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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

20 DE JANEIRO - UM MÁRTIR CRISTÃO

Pintura de Alessandro di Mariano di Vanni Filipepi, dito Sandro Botticelli

(Florença, 1º de março de 144517 de maio de 1510)

São Sebastião (França, 256 d.C. — 286 d.C.) originário de Narbonne e cidadão de Milão, foi um mártir e santo cristão, morto durante a perseguição levada a cabo pelo imperador romano Diocleciano. O seu nome deriva do grego sebastós, que significa divino, venerável (que seguia a beatitude da cidade suprema e da glória altíssima).

Nascimento 256

Falecimento 286

Veneração por Catolicismo, Igreja Ortodoxa, Umbanda

Festa litúrgica 20 de janeiro

Atribuições Flechas

HISTÓRIA

De acordo com Actos apócrifos, atribuídos a Santo Ambrósio de Milão, Sebastião era um soldado que teria se alistado no exército romano por volta de 283 d.C. com a única intenção de afirmar o coração dos cristãos, enfraquecido diante das torturas. Era querido dos imperadores Diocleciano e Maximiliano, que o queriam sempre próximo, ignorando tratar-se de um cristão e, por isso, o designaram capitão da sua guarda pessoal - a Guarda Pretoriana. Por volta de 286, a sua conduta branda para com os prisioneiros cristãos levou o imperador a julgá-lo sumariamente como traidor, tendo ordenado a sua execução por meio de flechas (que se tornaram símbolo constante na sua iconografia). Foi dado como morto e atirado no rio, porém, Sebastião não havia falecido. Encontrado e socorrido por Irene (Santa Irene), apresentou-se novamente diante de Diocleciano, que ordenou então que ele fosse espancado até a morte. Seu corpo foi jogado no esgoto público de Roma. Luciana (Santa Luciana, cujo dia é comemorado em 30 de Junho) resgatou seu corpo, limpou-o, e sepultou-o nas catacumbas.

Existem inconsistências no relato da vida de São Sebastião: Historicamente o edito que autorizava a perseguição sistemática dos cristãos pelo Império foi publicado apenas em 303 (depois da Era Comum), pelo que a data tradicional do martírio de São Sebastião parece um pouco precoce. O simbolismo na História, como no caso de Jonas, Noé e também de São Sebastião, é vista, pelas lideranças cristãs atuais, como alegoria, mito, fragmento de estórias, uma construção histórica que atravessou séculos.

O bárbaro método de execução de São Sebastião fez dele um tema recorrente na arte medieval - surgindo geralmente representado como um jovem amarrado a uma estaca e perfurado por várias setas (flechas); de resto, três setas, uma em pala e duas em aspa, atadas por um fio, constituem o seu símbolo heráldico.

Tal como São Jorge, Sebastião foi um dos soldados romanos mártires e santos, cujo culto nasceu no século IV e que atingiu o seu auge na Baixa Idade Média, designadamente nos séculos XIV e XV, tanto na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa. Embora os seus martírios possam provocar algum ceticismo junto dos estudiosos atuais, certos detalhes são consistentes com atitudes de mártires cristãos seus contemporâneos.

SÃO SEBASTIÃO NO FOLCLORE, NA LITERATURA E NO CINEMA

São Sebastião foi o ícone de várias expressões artísticas. A Pintura há muito o nomeou como modelo de pintores da Renascença.

Na literatura, São Sebastião teve sua trajetória contada no livro "Perseguidores e Mártires" , do escritor italiano Tito Casini. Ainda na literatura, foi um dos personagens centrais do romance "Fabíola" (também intitulado "A Igreja das Catacumbas"), escrito em 1854 pelo Cardeal Nicholas Wiseman.

A Obra de Wiseman foi levado para as telas de cinema em 1949, num filme francês homônimo dirigido por Alessandro Blasetti, e estrelado por Michèle Morgan, e com o ator italiano Massimo Girotti no papel de São Sebastião. Um Remake cinematográfico do romance de Wiseman foi realizada em 1961, na Itália, com o título "La Rivolta degli Schiavi ("A Revolta dos Escravos ), dirigido por Nunzio Malasomma, e protagonizada pela estrela norte-americana Rhonda Fleming, tendo o romano Ettore Manni como o santo mártir.

