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sábado, 26 de março de 2011

Fundação da Igreja Presbiteriana e Construção do Cemitério de Protestantes de Cachoeira – Bahia

Breve Relato Histórico Sobre a Fundação da Igreja Presbiteriana e Construção do Cemitério de Protestantes de Cachoeira – Bahia

Luiz Cláudio Dias do Nascimento





















Para o pastor Gevaldo Simões, aquem agradeço pelas importantes informações históricas. Quero mais!
Para a comunidade presbiteriana de Cachoeira.

A partir de 1860, europeus provenientes da Inglaterra, Alemanha e Suíça, de orientação religiosa luterana e calvinista principalmente, chegaram ao Recôncavo baiano, motivados com a implantação da Tram Road of Paraguaçu – Estrada de Ferro do Paraguaçu - e com a industrialização e manufatura de fumos. Nessa época, a cidade de Cachoeira experimentava um momento de significativas tensões sociais em torno da abolição da escravatura, e também como uma cidade onde ocorria um expressivo processo de consolidação de expansão urbano-industrial, iniciado naquele século, que refletiria na sua definição e modernização espacial. O processo de industrialização e modernização, no entanto, teria conseqüências: ele coagiria a população pobre e negra a se agruparem em núcleos residenciais em zonas recuadas das zonas formais de expansão urbana.
Isto refletiria no afastamento do escravo e do liberto das zonas centrais e tradicionalmente habitadas pelos estratos superiores da sociedade local para as zonas marginais da cidade, fenômeno que vinha acontecendo desde o momento em que intensificou o processo de expansão da então vila, no final do século XVIII. O mais importante núcleo residencial negro de Cachoeira ficava localizado numa zona denominada Recuada. Nesse núcleo surgiram quatro agrupamentos (arruados). Eram eles: Curral Velho, Corta-jaca, Galinheiro e Bitedô. O Corta-jaca (depois denominado Rua de Belchior e atualmente a Rua e Largo dos Remédios) situava-se à margem do riacho Pitanga e distava, aproximadamente, 300 metros lineares da Rua da Ponte Velha (atualmente Rua 13 de março) , divisando, aliás, com um pequeno sítio onde se plantavam hortaliças e legumes. Era o agrupamento que fazia fronteira com a área urbana formal. Curral Velho (hoje Praça Marechal Deodoro) era o matadouro público, ligado ao Corta-jaca pela Rua do Rosarinho (atualmente Rua Alberto Rabelo) e à área formal pelas ruas da Faísca e Lama O agrupamento do Galinheiro localizava-se contíguo ao Corta-jaca, separado por uma praça que margeava o riacho Soberbo (hoje canalizado); era um arruado incrustado no sopé do morro Bitedô, que lhe servia de bastião.
Já o Bitedô era muito complexo. Tratava-se de um morro íngreme localizado a cavaleiro desses dois primeiros núcleos citados. Pela sua altura era possível ter uma visão panorâmica de toda a área urbana, inclusive de parte do Rio Paraguaçu. Junto ao morro Bitedô, numa depressão, formava-se outro morro muito maior, conhecido por Capapina. As terras da zona da Recuada pertenciam no início do século XIX a José Antônio Fiúza da Silveira e Souza. Antes do seu falecimento, parte dessas terras foi por ele vendida e doada para construção de igrejas, cemitérios e construção de casas, estas mediante pagamento de foros. O processo de urbanização que originaria o núcleo africano da Recuada teve início em meados da década de 1830.
Em 1841 a Câmara de Cachoeira designou o Pedreiro da municipalidade, José Marinho Falcão, a proceder-se a vistoria e alinhamento requerido por José Antonio Fiúza da Silveira e Souza, em uma porção de terreno baldio, de que o suplicante é proprietário, sito na mencionada rua da Pitanga, afim de nela levantar casas, e sendo aí foi feito pelo suplicante apresentado a Camara o dito terreno pedindo que lhe mandasse alinhar da quina da casa de Claudina Maria da Silveira a findar quase no morro que fica em direção a rua do [largo do] Remédio . No dia 15 de janeiro de 1853, o referido José Antônio Fiúza da Silveira envia oficio à Câmara de Cachoeira, dizendo que: Sendo proprietário dos terrenos místicos [mistos, vizinhos] a Igreja Nova denominada Capella do Rosário [igreja dos nagôs], no alto por detrás do antigo curral, que inda se achão aqueles terrenos sem conveniente alinhamento