poderoso em que Jesus ressuscitou dos mortos, convidando-nos a lembrar novamente que temos um Deus que é mais forte que a morte e que, mesmo fora da morte, pode trazer nova vida.

E quem foram as primeiras pessoas a descobrir essa verdade que sacode a história? Duas mulheres. Jesus continua a capacitar pessoas cujo valor pode não ser percebido no contexto mais amplo. Agora isso é uma marca de uma comunidade amada - quando mensagens poderosas são confiadas a pessoas que muitas vezes não tiveram chance de aceitá-las.

Aleluia, Jesus! Que dia incrível para lembrar que você está vivo em nosso meio! Lembre-nos do seu poder salvador e libertador que está dentro e ao redor de nós e em todo o mundo. Oramos por todos que você chama para transmitir esta mensagem vitalizadora, especialmente por pessoas que, por causa de sexo, raça, etnia, deficiência, sexualidade, classe, nível de educação ou qualquer outro motivo, disseram que não podem transmitir sua mensagem. Sejamos uma comunidade que diz "sim!" às suas vozes. Vamos prestar atenção. Vamos parar de práticas e estruturas que precisam morrer. Sejamos trazidos a uma nova vida como sua amada comunidade. No poderoso nome de Jesus ressuscitado, oramos! Amém.

Fonte: Presbyterian Church – PCUSA. Becoming a Beloved Community. A Matthew 25 journey to the cross. Presbyterians Today | 2020 Lenten Devotional.




* A Rev. Bethany McKinney Fox é a pastora fundadora da Beloved Everybody Church, PCUSA, em Los Angeles, EUA. Nesta comunidade, pessoas com e sem deficiência intelectual e de desenvolvimento participam e lideram o culto juntos. Bethany diz que trabalhar para construir uma comunidade que inclua habilidades é empolgante "porque requer uma confiança no Espírito Santo, à medida que aprendemos a envolver Deus e um ao outro além de meras palavras e intelecto".

MUDANÇA REAL E DURADOURA, ACONTECE UM PASSO DE CADA VEZ

Um mosaico na Igreja Ortodoxa Grega de St. George, na Jordânia, lembra-nos de sentar com a dor e esperar mesmo quando as esperanças são frustradas.


Sábado Santo
11 de abril | Rae Chen Huang*

“E aconteceu que toda a terra foi coberta pelas trevas, desde o meio-dia até às três horas da tarde. Então, por volta das três horas da tarde, Jesus bradou em alta voz: ‘Elohi, Elohi! Lemá sabachtháni?’ - que traduzido, quer dizer: ‘Meu Deus, meu Deus! Por que me abandonaste?’ Alguns dos que presenciavam o que estava ocorrendo, ouvindo isso, comentavam: ‘Vede, Ele clama por Elias!’. Então, um deles correu e ensopou uma esponja em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e a estendeu até Jesus para que sorvesse. E explicou: ‘Deixai! Vejamos se Elias vem para tirá-lo daí’. Todavia, Jesus, com um forte brado, expirou. Então, o véu do Lugar Santíssimo rasgou-se em duas partes, de alto a baixo. E, quando o centurião, que estava bem em frente de Jesus, ouviu o seu brado e viu a maneira como expirou, exclamou: ‘Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus!’. Algumas mulheres acompanhavam tudo de longe. Entre elas estavam Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, o mais jovem, e de José. Na Galiléia elas tinham seguido e servido a Jesus. Muitas outras mulheres haviam subido com Ele para Jerusalém e, de igual modo, estavam ali presentes. O sepultamento de Jesus. Este era o Dia da Preparação, isto é, a véspera do sábado. E José de Arimatéia, membro honrado do Supremo Tribunal dos Judeus, que também aguardava o Reino de Deus, dirigiu-se corajosamente a Pilatos e solicitou o corpo de Jesus. Pilatos recebeu com espanto a notícia de que Jesus já havia falecido. E, chamando o centurião, perguntou-lhe se fazia muito tempo que morrera. Sendo informado pelo centurião, consentiu em ceder o corpo a José. Então José comprou um lençol de linho, desceu o corpo da cruz, envolveu-o no lençol e o colocou num sepulcro cavado na rocha. Depois, fez rolar uma pedra sobre a entrada do sepulcro”. 
Marcos 15. 33-46.


O Sábado Santo é o menor dos nossos dias santos. Não fazemos muito neste dia. Alguns de nós realizamos vigílias de Páscoa ou nos preparamos para a refeição do domingo de Páscoa, mas, além disso, não passamos muito tempo nos preparando para a ressurreição.

Pense nisso. Passamos apenas 40 dias na Quaresma, nos preparando para a morte de Jesus, e então temos um Sábado Santo para nos preparar para a ressurreição.

Nova vida leva tempo. Demorou sete anos em um relacionamento de longo prazo para eu me sentir pronta para ter um filho, nove meses para levar meu filho a termo, nove meses para preparar minha casa e minha mente para um bebê e muitas horas de trabalho e parto. Entrega.

Nova vida leva tempo para processar, preparar, refletir ...

