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sábado, 11 de abril de 2020

DOMINGO DE PÁSCOA

La résurrection du Christ, Nicolas Bertin (1667-1736)


Comemoramos hoje a Ressurreição de Jesus Cristo. Aleluia!


Domingo de Páscoa
12 de abril | Bethany McKinney Fox*

"Tendo passado o sábado, ao raiar do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram visitar o túmulo. E eis que aconteceu um forte terremoto, pois um anjo do Senhor desceu dos céus e, chegando ao túmulo, rolou a pedra da entrada e assentou-se sobre ela. O anjo tinha o aspecto de um relâmpago, e suas vestes eram alvas como a neve. Os guardas foram tomados de grande pavor e ficaram paralisados de medo, como mortos. Contudo, o anjo dirigiu-se às mulheres e lhes anunciou: 'Não temais vós! Sei que viestes ver a Jesus, que foi crucificado. Mas aqui Ele não está. Foi ressuscitado, como havia dito. Vinde e vede vós onde Ele jazia. Ide caminhando depressa e anunciai aos seus discípulos: Ele ressuscitou dentre os mortos e está seguindo adiante de vós rumo à Galiléia. Lá o vereis. Atentai para o que vos disse!' As mulheres abandonaram o túmulo correndo, amedrontadas, mas com grande júbilo, e foram imediatamente anunciá-lo aos seus discípulos. De repente, Jesus veio ao encontro delas e as saudou: 'Alegrai-vos!' Elas se aproximaram dele, jogaram-se aos seus pés abraçando-os, e o adoraram. Então Jesus lhes declarou: 'Não temais! Ide e dizei aos meus irmãos que sigam para a Galiléia, lá eles me verão'. Os sacerdotes subornam os guardas". Mateus 28: 1-10.

No ensino médio, eu disse a um líder de ministério do campus que um dia eu gostaria de ser pastor. Quando mais tarde nos encontramos em um café para conversar sobre isso, ela me mostrou todas as passagens da Bíblia que diziam que as mulheres não deveriam ser líderes na igreja e explicou que não era o plano de Deus que eu fosse pastor. Por um tempo, eu acreditei nela.

Como muitos de nós, conheci muitas histórias de pessoas que se sentiram como se não pudessem liderar ou que sua voz não era importante nas comunidades religiosas. Mas hoje celebramos esse momento chave em nossa fé - o momento poderoso em que Jesus ressuscitou dos mortos, convidando-nos a lembrar novamente que temos um Deus que é mais forte que a morte e que, mesmo fora da morte, pode trazer nova vida.

E quem foram as primeiras pessoas a descobrir essa verdade que sacode a história? Duas mulheres. Jesus continua a capacitar pessoas cujo valor pode não ser percebido no contexto mais amplo. Agora isso é uma marca de uma comunidade amada - quando mensagens poderosas são confiadas a pessoas que muitas vezes não tiveram chance de aceitá-las.

Aleluia, Jesus! Que dia incrível para lembrar que você está vivo em nosso meio! Lembre-nos do seu poder salvador e libertador que está dentro e ao redor de nós e em todo o mundo. Oramos por todos que você chama para transmitir esta mensagem vitalizadora, especialmente por pessoas que, por causa de sexo, raça, etnia, deficiência, sexualidade, classe, nível de educação ou qualquer outro motivo, disseram que não podem transmitir sua mensagem. Sejamos uma comunidade que diz "sim!" às suas vozes. Vamos prestar atenção. Vamos parar de práticas e estruturas que precisam morrer. Sejamos trazidos a uma nova vida como sua amada comunidade. No poderoso nome de Jesus ressuscitado, oramos! Amém.

Fonte: Presbyterian Church – PCUSA. Becoming a Beloved Community. A Matthew 25 journey to the cross. Presbyterians Today | 2020 Lenten Devotional.




* A Rev. Bethany McKinney Fox é a pastora fundadora da Beloved Everybody Church, PCUSA, em Los Angeles, EUA. Nesta comunidade, pessoas com e sem deficiência intelectual e de desenvolvimento participam e lideram o culto juntos. Bethany diz que trabalhar para construir uma comunidade que inclua habilidades é empolgante "porque requer uma confiança no Espírito Santo, à medida que aprendemos a envolver Deus e um ao outro além de meras palavras e intelecto".

MUDANÇA REAL E DURADOURA, ACONTECE UM PASSO DE CADA VEZ

Um mosaico na Igreja Ortodoxa Grega de St. George, na Jordânia, lembra-nos de sentar com a dor e esperar mesmo quando as esperanças são frustradas.


