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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O SILÊNCIO DOS BONS

O jovem Juscelino Kubitschek, de 12 anos, ganha seu primeiro par de sapatos. Passou fome. Jurou estudar e ser alguém. Com inúmeras dificuldades, concluiu Medicina e se especializou em Paris. Como presidente, modernizou o Brasil. Legou um rol impressionante de obras e amantes; humilde e obstinado, é (e era) querido por todos.



Brasília, 2003.
Lula assume a presidência. Arrogante, se vangloria de não ter estudado. Acha bobagem falar inglês. 'Tenho diploma da vida', afirma. E para ele basta. Meses depois, diz que ler é um hábito chato. Quando era sindicalista, percebeu que poderia ganhar sem estudar e sem trabalhar - sua meta até hoje, ao que parece.





Londres, 1940.
Os bombardeios são diários, e uma invasão aeronaval nazista é iminente. O primeiro-ministro W. Churchill pede ao rei George VI que vá para o Canadá. Tranqüilo, o rei avisa que não vai. Churchill insiste: então que, ao menos, vá a rainha com as filhas. Elas não aceitam e a filha mais velha entra no exército britânico; como tenente-enfermeira, sua função é recolher feridos em meio aos bombardeios. Hoje ela é a rainha Elizabeth II.













Brasília, 2005.
A primeira-dama Marisa requer cidadania italiana - e consegue. Explica, candidamente, que quer 'um futuro melhor para seus filhos'. E O FUTURO DOS NOSSOS FILHOS?













Washington, 1974.
A imprensa americana descobre que o presidente Richard Nixon está envolvido até o pescoço no caso Watergate. Ele nega, mas jornais e Congresso o encostam contra a parede, e ele acaba confessando. Renuncia nesse mesmo ano, pedindo desculpas ao povo.


















Brasília, 2005.
Flagrado no maior escândalo de corrupção da história do País, e tentando disfarçar o desvio de dinheiro público em caixa 2, Lula é instado a se explicar. Ante as muitas provas, Lula repete o 'eu não sabia de nada!', e ainda acusa a imprensa de persegui-lo. Disse que foi 'traído', mas não conta por quem.

Londres, 2001.
O filho mais velho do primeiro-ministro Tony Blair é detido, embriagado, pela polícia. Sem saber quem ele é, avisam que vão ligar para seu pai buscá-lo. Com medo de envolver o pai num escândalo, o adolescente dá um nome falso. A polícia descobre e chama Blair, que vai sozinho à delegacia buscar o filho, numa madrugada chuvosa. Pediu desculpas ao povo pelos erros do filho.





Brasília, 2005.
O filho mais velho de Lula é descoberto recebendo R$ 5 milhões de uma empresa financiada com dinheiro público. Alega que recebeu a fortuna vendendo sua empresa, de fundo de quintal, que não valia nem um décimo disso. O pai, raivoso, o defende e diz que não admite que envolvam seu filhinho nessa 'sujeira'. Qual sujeira?








Nova Délhi, 2003.
O primeiro-ministro indiano pretende comprar um avião novo para suas viagens. Adquire um excelente, brasileiríssimo BEM-195, da Embraer, por US$ 10 milhões.














Brasília, 2003.
Lula quer um avião novo para a presidência. Fabricado no Brasil não serve. Quer um dos caros, de um consórcio anglo-alemão. Gasta US$ 57 milhões e manda decorar a aeronave de luxo nos EUA.









Vamos dar ao BRASIL uma nova chance? Ele precisa voltar para o caminho da dignidade. Nós não merecemos o desgoverno que se instalou em nosso País e precisamos acordar e lutar antes que seja tarde. Perca mais cinco minutos e converse com todos os seus amigos que não têm acesso a internet.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

EM RESPEITO AOS TRISTES


Confesso que sou introspectivo e, muitas vezes, melancólico. Quando ainda era criança, gostava de ficar debaixo de uma árvore, sozinho, para pensar na vida. Continuo assim. Prefiro o silêncio às festas, as refeições com poucas pessoas aos banquetes. E se não tomar cuidado, facilmente caio em depressão.