FESTEJOS EM HOMENAGEM A SÃO SEBASTIÃO

No Brasil, ele é celebrado com festas e feriados no dia 20 de janeiro como padroeiro de várias cidades:

Acre: Xapuri.

Bahia: Caturama, Alcobaça, Caravelas, Itambé, Trancoso, Cumuruxatiba e Maraú.

Ceará: Apuiarés, Choró, Ipu, Monsenhor Tabosa, Mulungu, Nova Olinda e Pedra Branca.

Goiás: Rio Verde e Palmeiras de Goiás.

Mato Grosso: Alto Garças.

Mato Grosso do Sul: Maracajú.

Maranhão: Presidente Dutra

Minas Gerais: Espera Feliz , Andrelândia, Montes Claros, Alpinópolis, Carlos Chagas, Andradas, Cruzília, Coronel Fabriciano, Brumadinho, Leopoldina, Bom Jardim de Minas, Lagoa Dourada, São Sebastião do Paraíso, Papagaios, Pedralva e Salto da Divisa.

Pará: Altamira e Parauapebas.

Paraíba: São Sebastião de Lagoa de Roça, Picuí e São Bento.

Paraná: Paranavaí, Sengés, Jacarezinho, Andirá e Rio Branco do Sul .

Pernambuco: Caruaru, Jataúba, Limoeiro, Cabo de Santo Agostinho, Belo Jardim, Ouricuri e Lagoa de Itaenga.

Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, Barra Mansa, Três Rios, Aperibé e Araruama.

Rio Grande do Norte: Caraúbas, Equador.

FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_sebasti%C3%A3o


NA CATACUMBA DE SÃO SEBASTIÃO

ROMA –– O bom tempo que caracteriza as semanas de outubro na Cidade Eterna –– as ottobrate––oferecem ocasião única a quem deseja peregrinar pela capital da Cristandade.

O céu azul das manhãs contrasta com a pátina áurea da atmosfera, que banha a vegetação –– sempre verde––, monumentos e edifícios. O dia é curto, e já pelas 16 horas o sol se apresta em deitar seus últimos raios. Tudo se doura, exceto os verdejantes pinheiros romanos, por cujas copas filtram graciosamente os raios crepusculares.

Completam o quadro os milhares de pássaros em migração, para fugir aos rigores do inverno que se aproxima.

A poucos quilômetros de Roma, situa-se a Via Appia,construída há mais de dois mil anos, no tempo de Appius Claudius, estrada ao longo da qual os pagãos costumavam enterrar os seus mortos. Ligando Roma a Brindisi, no extremo sul da península, ela é ladeada por ruínas veneráveis. Aquela velha estrada, que evoca dois milênios de História, traz-nos à lembrança as legiões conquistadoras que deixavam a capital para manter e estender os domínios imperiais. Por ela passaram homens sem conta do mundo civilizado de então, desde os mais diversos estrangeiros atraídos pelo esplendor dos Césares, até mercadores em busca de lucro, além de escravos das mais variadas proveniências.

Pamilharam-na também os primeiros cristãos intrépidos à demanda da Metrópole, que estadeava a alegria desabrida dos prazeres terrenos, para ali levar as verdades eternas ensinadas por Nosso Senhor Jesus Cristo. E ao longo dela nossos maiores edificaram estes monumentos vivos, que são nossas igrejas, sobre os corpos dos santos.

"Monumentos vivos"! A expressão é exata, pois ali o incenso queima, a oração canta e os ornatos são de flores, mármores e ouro. Não são subterrâneos obscuros, são igrejas luminosas: claras pela luz da alegria católica e da vida sobrenatural da graça que por ali paira.

Naquela Via, na catacumba que leva seu nome, repousam sob o altar os restos do grande mártir romano, São Sebastião. E, por ocasião de seu suplício, ninguém jamais suspeitaria que, transcorridos quase dois milênios, povos da terra inteira para ali afluiriam a fim de venerar as suas relíquias sagradas e celebrar sua festa a 20 de janeiro!

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