Sábado Santo
11 de abril | Rae Chen Huang*

“E aconteceu que toda a terra foi coberta pelas trevas, desde o meio-dia até às três horas da tarde. Então, por volta das três horas da tarde, Jesus bradou em alta voz: ‘Elohi, Elohi! Lemá sabachtháni?’ - que traduzido, quer dizer: ‘Meu Deus, meu Deus! Por que me abandonaste?’ Alguns dos que presenciavam o que estava ocorrendo, ouvindo isso, comentavam: ‘Vede, Ele clama por Elias!’. Então, um deles correu e ensopou uma esponja em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara e a estendeu até Jesus para que sorvesse. E explicou: ‘Deixai! Vejamos se Elias vem para tirá-lo daí’. Todavia, Jesus, com um forte brado, expirou. Então, o véu do Lugar Santíssimo rasgou-se em duas partes, de alto a baixo. E, quando o centurião, que estava bem em frente de Jesus, ouviu o seu brado e viu a maneira como expirou, exclamou: ‘Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus!’. Algumas mulheres acompanhavam tudo de longe. Entre elas estavam Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, o mais jovem, e de José. Na Galiléia elas tinham seguido e servido a Jesus. Muitas outras mulheres haviam subido com Ele para Jerusalém e, de igual modo, estavam ali presentes. O sepultamento de Jesus. Este era o Dia da Preparação, isto é, a véspera do sábado. E José de Arimatéia, membro honrado do Supremo Tribunal dos Judeus, que também aguardava o Reino de Deus, dirigiu-se corajosamente a Pilatos e solicitou o corpo de Jesus. Pilatos recebeu com espanto a notícia de que Jesus já havia falecido. E, chamando o centurião, perguntou-lhe se fazia muito tempo que morrera. Sendo informado pelo centurião, consentiu em ceder o corpo a José. Então José comprou um lençol de linho, desceu o corpo da cruz, envolveu-o no lençol e o colocou num sepulcro cavado na rocha. Depois, fez rolar uma pedra sobre a entrada do sepulcro”. 
Marcos 15. 33-46.


O Sábado Santo é o menor dos nossos dias santos. Não fazemos muito neste dia. Alguns de nós realizamos vigílias de Páscoa ou nos preparamos para a refeição do domingo de Páscoa, mas, além disso, não passamos muito tempo nos preparando para a ressurreição.

Pense nisso. Passamos apenas 40 dias na Quaresma, nos preparando para a morte de Jesus, e então temos um Sábado Santo para nos preparar para a ressurreição.

Nova vida leva tempo. Demorou sete anos em um relacionamento de longo prazo para eu me sentir pronta para ter um filho, nove meses para levar meu filho a termo, nove meses para preparar minha casa e minha mente para um bebê e muitas horas de trabalho e parto. Entrega.

Nova vida leva tempo para processar, preparar, refletir ...

Recentemente, tenho aprendido sobre a notória, a pequena, mas feroz e infame dissidente, a juíza da Suprema Corte Americana, Ruth Bader Ginsburg. Ela passou a maior parte de sua carreira defendendo os direitos das mulheres e a igualdade de gênero. Como uma boa organizadora, ela traçou um curso estratégico para acabar com a discriminação de gênero, um caso de cada vez, com base em cada vitória sucessiva.

Ruth Bader Ginsburg

Na audiência de confirmação da Suprema Corte Americana em 1993, ela disse: “Geralmente, as mudanças em nossa sociedade são incrementais. Mudança real, mudança duradoura, acontece um passo de cada vez”.

Ressurreição é um processo. Ressurreição é algo para o qual planejamos e nos preparamos. Ressurreição é algo que devemos criar e construir. Ressurreição é algo que acontece um passo de cada vez. O Sábado Santo é o começo da ressurreição.

Deus sempre amoroso, na maioria dos dias estamos vivendo uma estação do sábado santo. Nosso Messias morreu e, como Jesus, sentimos que fomos abandonados e não sabemos o que vem a seguir. Lembre-nos que a ressurreição acontece um passo de cada vez. Inspire-nos a participar como co-criadores na construção da comunidade amada. Nos capacite a nos preparar para a ressurreição; não apenas para nós mesmos, mas para que todos possam experimentar uma nova vida. Amém.

Fonte: Presbyterian Church – PCUSA. Becoming a Beloved Community. A Matthew 25 journey to the cross. Presbyterians Today | 2020 Lenten Devotional.



