AS DIFERENÇAS DEVEM ENRIQUECER, NÃO NOS ENRAIVECER
O Senhor disse a Josué: “Neste dia começarei a exaltar-te à vista de todo
o Israel, para que saibam que estarei contigo como fui com Moisés”. Josué
disse: Por este meio saberás que entre vós está o Deus vivo, o qual, sem falta,
expulsará de diante de vós os cananeus, os hititas, os heveus, os ferezeus, os
girgaseus, os amorreus e os jebuseus.” - Josué 3: 7, 10.
Uau! E os filisteus? E há outros
que precisam ser subjugados? Passagens de língua tortuosa como essas são a
ruína dos leitores leigos e uma fonte de fascínio para muitos que ouviram essas
listas maravilhosas de nomes lidos em uma manhã de domingo. Eles são, é claro, uma
interpretação da diversidade étnica do mundo em que os hebreus marcharam sob
Josué e são uma “lista de inimigos” que se interpunha entre os filhos de Israel
e a Terra Prometida.
Mas a história é muito mais longa.
Na pessoa de Jesus, torna-se um desafio para aqueles que se atrevem a afirmar
que são “os escolhidos”, cujo futuro é garantido: “Mais tarde, seguiu Jesus a percorrer muitas outras cidades e povoados,
ensinando e caminhando em direção a Jerusalém. Foi quando alguém lhe indagou: Senhor,
haverão de ser poucos os salvos? E Ele lhes exortou: Esforçai-vos por adentrar
pela porta estreita, pois Eu vos asseguro que muitas pessoas procurarão entrar
e não conseguirão... Ali haverá grande lamento e ranger de dentes, quando
virdes Abraão, Isaque e Jacó, bem como todos os profetas no Reino de Deus, mas
vós, porém, absolutamente excluídos. Pessoas virão do oriente e do ocidente, do
norte e do sul, e ocuparão seus lugares à grande mesa no Reino de Deus”. Lucas
13: 22–30.
Nós não somos cananeus, hititas ou
jebuseus, mas todos nós humanos somos parte da incrível mistura de raças,
tribos e etnias criadas por Deus. E a verdade é que desfiguramos o trabalho
feito pelo nosso Criador, escolhendo lados baseados em nossas identidades
tribais, ignorando o fato de que poucos, se é que algum de nós, pode
reivindicar qualquer pureza tribal ou étnica absoluta.
A maioria de nós que ousou pesquisar
nossa linhagem através do Ancestry.com
ou algum outro canal descobriu surpresas. Alguns até chegam ao ponto de decidir
que, quando marcarem a caixa nos formulários que indicam sua etnia, eles agora marcarão:
“Outros”.
Devemos abordar nossa identidade
racial e étnica com muito cuidado, lembrando que muitas vezes usamos esse senso
de identidade para dominar os outros que consideramos menos dignos. ISSO É
CHAMADO DE “RACISMO”!, e foi usado
para justificar a escravidão nos EUA, e ainda está em funcionamento em todas as
nações. O escritor e jornalista norte americano Ta-Nehisi Coates, enquadrou a
questão na linguagem mais clara quando escreveu: “Race is the child of racism, not the father.” (“A raça é o filho do racismo, não o pai”).
Onde quer que o racismo exista, é
sobre poder. Emprega categorias raciais fabricadas que determinam quem será
privilegiado, quem será ignorado ou negligenciado e quem será oprimido. Como
cristãos que reivindicam o amor universal de Deus em Jesus Cristo, vamos reivindicar
ativamente as promessas de um novo céu e de uma nova terra, em que as
diferenças tribais, étnicas e raciais proporcionam oportunidades de crescimento
e enriquecimento, em vez de instrumentos de conflito e opressão.
Vernon S. Broyles III é voluntário para testemunhas públicas no Escritório
da Assembleia Geral da PCUSA.
FONTE:
Presbyterian Misson Agency | Presbyterians Today | 08/02/2019.
https://www.presbyterianmission.org/story/pt-0119-justice/