para os arruamentos e como já tinha o supplicante adquirido pessoas que quisessem edificar suas propriedades nos mencionados terrenos não podendo o supplicante dar arruamento sem que V.V.S.S vim ao indicado lugar juntamente o pedreiro desta Camara para fazer o mencionado arruamento tanto para aformosiação desta cidade como para sentença publica . Fiúza se referia no seu ofício à Câmara, não aos terrenos à colina onde em 1842 havia sido erigida a mencionada Capela do Rosário, e sim às terras do antigo curral (atualmente a Praça Marechal Deodoro), e adjacências (Corta-Jaca, Galinheiro e Bitedô). Baseado em outro documento datado de 1839, o curral e matadouro haviam sido deslocados para outra zona, em terras de sua propriedade, atualmente denominada Avenida São Diogo .
Em 1858, as terras que hoje compreendem a Praça Augusto Régis (antigo Rua do Moinho), incluindo o morro Bitedô (atualmente Alto do Cruzeiro ou Manoel Vitório) e Rua 28 de Junho (antiga Rua do Cemitério) e Rua Stela, foram compradas por José Joaquim d’Oliveira. Consta no livro de registro de terras de Cachoeira de 1858 que: José Joaquim d’Oliveira, morador n’esta Freguesia, possue uma sorte de terras no rio Pitanga d’esta cidade, que as houve pôr compra a José Antonio Fiúsa da Silveira, e se divide com as do vendedor pelo outeiro fronteiro [Bitedô] ao Moinho até seu cúme; deste a estrada que vai do simiterio para Belém [ladeira que sobe para o Bitedô], por esta até encontrar com terras de Francisco Fernandes da Costa, dividindo-se com este até o Rio Pitanga com Domingos Joaquim de Vasconcellos com Domingos Moreira, com Alberto Teixeira Guedes, com José Caetano Alvim, e com Antonio Moreira Barreto, conforme escritura. Cachoeira, 28 de julho de 1858. O Vigário Dionísio Borges de Carvalho. Desde a década de 1840 a Recuada se caracterizava também como zona agrícola e industrial.
Em 1838, Manoel Vasconcelos de Souza Bahiana fundava em Cachoeira a segunda fábrica de rapé da Província na localidade do Pitanga, próximo ao morro Bitedô, que aparece no documento acima citado Domingos Joaquim de Vasconcellos. Em 1870 a propriedade foi vendida ao italiano Jaccomim Vaccarezza, que, além de preservar a fábrica de fumos, se estabeleceu também com uma serraria e fábricas de pequenas e elegantes caixas de madeira utilizadas para acondicionamento de charutos e cigarrilhas. Em 1860, uma iniciativa do vereador José Ruy Dias d’Affonseca, foi aprovada em Câmara a implantação de uma ferrovia ligando Cachoeira a Feira de Santana. A Lei número 124, de 16 de junho de 1865, autorizou o início das obras da Tram Road of Paraguaçu, Estrada de Ferro do Paraguaçu, depois Brazilian Imperial Central da Bahia Railway, Imperial Estrada de Ferro Brasileira Central da Bahia. A implantação da ferrovia em Cachoeira ocorreu no momento em que europeus de variadas nacionalidades chegavam a Cachoeira como técnicos especializados empregados na ferrovia, ferreiros, artífices e como comerciantes. Na década de 1870, Cachoeira absorveu significativo número de capitalistas alemães provenientes principalmente de Bremen e Hamburgo, que investem na cultura e manufatura do fumo. Esse novo segmento social contribuiria para a definição espacial da área urbana de Cachoeira, que expandia com maior intensidade nesse momento para os espaços do antigo rossio . Contribuiriam também para introduzir novos hábitos e idéias científicas. Cachoeira em meados do século XIX inaugurava salas de vistas (como eram denominadas as salas de cinema), teatro, clubes sociais, tal como o Clube dos Alemães, este na outra parte de cidade, atualmente São Felix, e o pensamento da sociologia de Herbert Spencer circulava através de extensos artigos publicados nos semanários locais.
Evidentemente, a zona fumageira do Recôncavo baiano não abrigou uma colônia alemã como ocorreu no Sul do país. Entretanto, um número significativo de famílias de europeus de variadas nacionalidades (ingleses, alemães e suíços) e, como já foi mencionado, de orientação religiosa protestante (mormente presbiterianos e luteranos), fixaram residência em Cachoeira e São Felix nesse momento. A presença de protestantes ensejou evidentemente a fundação da Igreja Presbiteriana e, consequentemente, a construção do Cemitério de Protestantes.