*A Rev. Rae Chen Huang é pastora ordenada na Presbyterian Church (PCUSA). Mestre em Divindade pela Boston University-School of Theology e Mestre em Teologia pela Duke Divinity. Tem mais de 15 anos de experiência trabalhando em contextos ecumênicos e inter-religiosos no país e no exterior (sem fins lucrativos), desde a organização de jovens e famílias em questões de saúde e violência nas ruas até o trabalho de capelania nas ruas, universidades e hospitais no exterior. Ela também trabalha com o Kaleidoscope Institute, organizando líderes religiosos e clérigos no trabalho e liderança anti-racismo, e fornece apoio de mediação para comunidades e escolas.

sexta-feira, 10 de abril de 2020

COMBATER A CORRUPÇÃO, O LEGALISMO, O ABUSO E A OPRESSÃO. FOI ISSO QUE O MATOU!

As cores intensas deste mosaico moderno, de origem desconhecida, capturam a intensidade da cruz da Sexta-feira Santa. Reflita neste dia, sua intensidade, seu significado.


Na Sexta-Feira Santa relembramos a crucificação e a morte de Jesus Cristo.

Sexta-Feira Santa
10 de abril | Eric V. Beck*

“Da mesma forma, todo aquele que não carrega a sua própria cruz e segue após mim não pode ser meu discípulo. Porquanto, qual de vós, desejando construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o custo do empreendimento, e avalia se tem os recursos necessários para edificá-la?” 
Lucas 14: 27–28

Eu estava andando em uma linha de piquete com caminhoneiros em greve, quando do nada veio: "Você não deveria estar aqui. É ilegal." Eu olhei em volta procurando o dono da voz, apenas olhando para um policial.

"O que você quer dizer?" Eu perguntei.

"A igreja não deveria estar envolvida na política", disse o oficial.

Em uma voz suave, respeitosa e não confrontacional, perguntei ao policial: "Quem te disse isso?" Expliquei a ele que, embora por lei não possa apoiar ou oporme a um candidato político do púlpito, posso - e vou - apoiar trabalhadores que são abusados ou oprimidos.

"Se isso é político, que assim seja, porque Jesus era político", eu disse, acrescentando como o próprio Jesus falou a verdade ao poder para aqueles que haviam corrompido as leis de Deus em um sistema de legalismo que oprimia e abusava das pessoas. "Foi isso que o matou. Eu diria que estou em ótima companhia. "

"Eu discordo e digo que a igreja não tem absolutamente nenhum negócio para estar aqui", disse o oficial. Ele então se virou e foi embora.

Empunhando minha placa, levantei uma oração silenciosa e continuei a andar na linha de piquete com os caminhoneiros em greve.

Deus, eu ouço o chamado a seguir e quero obedecer, mas às vezes é difícil, principalmente quando amigos, familiares e pessoas em posição de autoridade se opõem ao que você me diz para fazer. Conceda-me a coragem de enfrentar meu medo e seguir Jesus. Amém

Fonte: Presbyterian Church – PCUSA. Becoming a Beloved Community. A Matthew 25 journey to the cross. Presbyterians Today | 2020 Lenten Devotional.




* Presb. Eric V. Beck é Presbítero da PCUSA, First Presbyterian Church of San Pedro, California, USA. Teamster por quase 30 anos, Eric serviu como administrador da união (Governo dos EUA) e é ativo com as relações sociais e econômicas em diversas organizações: LA Voice and CLUE: Clergy and Laity United for Economic Justice. Ele também atua como moderador do Presbytery of the Pacific, PCUSA.


quinta-feira, 9 de abril de 2020

DEVEMOS LAVAR OS PÉS UNS DOS OUTROS? SIM!

Mosaico “A lavagem dos pés” em Hosios Loukas, um mosteiro perto de Distomo, Grécia, nos lembra o poder de ser vulneráveis um com o outro.



Quinta-feira Santa
9 de abril | Frances Wattman Rosenau*

"Vós me chamais ‘Mestre’ e ‘Senhor’, e estais certos, pois Eu, de fato, o sou. Dessa maneira, se de vós Eu Sou Senhor e Mestre e ainda assim vos lavei os pés, igualmente vós deveis lavar os pés uns dos outros. Dei-vos um exemplo para que, como Eu vos fiz, também vós o façais. Em verdade, em verdade vos afirmo que nenhum escravo é maior do que seu senhor, como também nenhum enviado é maior do que aquele que o enviou. Portanto, se vós compreenderdes esse ensinamento e o praticardes, abençoados sereis. Jesus revela seu traidor". João 13: 13-17


Na aula de confirmação, aprendi que existem dois sacramentos na Igreja Presbiteriana (EUA) - o batismo e a Ceia do Senhor. Também aprendi que nossa definição de sacramento é que deve ser primeiro, um mandamento direto de Jesus e, segundo, destinado a todos. De alguma forma, lavar os pés não foi suficiente.

