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sexta-feira, 12 de agosto de 2016

157 ANOS DA CHEGADA DO REV. ASHBEL GREEN SIMONTON AO BRASIL

Rev. Ashbel Green Simonton (1833-1867)

Hoje, 12 de agosto, comemoramos a chegada do Rev. A. G. Simonton ao Rio de Janeiro, Brasil, e não o aniversário da Igreja Presbiteriana do Brasil, pois a primeira igreja organizada só ocorreu em 12 de janeiro de 1862, a Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro.

Abaixo, trechos do "Diário de Simonton" (SIMONTON, Ashbel Green. Diário. São Paulo: 2002, 2ª edição).

Uma homenagem ao nosso Pioneiro. Nesse mesmo Blog você encontrará uma matéria mais detalhada da vida desse jovem missionário. 

Acesse:

http://depaulaohistoriador.blogspot.com.br/2011/08/12-de-agosto-de-1859-desembarca-no-rio.html

Um forte abraço,

Diác. Nelson de Paula Pereira
Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro
www.nelsondepaula.com



Quinta-feira, 11 de agosto de 1859, 9 da manhã
Podemos ver o arrojado promontório do Cabo Frio a cerca de sete milhas. Em dias claros pode ser visto a trinta milhas de distância. É, para o viajante ao Rio, o que as colinas Neversink são para o porto de Nova York: ponto de partida e ponto de regresso.

Cabo Frio s/d

Quinta-feira, 9 da noite
Estamos agora sem vento à entrada do porto do Rio. A famosa montanha do Pão de Açúcar e o Corcovado estão bem visíveis, iluminados pela luz da lua cheia a dez ou doze milhas de distância; o pesado som das ondas batendo nas pedras da praia enche o silêncio da noite. Subi a uma verga, justamente quando o sol se punha atrás do Corcovado, e fiquei quase uma hora observando o crepúsculo. Sentiria dificuldade em descrever a emoção que tomou conta de mim ao ver aqueles picos altaneiros dos quais tenho ouvido falar e lido tantas vezes, os quais me dizem que a viagem terminou e cheguei ao meu novo lar e campo de trabalho. Minhas emoções eram tão conflitantes que não seria possível descrevê-Ias com fidelidade. Os sentimentos predominantes eram o contentamento pelo final feliz de uma longa viagem e o temor pela grande responsabilidade e pelas dificuldades do trabalho que esperava por mim. Minhas razões de alegria são fáceis de entender, mas a incerteza do futuro pesa solene e temivelmente, a ponto de moderar as expressões de contentamento.

Marc Ferrez. Entrada da baía de Guanabara, vista de Niterói, c. 1890. Rio de Janeiro, RJ / Acervo IMS
Vista do Rio de Janeiro, 1859. Desenho de J. Schroeder/Gravadores Gilquin e Dupain

Sexta-feira, 12 de agosto de 1859, 9:30 da manhã
Estou acordado desde as quatro da manhã observando as manobras para adentrar o porto contra o vento e a maré. É um lugar lindo, o mais singular e impressionante que jamais vi. Nunca teria imaginado tal porto, com beleza sublime, protegido de ventos e ondas, e capaz de defesa contra ataques de mar ou de terra. Está em uma baía rodeada de curiosas ilhas de pedra, altas e sólidas. Algumas parecem ovos flutuando na água com uma das pontas para cima; outras, a outra ponta. Nos topos de algumas, igrejas ou casas de lazer se equilibram. Uma dessas casas parece ninho de ave em cima de uma torre de igreja, a quase 1.100 pés de altura. A entrada do porto tem somente meia milha de largura; de um lado há um arrojado promontório, sobre o qual está a Fortaleza de Santa Cruz," com pesados canhões protegendo as muralhas; do outro lado alteia-se o Pão de Açúcar a uma altura de 1.200 pés. Estamos ainda na entrada do porto, mudando de curso a cada minuto, ora na direção do forte, ora chegando a pequena distância do Pão de Açúcar. A água é tão profunda que a única preocupação dos navegantes é não quebrar o mastro horizontal da proa batendo de um ou outro lado. A cidade está a cerca de duas milhas, sobre uma grande extensão de vales e montanhas; brilha ao sol com suas paredes caiadas de branco. Fazendo fundo para essa linda pintura, há uma cadeia de morros altos e montanhas. Desfiz-me de minha roupa de viagem, dando-a ao cabineiro em agradecimento pelos serviços que me prestou durante a jornada. Estou pronto para desembarcar.

Leuzinger, Georges (1867)



Praia de Botafogo, com o morro do Corcovado ao fundo, 1862 | Augusto Stahl / Coleção Gilberto Ferrez / Acervo IMS







Glória 1865

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