Fundação da Igreja Presbiteriana de Cachoeira

Segundo o historiador e pastor da Igreja Presbiteriana, Gevaldo Simões, “a Igreja Presbiteriana de Cachoeira foi fundada no dia 12 de setembro de 1875 , com apenas três membros comungantes: os reverendos. James Theodore Houston, Francis Joseph e Christopher Schneider”. De acordo com o historiador Gevaldo Simões, os mencionados reverendos chegaram ao Brasil entre as décadas de 1860 e 1870, filiando-se ao Presbitério do Rio de Janeiro. Schneider, o terceiro missionário presbiteriano vindo para o Brasil em 1861, transferiu-se do Rio de Janeiro para a Bahia em fevereiro de 1871, fixando residência em Salvador, tendo organizado a igreja presbiteriana soteropolitana no dia 21 de abril de 1872. Houston chegou à Bahia, vindo dos Estados Unidos, no final de 1874, a fim de colaborar com Schneider no seu ministério religioso, transferindo-se para a cidade de Cachoeira no dia 31 de dezembro daquele mesmo ano de 1874, permanecendo nessa cidade até 1877, quando se transferiu para o Rio de Janeiro.
De 1877 a 1880, o templo presbiteriano de Cachoeira esteve sob os cuidados do Rev. Robert Lenington. A partir daí, assumiu o cargo de pastor o reverendo. Alexander L. Blackford, o segundo presbiteriano europeu a chegar ao Brasil com função missionária. De 1884 a 1886, Blackford foi auxiliado no campo baiano por Jonh Benjamin Kolb, que em seguida transferiu-se para Sergipe. Em 1891 a 1892 assumiu a liderança religiosa o reverendo Woodward E. Finley, e Edgard M. Pinkerton, que foram sucedidos de 1892 até 1902 pelo pastor George Whitehill Chamberlain, que residiu em Salvador, Feira de Santana, Cachoeira e São Félix, viajando extensamente pelo interior.
Entre 1902 e 1905, residiu em Cachoeira o Rev. William Alfred Waddell, genro de Chamberlain. Em 1906 a família Waddell seguiu para a Chapada Diamantina, onde fundou o famoso Instituto Ponte Nova, nome certamente inspirado na rua onde estava sendo construído o templo presbiteriano de cachoeira. Nessa época também trabalhou na Igreja de Cachoeira o pastor Pierce Chamberlain, filho de George Chamberlain. A partir de 1903 assumiu o pastor Henry John McCall, que também trabalhou em Muritiba, Feira de Santana, São Gonçalo dos Campos e outros locais pertencentes à jurisdição de Cachoeira onde residiam alemães ligadoa à plantação e exportação de tabaco. Nessa época, sete membros da igreja mudaram-se para Canavieiras, organizando a igreja presbiteriana naquela cidade no dia 26 de setembro de 1906. A seguir, a Igreja de Cachoeira teve o seu primeiro pastor brasileiro, o Rev. José Ozias Gonçalves (1906-1908). Ele reconstruiu o templo, que havia sido destruído por uma inundação. Sua esposa, Nefália, fundou um clube recreativo lítero-musical. No dia 7 de janeiro de 1907 foi organizado o Presbitério da Bahia e Sergipe, do qual o Rev. José Ozias foi o primeiro moderador.
No referido livro de atas da igreja presbiteriana de Cachoeira, referente ao período de 1875 a 1902, encontra-se anexado um folheto com o programa da “cerimônia da Casa de Oração à Rua da Ponte Nova”, com data de 7 de setembro de 1901. No ano de 1901 foi conseguida junto à então intendência municipal a doação de um terreno à margem do Rio Paraguaçu, na Rua Ponte Nova, tendo sido lançada em 7 de setembro de 1901 a pedra fundamental do templo. Em 1903 o templo foi concluído. O edifício que ainda conserva as mesmas características na sua fachada foi construído com um jardim gradeado com ferro batido e fundido. O pastor que coordenou a construção foi o Rev. George W. Chamberlain, que veio a falecer em 1902, sem ter visto a conclusão da obra. Por se localizar em área de aterro, foi gasta uma soma muito alta de dinheiro só para preparar o terreno e fazer os alicerces. O projeto de construção foi elaborado e executado pelo pastor.dr. William Waddell, que substituiu o pastor Chamberlain. O mestre de obras se chamava José Martins Alves. No ano da inauguração do templo a igreja tinha 97 membros. Depois de três anos de inaugurado, em 26 de outubr
o de 1906, o templo desabou em conseqüência de uma enchente, deixando seis pessoas feridas.
O Rev. Henry McCall, que viajaria em missão para os Estados Unidos, resolveu adiar a viagem e trabalhar na reconstrução, o que ocorreu em 1907 na gestão do citado pastor José Ozias Gonçalves. Na década de 1970, de forma impensada, foram trocados os janelas laterais do templo por basculantes, descaracterizando parcialmente o edifício.