Jesus diz muito claramente nesta passagem que devemos lavar os pés uns dos outros e seguir o exemplo dele. Ele até diz que seremos abençoados se o fizermos. Então, por que não?

Meu palpite é que lavar os pés deixa os americanos culturalmente eurocêntricos muito desconfortáveis. Preferimos uma ordem educada na igreja e temos uma aversão particular a qualquer coisa corporal demais. Contudo, nossas emoções nos dão sensações corporais. Depois que meus filhos têm sentimentos avassaladores, pergunto a eles onde eles sentiram isso em seus corpos. "Na minha garganta", diz meu filho de 4 anos, descrevendo sua tristeza. “Nas minhas pernas; Eu queria correr ”, diz meu filho de 7 anos quando ele estava frustrado e com raiva ao mesmo tempo. Quando eles sabem qual é a sensação física, é mais provável que a reconheçam da próxima vez, depois se sentem e respiram através da sensação física enquanto ela está com eles.

Lavar os pés nos faz sentir desconfortáveis e vulneráveis. Talvez seja por isso que precisamos gastar mais tempo precisamente com nosso desconforto e vulnerabilidade nessas horas antes da cruz. Os últimos dias de Jesus são sobre seu corpo: sua prisão, espancamento, execução, morte e enterro. Não é por engano que as duas tradições relacionadas à Quinta-Feira Santa - a lavagem dos pés e o partir do pão - estão ligadas ao corpo de Cristo.

Neste dia e nesta noite, podemos estar cientes do local em que nossos dois pés estão plantados. Que possamos percorrer a jornada desses próximos dias, permitindo que a experiência fale conosco através da amplitude de nossos sentidos.

Jesus, andamos com você nesta estação da Quaresma. Neste dia, a jornada se torna exclusivamente sua. Se a história da Quinta-feira Santa é familiar para nós, dê-nos uma nova visão que precisamos ouvir. E se é novo para nós, encha-nos de admiração com a maneira como você escolheu viver e morrer. Em seu precioso nome, oramos. Amém.

Fonte: Presbyterian Church – PCUSA. Becoming a Beloved Community. A Matthew 25 journey to the cross. Presbyterians Today | 2020 Lenten Devotional.






* A Rev. Dra. Frances Wattman Rosenau é pastora da Igreja Presbiteriana (PCUSA) de Culver City, na grande Los Angeles. Seu ministério é direcionado ao anti-racismo e à equidade da comunidade através da vida diária com seus vizinhos. Mestre em Divindade pelo Princeton Theological Seminary. Doutora em Ministério pelo New Brunswick Theological Seminary.

A COMUNIDADE DEVE SER DE AMOR, GRAÇA E HOSPITALIDADE


Na Quarta-Feira Santa se comemora o lava-pés e a Última Ceia de Jesus com seus apóstolos segundo o relato dos evangelhos canônicos.

Quarta-feira da Semana Santa
8 de abril | Eric V. Beck*


Como o amor de Deus reside em quem tem os bens do mundo e vê um irmão ou irmã em necessidade e ainda se recusa a ajudar? - I João 3:17

"- Eles não têm para onde ir, pai. Jessica é uma estudante e Daniel perdeu o emprego. O senhorio deles mais que dobrou o aluguel e eles não podem pagar. Nós os aceitamos ou eles vão morar no carro com o pequeno Anthony", minha filha implorou. Anthony tinha 8 meses.
"Bem, e os pais, ou parentes, talvez?" Eu perguntei. "Seus pais não podem se dar ao luxo de ajudar e viver do outro lado do país ”, respondeu minha filha. "Tudo bem", eu disse.

Jessica tinha a idade da minha filha, apenas 21 anos, e frequentou uma faculdade local com ela. Esse jovem casal lutador me lembrou de minha esposa e eu nessa idade. Em certo ponto, não tínhamos nada e fomos forçados a morar com nosso filho recém-nascido em um trailer de viagem em um quintal sem aquecimento ou água corrente, usando a ajuda de serviços de assistência pública para sobreviver enquanto eu trabalhava 19 horas por dia em três empregos.

