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domingo, 23 de janeiro de 2011

PRESBÍTERO - as VERDADEIRAS CARACTERÍSTICAS (Parte II)




IRREPREENSÍVEL


É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível... 1 Tm 3:2

Alguém que seja irrepreensível ... Porque é indispensável que o bispo seja irrepreensível... Tt 1:6-7

Introdução

Começamos aqui uma série que visa compilar diversas fontes de informação sobre as qualificações de presbíteros enumeradas em 1 Tm 3:1-7 e Tt 1:5-9. Começamos com a informação léxica do grego e depois citamos o conteúdo de diversos comentários. Ao final, pretendemos tirar algumas conclusões pessoais.

Os comentários foram listados em ordem alfabética.

Grego

Em 1 Timóteo ανεπιληπτοζ - anepileptos

Strongs - que não pode ser repreendido, não censurável, irrepreensível

Rienecker e Rogers –Impassível de ser preso, irrepreensível, além de reprovação. A palavra não implica somente que o homem deve ter boa fama, mas que ele é assim reservadamente.

Em Tito ανεγκλητοζ anegkletos

Strongs - que não pode ser julgado, irreprovável, não acusado, irrepreensível

Rienecker e Rogers – sem acusação, irrepreensível.

Comentários

Broadman – A tradução da Revised Standard Version – "acima de qualquer censura" - parece muito forte. Easton traduziu "não acusável de má conduta". Paulo quer dizer que, dentro e fora da igreja, ele deve ter uma boa reputação.

D. A. Carson - de certa forma, inculpáveis. Isso não significa que essa pessoa é perfeitamente sem pecado; há muito na Bíblia contrariando esse tipo de expectativa. O que isso significa é que não há nenhuma inconsistência ou falta óbvia que todo o mundo concorda que esta lá e serve como uma repreensão àquele homem.

Jamieson, Fausset e Brown – não dando nenhuma causa justa para acusação.

João Calvino – Ele não pode estar marcado por nenhuma infâmia que enfraqueceria sua autoridade. Não há ninguém entre os homens que esteja livre de todo defeito. Mas uma coisa é ser marcado por um defeito comum, que não causa dano à reputação, porque são encontrados em homens de excelência, e outra coisa bem diferente é ter um nome deplorável ou estar manchado por alguma baixeza. Portanto, para que um bispo não fique sem autoridade, Paulo impõe que seja selecionado alguém que tenha uma boa e honrosa reputação, e que não possa ser acusado de nenhum defeito fora do comum.

John Gill – Não que se possa esperar que ele deva ser totalmente livre de pecado, ou inculpável aos olhos de Deus; mas alguém que seja assim diante dos homens e que não tenha sido culpado de nenhum crime notório e perverso; e particularmente, que não seja acusável de nenhum dos defeitos mencionados ou sugeridos a seguir.

John MacArthur – literalmente “não acusável” em um sentido criminal. Não há nenhuma acusação válida de transgressão que possa ser feita contra ele. Nenhum pecado flagrante ou evidente pode estragar a vida de uma pessoa que precisa ser um exemplo a ser seguido por seu povo. Este é o requisito universal para presbíteros; as demais qualificações são uma elaboração do que significa ser irrepreensível.

Matthew Henry – não deve estar sob nenhum escândalo; ele deve dar tão pouca ocasião para acusação quanto possível, porque isso seria um prejuízo para o seu ministério e traria reprovação sobre o seu ofício.
(Em Tito) Não absolutamente sem faltas, isso ninguém é, porque não há quem viva e não peque; nem totalmente sem acusação, isso é raro e difícil. O próprio Cristo e seus apóstolos sofreram acusações, apesar de não serem culpados. Em Cristo certamente não há nada culpável; e seus apóstolos não eram como seus inimigos os acusavam de ser. Mas o significado é que ele não deve ser alguém que tem um mau caráter; mas deve, em vez disso, ter boa reputação, mesmo entre aqueles que são de fora; não repulsiva ou escandalosamente culpado, de forma a trazer reprovação à santa função; ele não deve ser assim.

New American Commentary – um homem de caráter ilibado. Talvez seja um termo universal usado para cobrir toda a lista de virtudes que viria em seguida. É uma pessoa com um caráter tal que nenhuma pessoa pode propriamente trazer contra ela uma acusação de inadequação.

William MacDonald – Significa que ele não pode ser cobrado de nenhum erro grave. Não que ele não tenha pecado, mas, se comete falhas, deve conciliar-se com Deus e com os homens. Ele deve ser irrepreensível, não apenas de reputação inabalável, mas merecedor dela.
(Em Tito) de inquestionável integridade. Não se pode imputar a eles nenhuma acusação de falsa doutrina ou comportamento irregular. Isso não significa que estejam isentos de pecado, mas que, se cometem erros menores, estão prontos para corrigi-los pela confissão a Deus, pelo pedido de perdão à(s) pessoa(s) prejudicada(s) e pela restituição, se for o caso.

Conclusão

Esta qualificação não parece gerar muita polêmica. Aparentemente, como apontaram MacArthur e o New American Commentary, trata-se de uma "qualificação resumo" que engloba todas as outras. Uma maneira sintética de definir aquilo que ele iria esmiuçar em seguida. Parece fazer sentido, já que as duas listas começam com esta qualificação. Nota-se que comentaristas reformados tendem a ressalvar que não há homem verdadeiramente irrepreensível (veja Carson, Calvino, Gill, Henry e MacDonald) e que esta qualificação está apontando para a reputação geral do indivíduo, cujo desdobramento será feito nas demais qualificações. Isso dá também o tom da avaliação das demais qualificações que não pode ser de uma perfeição inatingível.

Além da forte ênfase moral, chama a atenção a preocupação de MacDonald em apontar que "não se pode imputar a eles nenhuma acusação de falsa doutrina". Fica bem claro também que esta qualificação está fortemente ligada a todo ensino bíblico do pastor como guia e exemplo para o rebanho. Exigir irrepreensibilidade neste sentido parece ser uma medida de bom senso cristão.

Fontes

Comentário Bíblico Popular – Novo Testamento – William MacDonald – Ed. Mundo Cristão
The Broadman Bible Commentary – Broadman Press
The MacArthur Bible Commentary – Thomas Nelson Publishers
Bíblia OnLine 3.00 – SBB
Definindo o que são presbíteros – artigo de D.A.Carson - http://www.bomcaminho.com/dac001.htm
The New American Commentary – Broadman Press
Chave Linguística do Novo Testamento Grego – Ed. Vida Nova

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