Recentemente, tenho aprendido sobre a notória, a pequena, mas feroz e infame dissidente, a juíza da Suprema Corte Americana, Ruth Bader Ginsburg. Ela passou a maior parte de sua carreira defendendo os direitos das mulheres e a igualdade de gênero. Como uma boa organizadora, ela traçou um curso estratégico para acabar com a discriminação de gênero, um caso de cada vez, com base em cada vitória sucessiva.

Ruth Bader Ginsburg

Na audiência de confirmação da Suprema Corte Americana em 1993, ela disse: “Geralmente, as mudanças em nossa sociedade são incrementais. Mudança real, mudança duradoura, acontece um passo de cada vez”.

Ressurreição é um processo. Ressurreição é algo para o qual planejamos e nos preparamos. Ressurreição é algo que devemos criar e construir. Ressurreição é algo que acontece um passo de cada vez. O Sábado Santo é o começo da ressurreição.

Deus sempre amoroso, na maioria dos dias estamos vivendo uma estação do sábado santo. Nosso Messias morreu e, como Jesus, sentimos que fomos abandonados e não sabemos o que vem a seguir. Lembre-nos que a ressurreição acontece um passo de cada vez. Inspire-nos a participar como co-criadores na construção da comunidade amada. Nos capacite a nos preparar para a ressurreição; não apenas para nós mesmos, mas para que todos possam experimentar uma nova vida. Amém.

Fonte: Presbyterian Church – PCUSA. Becoming a Beloved Community. A Matthew 25 journey to the cross. Presbyterians Today | 2020 Lenten Devotional.



*A Rev. Rae Chen Huang é pastora ordenada na Presbyterian Church (PCUSA). Mestre em Divindade pela Boston University-School of Theology e Mestre em Teologia pela Duke Divinity. Tem mais de 15 anos de experiência trabalhando em contextos ecumênicos e inter-religiosos no país e no exterior (sem fins lucrativos), desde a organização de jovens e famílias em questões de saúde e violência nas ruas até o trabalho de capelania nas ruas, universidades e hospitais no exterior. Ela também trabalha com o Kaleidoscope Institute, organizando líderes religiosos e clérigos no trabalho e liderança anti-racismo, e fornece apoio de mediação para comunidades e escolas.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

COMBATER A CORRUPÇÃO, O LEGALISMO, O ABUSO E A OPRESSÃO. FOI ISSO QUE O MATOU!

As cores intensas deste mosaico moderno, de origem desconhecida, capturam a intensidade da cruz da Sexta-feira Santa. Reflita neste dia, sua intensidade, seu significado.


Na Sexta-Feira Santa relembramos a crucificação e a morte de Jesus Cristo.

Sexta-Feira Santa
10 de abril | Eric V. Beck*

“Da mesma forma, todo aquele que não carrega a sua própria cruz e segue após mim não pode ser meu discípulo. Porquanto, qual de vós, desejando construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o custo do empreendimento, e avalia se tem os recursos necessários para edificá-la?” 
Lucas 14: 27–28

Eu estava andando em uma linha de piquete com caminhoneiros em greve, quando do nada veio: "Você não deveria estar aqui. É ilegal." Eu olhei em volta procurando o dono da voz, apenas olhando para um policial.

"O que você quer dizer?" Eu perguntei.

"A igreja não deveria estar envolvida na política", disse o oficial.

Em uma voz suave, respeitosa e não confrontacional, perguntei ao policial: "Quem te disse isso?" Expliquei a ele que, embora por lei não possa apoiar ou oporme a um candidato político do púlpito, posso - e vou - apoiar trabalhadores que são abusados ou oprimidos.

"Se isso é político, que assim seja, porque Jesus era político", eu disse, acrescentando como o próprio Jesus falou a verdade ao poder para aqueles que haviam corrompido as leis de Deus em um sistema de legalismo que oprimia e abusava das pessoas. "Foi isso que o matou. Eu diria que estou em ótima companhia. "

"Eu discordo e digo que a igreja não tem absolutamente nenhum negócio para estar aqui", disse o oficial. Ele então se virou e foi embora.

Empunhando minha placa, levantei uma oração silenciosa e continuei a andar na linha de piquete com os caminhoneiros em greve.

Deus, eu ouço o chamado a seguir e quero obedecer, mas às vezes é difícil, principalmente quando amigos, familiares e pessoas em posição de autoridade se opõem ao que você me diz para fazer. Conceda-me a coragem de enfrentar meu medo e seguir Jesus. Amém

Fonte: Presbyterian Church – PCUSA. Becoming a Beloved Community. A Matthew 25 journey to the cross. Presbyterians Today | 2020 Lenten Devotional.




* Presb. Eric V. Beck é Presbítero da PCUSA, First Presbyterian Church of San Pedro, California, USA. Teamster por quase 30 anos, Eric serviu como administrador da união (Governo dos EUA) e é ativo com as relações sociais e econômicas em diversas organizações: LA Voice and CLUE: Clergy and Laity United for Economic Justice. Ele também atua como moderador do Presbytery of the Pacific, PCUSA.