"Teremos que usar os colchonetes e sacos de dormir. Eles podem ficar o tempo que precisarem.” Disse eu à minha filha.

E assim, os jovens pais e seu filho encontraram um refúgio em seu tempo de necessidade. A amada comunidade deve ser de amor, graça e hospitalidade onde nos identificamos como uma família numerosa e nenhuma pessoa está em falta. Se isso é verdade, então devemos fazê-lo.

Deus, abre meu coração para as oportunidades de compartilhar com os outros, e, ao fazer isso, mostra ao mundo tua graça e bondade. Amém.

Fonte: Presbyterian Church – PCUSA. Becoming a Beloved Community. A Matthew 25 journey to the cross. Presbyterians Today | 2020 Lenten Devotional.




* Presb. Eric V. Beck é Presbítero da PCUSA, First Presbyterian Church of San Pedro, California, USA. Teamster por quase 30 anos, Eric serviu como administrador da união (Governo dos EUA) e é ativo com as relações sociais e econômicas em diversas organizações: LA Voice and CLUE: Clergy and Laity United for Economic Justice. Ele também atua como moderador do Presbytery of the Pacific, PCUSA.

TODO MUNDO TEM UM LUGAR COM DEUS




Terça-feira da Semana Santa
7 de abril | Grace H. Park*

O estrangeiro que reside contigo será para ti como cidadão; amarás o estrangeiro como a ti mesmo, porque eras estrangeiro na terra do Egito. Eu sou o Senhor, teu Deus. - Levítico 19:34.

O primeiro milagre de Jesus foi hospitalidade, fornecendo mais vinho em um casamento para garantir que os convidados tivessem bastante. Nesse ato incrível, Jesus estava seguindo a hospitalidade e acolhida típicas das culturas do Oriente Médio.

Anos antes de Jesus andar nesta terra, Deus ordenou aos israelitas, conforme registrado no livro de Levítico, que abrissem seus corações e lares para outros, para estranhos no meio deles, para provê-los e recebê-los. Por que Deus pediu que eles fizessem isso? Foi para lembrá-los de seus primórdios, para lembrá-los de confiar em Deus para provisão, como proviam para os outros? Possivelmente. Mas talvez fosse para lembrá-los de que Deus tem espaço à mesa para todos. Ninguém deve ser um estrangeiro - todo mundo tem um lugar com Deus.

Fred Rogers disse uma vez: "Descobrir a verdade sobre nós mesmos é um trabalho de uma vida, mas vale a pena o esforço". A estação quaresmal, especialmente a Semana Santa, é a hora de olhar para dentro e para cima, para descobrir mais de quem somos à luz do amor de Deus e ser atraídos para mais perto de Deus nesse período.

Deus amoroso e acolhedor, ajuda-me a convidar todos à mesa que Cristo colocou para nós. Ajuda-me a ter um coração para aqueles que precisam de hospitalidade, pois é nesse acolhimento que nossos corações podem continuar a crescer e aumentar. Amém.


Fonte: Presbyterian Church – PCUSA. Becoming a Beloved Community. A Matthew 25 journey to the cross. Presbyterians Today | 2020 Lenten Devotional.


* Rev. Grace H. Park, é natural do sul da Califórnia e se formou na Universidade da Califórnia, em Berkeley, em Economia Política em 1987, com estudos no exterior no Reino Unido e no Japão.
Depois de ensinar jovens de alto risco emocionalmente perturbados (SED) em Pacoima, ela estudou no Fuller Theological Seminary e formou-se com um Mestrado em Divindade em 1993, com foco em estudos multiculturais e aconselhamento pastoral. Doutora pelos  New York Theological Seminary e New Theological Seminary of the West.
É Pastora ordenada pela Presbyterian Church - PCUSA, desde 1996 e atuou em diferentes funções na igreja como pastora de crianças, pastora de jovens e pastora associada. Ela teve a bênção de poder servir em missões urbanas com foco nos "sem-teto", bem como em missões de curto prazo no México e na América Central. Ela atuou em várias diretorias no sul do país, é muito ativa nas escolas de seus filhos e gosta de esportes aquáticos, ioga, é uma leitora ávida e é uma protetora das artes e apaixonada por comida.
A Rev. Grace é casada com Charlie, um médico, e eles têm quatro filhos maravilhosos, Elijah, Hannah, Joshua e Jubileu, além de três cães indisciplinados.




quarta-feira, 8 de abril de 2020

QUEM É O TEU PRÓXIMO?

