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sábado, 30 de maio de 2009

CHÃO DE ESTRELAS




Minha vida

Era um palco iluminado

Eu vivia vestido de dourado

Palhaço das perdidas ilusões

Cheio dos guizos falsos da alegria

Andei cantando a minha fantasia

Entre as palmas febris

Dos corações


Meu barracão no morro do salgueiro

Tinha o cantar alegre de um viveiro

Foste a sonoridade que acabou

E hoje,

Quando do sol,

A claridade

Cobre o meu barracão,

Sinto saudade

Da mulher pomba-rola que voou


Nossas roupas comuns

Dependuradas

Na corda,

Qual bandeiras agitadas

Pareciam um estranho festival!

Festa dos nossos trapos

Coloridos

A mostrar que nos morros mal vestidos

É sempre feriado nacional


A porta do barraco

Era sem trinco

E a lua, furando o nosso zinco

Salpicava de estrelas

O nosso chão...

E tu

Tu pisavas nos astros distraída

Sem saber que a ventura desta vida,


É a cabrocha,

O luar

E o violão...


A porta do barraco

Era sem trinco

E a lua, furando o nosso zinco

Salpicava de estrelas

O nosso chão...

E tu

Tu pisavas nos astros distraída

Sem saber que a ventura desta vida,

É a cabrocha,

O luar

E o violão...


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