Como é angustiante a sensação de "perder o chão". É triste! É deprimente!
Esse sentimento, se é que podemos chamar assim, muita das vezes acontece quando depositamos e confiamos toda a nossa vida em algo ou alguém.
O pior é quando depositamos nossa vida, sonhos, planos, projetos, expectativas e tudo mais numa pessoa e ela de repente resolve sair da sua vida...por morte ou por separação. É um momento marcado por muita confusão, dúvidas, com a única certeza do desejo de querer paz e ser valorizado por tudo aquilo que se tem de melhor. A separação pode ser marcada pela oportunidade de refletir sobre tudo que se viveu, se permitiu viver e aprender a valorizar a capacidade de crescer cada vez mais, é definitivamente sair da zona de conforto.
Você não consegue ver mais nada a sua frente. O sol perde a luz, a lua perde o seu brilho, o sol não te aquece, o cheiro da sua comida preferida não faz mais sentido...ouvir música te faz piorar...filmes? nem pensar...
Como recomeçar? Essa é a via dolorosa. Não tem previsão de término. É um caminho dolorido, de espinhos, de feridas, de saudade, de recordação...nada tem sentido para você. Você quer dormir e só acordar quando tudo tiver passado... Ou tomar um remédio esperando que em poucos minutos tudo passe.
Desapegar, "desamar" é difícil. Ao seu redor tudo faz recordar o passado. O que fazer? Essa tarefa não é fácil. É difícil, mas não impossível.
Durante o período da saudade, vive-se uma alternância de raiva e tristeza. Raiva pelo que aconteceu e da forma que aconteceu e tristeza por tudo de bom que se viveu e não vive e não se viverá mais.
De fato, os momentos de saudade e tristeza pelas lembranças do passado são inevitáveis, mas é importante vivê-los consciente de todo o aprendizado, e dar ao passado o direito de existir sem que para isso precise te destruir. Ninguém pode evitar a sensação de abandono e a falta de quem se foi faz em sua vida, mas também ninguém pode te privar de que sinta uma força interior que aos poucos irá adquirir ao se permitir estar em paz consigo mesmo. E isso não tem preço!
O tempo é o melhor remédio? Sim. O tempo cura, fortalece, revigora...a espera que é dolorida. E nesse aspecto me vem a mente as palavras do Salmista Davi. "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem ao amanhecer" (Salmos 30. 5). Mas esse passar a noite não é o tempo literal, kronos. É o tempo kairós. O tempo de Deus que "...um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia." (2ª Pedro 3. 8). Como saber quando essa aflição passará?
Um coisa é certa. Na vida tudo passa. E fica o aprendizado.
4 comentários:
Gostei
Lindo muito bom
Muito bom!
Simplesmente lindo!!!
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