The Good Samaritan (1849), pintura de Eugène Delacroix (1798-1863)

Segunda-feira da Semana Santa
6 de abril | Grace H. Park*


A Segunda-Feira Santa é a segunda-feira precede a celebração da morte e ressurreição de Jesus. É o segundo dia da Semana Santa. Os evangelhos contam alguns dos eventos que tradicionalmente se acredita terem ocorrido na segunda-feira antes da morte de Jesus. Um dos mais famosos e conhecidos deles é Jesus amaldiçoando a figueira (Mateus 21:18-22 e Marcos 11:20-26), Jesus limpando o Templo e diversas parábolas.

… Ele perguntou a Jesus: “E quem é meu próximo?” - Lucas 10:29.

Estamos tão familiarizados com a parábola do Bom Samaritano. Um homem que seria considerado um inimigo fez-se um próximo com a percepção de que ele tinha uma responsabilidade para outro ser humano. Muitas vezes pensamos que nosso próximo será alguém que se parece conosco, mas talvez não seja esse o caso, nem deveria ser.

Como é Deus? Reconheceríamos Deus se o víssemos?

Temos que enfrentar a possibilidade de que Deus apareceu em nossa vida de diferentes maneiras, formatos e jeitos inesperados. Nossos olhos e corações devem estar sempre abertos à possibilidade do que podemos fazer por alguém.

Helen Keller, em sua grande sabedoria, disse: “Até que a grande massa popular seja preenchida com o senso de responsabilidade pelo bem-estar um do outro, a justiça social nnunca será alcançada”.
Temos que ter coragem e bravura para desafiar a nós mesmos com as verdadeiras questões da vida: eu realmente acolho meu próximo em meu coração? E quem realmente é meu próximo?

Deus maravilhoso de todas as pessoas, ajuda-me a abrir meu coração para aqueles que podem ou não parecer comigo, agir como eu, ou pensar como eu. Ajuda-me a cuidar de meu próximo, hoje e sempre. Amém.

* Rev. Grace H. Park, é natural do sul da Califórnia e se formou na Universidade da Califórnia, em Berkeley, em Economia Política em 1987, com estudos no exterior no Reino Unido e no Japão.
Depois de ensinar jovens de alto risco emocionalmente perturbados (SED) em Pacoima, ela estudou no Fuller Theological Seminary e formou-se com um Mestrado em Divindade em 1993, com foco em estudos multiculturais e aconselhamento pastoral. Doutora pelos  New York Theological Seminary e New Theological Seminary of the West.
É Pastora ordenada pela Presbyterian Church - PCUSA, desde 1996 e atuou em diferentes funções na igreja como pastora de crianças, pastora de jovens e pastora associada. Ela teve a bênção de poder servir em missões urbanas com foco nos "sem-teto", bem como em missões de curto prazo no México e na América Central. Ela atuou em várias diretorias no sul do país, é muito ativa nas escolas de seus filhos e gosta de esportes aquáticos, ioga, é uma leitora ávida e é uma protetora das artes e apaixonada por comida.
A Rev. Grace é casada com Charlie, um médico, e eles têm quatro filhos maravilhosos, Elijah, Hannah, Joshua e Jubileu, além de três cães indisciplinados.

Fonte: Presbyterian Church – PCUSA. Becoming a Beloved Community. A Matthew 25 journey to the cross. Presbyterians Today | 2020 Lenten Devotional.



domingo, 5 de abril de 2020

THE TRIUNFAL ENTRY

Jesus enters Jerusalem and the crowds welcome him, by Pietro Lorenzetti (1285-1348)

Sixth Sunday in Lent
Palm/Passion Sunday
April 5, 2020

Matthew 21: 1-11

The Triumphal Entry

And when they drew nigh unto Jerusalem, and were come to Bethphage, unto the mount of Olives, then sent Jesus two disciples, Saying unto them, Go into the village over against you, and straightway ye shall find an ass tied, and a colt with her: loose them, and bring them unto me. And if any man say ought unto you, ye shall say, The Lord hath need of them; and straightway he will send them. All this was done, that it might be fulfilled which was spoken by the prophet, saying, Tell ye the daughter of Sion, Behold, thy King cometh unto thee, meek, and sitting upon an ass, and a colt the foal of an ass. And the disciples went, and did as Jesus commanded them, And brought the ass, and the colt, and put on them their clothes, and they set him thereon. And a very great multitude spread their garments in the way; others cut down branches from the trees, and strawed them in the way. And the multitudes that went before, and that followed, cried, saying, Hosanna to the son of David: Blessed is he that cometh in the name of the Lord; Hosanna in the highest. And when he was come into Jerusalem, all the city was moved, saying, Who is this? And the multitude said, This is Jesus the prophet of Nazareth of Galilee.


