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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

24 de agosto de 1954

Quando chegou de ambulância no Palácio do Catete por volta das 8h20m, o médico Rodolpho Perissé, 27 anos, de plantão no serviço externo do Hospital Souza Aguiar, não fazia a mínima idéia de quem precisava dos seus cuidados. Imaginou tratar-se de alguma pessoa das vizinhanças, vítima de um acidente.

Acompanhado por um enfermeiro, Perissé foi levado para o segundo andar. E ali, ao entrar no primeiro quarto do corredor à esquerda, deparou-se com a cena que jamais esquecerá.

Metido em um pijama com listas azuis e brancas, ensangüentado na altura do coração, jazia o corpo do presidente Getúlio Vargas. A cabeça estava mais para o meio da cama de casal onde costumava dormir. O resto do corpo, mais inclinado para a esquerda. Um dos pés pendia da cama.

Havia três pessoas sentadas na cama: Alzirinha, sua filha,o marido Amaral Peixoto e o ministro Tancredo Neves, da Justiça.

A mulher de Getúlio, dona Darcy Vargas, desabara inconsolável numa poltrona próxima da cama. E numa cadeira ao pé da cama, o filho do presidente, Lutero, parecia em estado de choque. Ao seu lado, o ajudante-de-ordem Hélio Dornelles.

Perissé usou seu estetoscópio para verificar se o coração de Getúlio ainda batia. Não batia.

Levantou uma pálpebra, depois outra. Por fim, pingou éter nos olhos do presidente. Nenhum reflexo pupilar. O corpo ainda não esfriara.

Constatou marcas de pólvora nas mãos de Getúlio, indicando que ele as usara para aproximar o cano do revólver do seu mamilo esquerdo e puxar o gatilho. Ele atirou por cima da roupa.

– O que vão fazer com ele? – gemeu dona Darcy.

– O presidente Getúlio Vargas está morto – anunciou o médico.

Alzirinha teve a impressão de que o pai esboçara um sorriso quando ela irrompeu no quarto dele depois ter ouvido o barulho seco do disparo. No instante seguinte, o sorriso sumiu.

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Hoje faz 57 anos que Getúlio Vargas saiu da vida para entrar na História.


http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2011/08/24/24-de-agosto-de-1954-na-cama-ensanguentado-399623.asp

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

19 de Agosto - Dia do Historiador

A proposta de homenagear os historiadores é de autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), um dos políticos mais capacitados para falar de educação neste país. Inicialmente, a data escolhida foi o dia 12 de setembro. Mas ai, foi proposta uma emenda, aprovada pela comissão, que alterava a data para 19 de agosto. Isso tudo foi registrado na LEI Nº 12.130, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2009.

O objetivo era aproveitar a data para homenagear Joaquim Nabuco, que nasceu no dia 19 de agosto de 1849. Nabuco, para quem gosta de História do Brasil, foi um dos maiores abolicionistas deste país. Também foi político, diplomata, jurista, jornalista, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e também Historiador.

Para homenagear a data de hoje, coloco aqui um trecho da justificativa do senador para criar o Dia do Historiador:

"Um povo sem história é um povo sem memória. Essa afirmação, mais que um dito já popular, é também uma verdade histórica, pois todos os agrupamentos humanos que não preservaram sua memória - em histórias, documentos, objetos de arte e arquitetura - acabaram sucumbindo a ditaduras e até acabaram por desaparecer da face da Terra.

Por essa razão, não apenas a disciplina que trata das histórias dos povos deve merecer nossa atenção, mas também os cientistas que se dedicam a essa tarefa tão nobre. Obviamente, a história se faz por seus protagonistas: lideranças políticas, religiosas e econômicas, por um lado; grupos populares, lutas contra a opressão e pela libertação, por outro. E para registrar tudo, o historiador.

E de tal modo é importante o papel dos historiadores que, por vezes, eles ajudam, também, a reconfigurar a história de um País. Ao lado da Filosofia e da Literatura, a História está presente desde os primeiros momentos da nossa tradição ocidental, constituindo um dos saberes mais antigos de nossa civilização."

Meus parabéns a todos os colegas Historiadores!