Essa minha índole quieta não me importuna, mas eu percebo que ela causa alguns constrangimentos na comunidade evangélica. Poucas vezes escrevi textos cinzentos, mas logo fui docemente aconselhado a não repetir tal deslize. Avisaram-me que os crentes não estão preparados para lidar com a tristeza. E que as pessoas gostam de artigos otimistas. Realmente! O movimento evangélico se alastrou no final do século XIX, num tempo em que se respirava um clima de grande otimismo. Acreditava-se que em poucos anos, evangelistas, missionários e pastores converteriam o mundo, antecipando o iminente reino milenar de Cristo. Nosso berço foi embalado com a promessa de que seríamos a “última geração antes do arrebatamento”. Nascemos num clima de euforia. Portanto, não toleramos qualquer mensagem que revele um jeito menos bem-sucedido de encarar a vida.

Sinto-me censurado quando exponho meus sentimentos contaminados de uma vaga e doce tristeza. Sentimentos que, a bem da verdade, me comprazem e me conduzem à meditação. Mas como explicar isso para minha geração? Fico sem saída, pois não quero só escrever textos sobre como me sinto campeão; recuso teatralizar minha solidez e não quero enganar sobre minha santidade.

Em diversas ocasiões tenho a sensação de que estou só entre gigantes da fé. Haveria mais gente como eu? Sei que existem profetas, poetas e santos que também convivem com o desalento. Celebro a honestidade de todos os que, corajosamente, detectam sentimentos menos brilhosos e, iguais a mim, não se sentem culpados.

Ditosos os que choram, pois reconhecem que a vida não é composta só de luzes. Quem busca apenas o riso, querendo perenizar o prazer, cairá no profundo abismo do desencanto. Só os tristes sabem os segredos das noites sem lua e que algumas dimensões nobilíssimas da nossa humanidade somente se expressam em corredores de morte. Grandes são todos os que permanecem em pé mesmo quando não há luz nenhuma.

Ditosos os que entram em contato com suas angústias. Os que ocultam suas inquietações com frases e clichês religiosos se condenam à superficialidade. Não existe tese religiosa que consiga se impor com mais força que a própria vida. De nada vale repetir slogans que prometem um mundo cor-de-rosa. Mais cedo ou mais tarde virá a tempestade que assola a casa. Ventos contrários varrerão projetos cautelosos e, quem não edificar sua vida na verdade, ruirá implacavelmente.

Ditosos os que não se consideram emocionalmente incólumes. Eles sabem que ninguém possui controle direto sobre suas emoções e reconhecem, inclusive, que serão traídos pelos incidentes do cotidiano. Eles vão até o fundo do poço e não se sentem fracassados, pois sabem que tanto alegrias como tristezas são passageiras.

Ditosos os que admitem suas depressões. Eles não tentam sublimar as inquietações com ativismos. Sofrimento é a única dimensão da vida comum a todos os homens e mulheres. Quem tenta blindar-se das tristezas precisa também se proteger da alegria. Fugir do sofrimento significa amortecer a felicidade.

Ditosos os que podem lamentar em público. Eles não precisam de sorrisos plásticos, de discursos demagógicos ou da arrogância religiosa, pois se sentem acolhidos em sua honestidade. Eles sabem que não serão apedrejados quando se mostram frágeis, porque vivem entre amigos verdadeiros.

Ditosos os que se parecem com Jesus de Nazaré. Ele nunca mentiu sobre sua angústia ou solidão. No jardim, afirmou: “Minha alma está triste até a morte”. Na cruz bradou: “Pai, por que me desamparaste?”. Mesmo depois desses desabafos, Deus lhe deu um nome que está acima de todo nome. Se o Filho Unigênito pôde falar assim, ninguém deve temer revelar o tamanho de sua vulnerabilidade.

Esses ditosos podem seguir tranqüilos pela vida, porque a tristeza, segundo Deus, não é para a morte. Aleluia.


Soli Deo Gloria.
Pr. Ricardo Gondim