An excerpt from a letter by John McCall, mission co-worker based in Taiwan

This past weekend, I was invited to speak at a joint church youth event on Saturday evening and preach at a joint church renewal service on Sunday. I took the tilting train (which tilts on the curves so it can keep up a fast speed) from Taipei to Yuli, a small town on the East Coast. I was greeted at the train station by Yueh-Han, Ali, their daughter, and their three grandchildren. We stopped to get fresh mango smoothies at a local shop and then headed through the mountains to the Pacific coast. It took us about an hour and a half to arrive at their village.

When we arrived, we drank tea, and slowly youth from neighboring villages arrived for the youth event. Many of these youth are going to school in Taiwan’s cities and come back to their villages for the weekend. Several of my former seminary students, who are serving churches in the area, brought the youth from their churches. It is always a joy to listen to former students and see how God is at work in and through them.

I am always grateful for the opportunity to be with youth and to encourage them to live into their identities as God’s daughters and sons. The aboriginal youth love to sing, and it is always an uplifting time to see them return to their roots in the villages and be with other aboriginal young people who understand them.

As I had the opportunity to hear from Yueh-Han and Ali about their lives and ministry, I was struck by all that they have had to endure, and yet they are pastors of hope and faith. Yueh-Han expresses no rancor toward the man who shot him and confined him to a wheelchair. He and Ali have joined with their daughter-in-law to share their faith with their three grandchildren. They deeply miss their son, but they trust that he is in heaven and one day they shall meet again.

So often I am invited to aboriginal churches to share the Good News of the Gospel, but as I watch and listen to my aboriginal brothers and sisters, they share the Good News with me by the power of the witness of their lives.

Fonte: Presbyterian Mission - PCUSA. Disponível em: https://www.presbyterianmission.org/




Rev. John McCall
John McCall is a mission co-worker serving in Taiwan.  He teaches courses on ministry and spiritual formation to pastors and lay leaders of the Presbyterian Church of Taiwan (PCUSA) and works with pastors by facilitating one-on-one mentoring relationships and helping them develop intentional communities.

BENDITO REI QUE VEM!

Ingresso a Gerusalemme, Cappella degli Scrovegni a Padova, Italia
Giotto di Bondone (1267-1337) 

No fim da Quaresma, iniciamos o Domingo de Ramos (Mt 21.1-11; Mc 11.1-11; Lc 19. 28-49; e, Jo 12.12-19). É a Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém. A ida de Jesus a Jerusalém já havia sido predita conforme o registro de Lucas 9. 51-56, quando os Samaritanos não o receberam em sua aldeia. Jesus, e os Discípulos que o acompanhavam seguiram para outra aldeia e pelo caminho o Mestre ia dando ensinos importantes para eles, quando fossem deixados a prosseguir como líderes cristãos, sem a presença de Jesus. Essa foi a última viagem de Jesus a Jerusalém (Lc. 9. 51-56). Jesus desviou o caminho por uma vila samaritana hostil. Assim, em vez de passar por Samaria, ele tomou um caminho aparentemente mais longo, por Citópolis, atravessando para o lado leste do Rio Jordão, indo para o sul. Atravessando novamente o Rio Jordão próximo a Jericó, subindo pela montanha até Betânia, chegando a Jerusalém.

        Jesus, após deixar a aldeia dos samaritanos, da qual foi-lhe rejeitada a entrada, chegou a uma aldeia, Betfagé, perto de Betânia, junto ao Monte das Oliveiras, cerca de 3km de Jerusalém. Ali fala aos seus Discípulos e pede que dois deles se dirijam a uma aldeia fronteira de Jerusalém. Lá eles encontrariam um jumentinho preso e que jamais havia sido montado e por esse motivo tinha um motivo sagrado (Nm 19. 2 e I Sm 6. 7). Os donos do jumentinho não se opuseram a dar-lhe ao Senhor. De posse do animal jogaram as suas vestes sobre ele, o que serviu de sela, ajudaram Jesus a montar no animal e assim Ele desceu o pelo Monte das Oliveiras rumo a Jerusalém, onde entrou. O povo ao vê-lo, estendia suas capas e vestes no chão formando um tapete outros cortavam ramos de árvores e jogavam, “...a multidão dos discípulos passou, jubilosa, a louvar a Deus em alta voz, por todos os milagres que tinham visto, dizendo: Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas!" (Lc 19. 37 e 38).