FONTE: http://saibahistoria.blogspot.com/2011/08/19-de-agosto-dia-do-historiador.html

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

12 de agosto de 1859 - desembarca no Rio de Janeiro o Rev. Ashbel Green Simonton

12 de agosto de 1859
Essa é data do desembarque do missionário norte americano, Rev. Ashbel Green Simonton, com apenas 26 anos de idade e solteiro.
o Rev. Simonton foi enviado pelo Board of Foreign Missions of the Presbyterian Church United States – PCUSA para implantar o presbiterianismo no Brasil.
O Rev. Simonton nas ceu em 20 de janeiro de 1833,em West Hanover, Condado de Dauphin, Pensilvânia, EUA.
Do origem escocesa-irlandesa, filho de William Simonton e Martha Davis Snosgrass. Estudou na Academia de Harrisburg e no Colégio de Nova Jersey. Formou-se no magistério e lecionou em Starkville, Estado de Mississipi. Em junho de 1855 ingressou no Seminário de Princeton. Licenciado pelo Presbitério de Carlisle em 14 de abril de 1858 e ordenado em 14 de abril de 1859. Em 18 de junho de 1859 embarca para o Brasil chegando em 12 de agosto de 1859.
Organizou a primeira Igreja Presbiteriana no Brasil, a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro em 12 de janeiro de 1862. Casou-se com Helen Murdoch em 19 de março de 1863 quando esteve nos EUA. Em 28 de junho de 1864 Helen faleceu de complicaões no parto, mas a menina sobreviveu e o Rev. Simonton deu-lhe o nome da esposa e mãe da menina - Helen.
Outras Igrejas seriam organizadas em seu período aqui no Brasil, a Igreja Presbiteriana de São Paulo (hoje Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo) , em 05 de março de 1865 e a Igreja Presbiteriana de Brotas, em 13 de novembro de 1865.
Em 16 de dezembro de 1865 fez parta da organização do Presbitério do Rio de Janeiro.
Faleceu prematuramente em 09 de dezembro de 1867, antes de completar 35 anos de idade, na casa de seu cunhado Rev. Alexander Latimer Blackford, à Rua Nova de São José, na capital do Estado de São Paulo, vítima de febre biliosa, mais conhecida como febre amarela, uma doença que assolava o Rio de Janeiro todos os anos, ceifando milhares de vidas. É provável que ele tenha saído do Rio de Janeiro já com a moléstia. Foi sepultado no jazigo nº 1 do Cemitério dos Protestantes, no bairro da Consolação, na Capital do Estado de São Paulo, hoje administrado pela Igreja Presbiteriana Independente do Brasil.
Por sua instrumentalidade 80 (oitenta) pessoas haviam feito sua pública profissão de fé. Deixou manuscritos muitos sermões que mais tarde, após a sua morte, foram publicados pelos seus irmãos sob o título de “Sermões Escolhidos”; escreveu um “Comentário bíblico sobre o livro de Mateus”; traduziu o “Breve Catecismo”; um folheto intitulado “Os meios necessários e próprios para plantar o reino de Jesus Cristo no Brasil”; dentre outros. A Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro possuía uma Escola Evangélica, ou Paroquial, ou Presbiteriana funcionando nas dependências do local onde a Igreja se reunia, com 70 (setenta) alunos; um Seminário o “Primitivo”, com 04 (quatro) alunos; o jornal “Imprensa Evangélica"; pontos de pregação em Lagoinha (em Santa Teresa), Ponta do Caju (atual bairro do Caju) e outros.
Merece um registro especial que Helen Murdoch Simonton, filha do Rev. Simonton morreu aos 88 anos, em 07.01.1952, solteira e sem filhos.



Sua determinação e confiança em Deus foram decisivos para a obra missionária no Brasil. Quando Simonton decidiu enviar sua proposta como missionário da Junta de Missões Estrangeiras, orou da seguinte forma: “A ti, ó Deus, confio meus caminhos na certeza de que o Senhor dirigirá meus passos”.
Após a morte do Rev. Simonton, o Rev. Blackford Pastor Efetivo da Igreja do Rio retorna de São Paulo para assumir o pastorado da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro.
Nessa ocasião a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro se reunia no Campo de Santana, esquina com a Rua do Conde (atual Rua Frei Caneca) e estava sob os cuidados Pastorais do Rev. Francis Joseph Christopher Schneider, Co-Pastor da Igreja. A Igreja ficou pouquíssimo tempo nesse local. Rev. Schneider foi eleito Co-Pastor juntamente com o Rev. Simonton, também Co-Pastor e o Rev. Blackford eleito Pastor Efetivo, em eleição realizada em 15.05.1863 entre os membros da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro.

Prof. Nelson de Paula Pereira


SIMONTON, Ashbel Green. Diário. Casa Editora Presbiteriana: São Paulo, 1982, p 125.