        Com a Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém, cumpriu-se a profecia de Zacarias 9.9: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta”. Tal entrada é a declaração pública da messianidade, entretanto uma messianidade distinta, porque um Rei entraria montado num cavalo, animal mais nobre, de um conquistador. Já um homem montado no jumentinho, representava um homem de paz, mesmo o povo declarando “...Bendito é o Rei...” (Lc. 19. 38), esse povo não viu a ênfase demonstrada por Jesus, mas parece ter reconhecido a sua realeza. Diante dessa cena, os fariseus (grupo de judeus que rendeu-lhes a fama de hipócritas que apenas manipulavam as leis para seu interesse, sendo-lhe atribuído um grupo de religiosos aparentes) pediram que Jesus repreendesse os Discípulos, mas a resposta de Jesus foi bem enérgica: “Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão.” (Lc. 19. 40). Os fariseus não queriam que nada provocasse a reação dos Romanos, já que a Judéia era província de Roma. Jerusalém fazia parte da Judéia e seu Rei era Herodes I, ou Herodes, o Grande (73 a.C. – 4 d.C.), que apesar de ser judeu-helenista, teve garantida a sua realeza na Judéia pelo Cônsul romano Marco Antonio (83 a.C. – 30 a.C.). O Imperador Romano Augusto César, ou Otaviano, (63 a.C.- 14 d.C.) manteve Herodes no poder na Judéia.

        O Domingo de Ramos marca a ruptura de Jesus com os chefes dos judeus. Anuncia-se e proclama-se a realeza de Jesus, que vem com um projeto de Justiça, Amor e Paz. Os ramos significam a vitória de Jesus sobre a morte.

Diác. Nelson de Paula Pereira +
Igreja Presbiteriana do Brasil

DOMINGO DE RAMOS

A entrada triunfal de Jesus capturada em mosaico na Igreja Ortodoxa Grega de São Jorge, na Jordânia. Imagine-se na multidão. Seus aplausos se tornarão zombarias à medida que esta Semana Santa progride?


Domingo de Ramos / Paixão
5 de abril | Amanda Adams Riley *

Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada. Se alguém tem o dom de profetizar, use-o na proporção da sua fé. - Romanos 12: 6

Nossa igreja se reúne em um jardim no centro de San Pedro, Califórnia, USA. Os fiéis vêm de uma variedade de origens: desde trabalhadores de classe média, passando por aposentados e famílias desabrigadas e com insegurança alimentar, bem como pessoas com deficiência mental. Nosso jardim, que cultiva principalmente produtos e ervas, é administrado e mantido por voluntários.

Numa sexta-feira, Jonny entrou, apontou para a pequena palmeira perto da cerca da frente e disse: "Plantei isso. O nome dela é papai".
Olhei para a palma da mão e respondi: "Seus galhos precisam ser aparados".

Jonny pegou uma serra e começou a trabalhar. Jonny é esquizofrênico, já morou nas ruas, foi viciado e agora está sóbrio. Cinco minutos depois, Charles entrou, conversando sobre o bom trabalho que teve naquela manhã, trabalhando na fiação elétrica de um restaurante local. A próxima coisa que soube foi que Charles estava quebrando os galhos das palmeiras e levando-os para os fundos do jardim. Charles é indígena e vive nas ruas desde que o conheço. Como Jonny, Charles tem uma doença mental. No entanto, eles vêm ao jardim e encontram consolo. Eles encontram um propósito. Eles encontram comunidade.

Eles vêm ao jardim cuidar da palmeira papai, orgulhando-se de suas folhas saudáveis. E, enquanto sorriem, percebem que ambos desempenham um papel em nutrir algo tão bonito.

Deus doador, ajuda nossos olhos a se abrirem para olhar além dos rótulos, a fim de que possamos ver o filho amado de Deus que colocaste diante de nós. Amém.

Fonte: Presbyterian Church – PCUSA. Becoming a Beloved Community. A Matthew 25 journey to the cross. Presbyterians Today | 2020 Lenten Devotional.



* Ordenada em 2005, a Revda. Amanda Riley é ministra da Igreja Presbiteriana – PCUSA. Ela se formou no Seminário Teológico Princeton e na Universidade James Madison.