A Fábrica de Charutos Suerdieck

Residência dos diretores da Suerdieck. Foto abaixo, à direita, prédios da primeira unidade fabril da Suerdieck. Ã esquerda, prédio da segunda unidade fabril.




























Subsequente à fragmentação do espaço da plantation açucareira no Recôncavo baiano, a partir da segunda metade do século XIX, emergiu uma “agricultura rudimentar doméstica [roças] baseada em redes familiares, que engendrou outros modos de relações sociais entre escravos, entre
estes e
os libertos, e a consolidação de espaços sociais alternativos no próprio sistema plantocrático” . Segundo Marcelin, no tocante a Cachoeira “essa relação peculiar com o regime do tempo e a organização do espaço de produção introduziram outras esperanças de vida dos escravos, principalmente relacionadas à acumulação de bens a fim de poder comprar sua liberdade, ou ainda no sentido de uma ativação dos laços familiares de modo a alcançar esse mesmo objetivo”. Isto tornou possível no contexto da produção do tabaco plantado em pequenas unidades agrícolas domésticas espalhadas em Cachoeira e em cidades e vilarejos próximos, que não só engendrou uma organização social distinta no Recôncavo como foi acompanhada de uma reorganização do trabalho, uma especialização profissional, que seria mais tarde absorvida pelas indústrias fumageiras locais, e na organização dos espaços e formação de núcleos residenciais negros em torno de unidades fabris. Nesse momento, como resposta ao estrangulamento da plantation açucareira, entrou em cena a agroindustrialização do fumo, que a partir de meados do século XIX passou a ser produzido em grande escala para atender o mercado europeu através do controle da exportação e capital alemão. Em 1838, Manoel Vasconcelos de Souza Bahiana fundava em Cachoeira a segunda fá
brica de rapé da Província.
Em 1842 seria instalada a primeira fábrica de charutos em São Felix, a Imperial Fábrica de Charutos Juventude, pertencente a Francisco Paes Cardoso. Em 1851, José Furtado de Simas inauguraria a Fábrica de Cha
rutos Fragrância. Em 1856, a firma Leite & Alves, do Rio de Janeiro, instalava sua filial em Cachoeira para produzir cigarros e cigarrilhas, a primeira da Bahia, que funcionaria até a década de 1970 . Em 1873, dois anos antes da fundação da Igreja Presbiteriana de Cachoeira, fundava-se em São Felix a Fábrica de Charutos Dannemann. Nessa mesma década seriam instaladas em Cachoeira as potentes fábricas de charutos Stein, Poock, intastalada na Rua 13 de Maio 7, na zona central da cidade da cidade de Cachoeira. No início do século XX, seria instalada a fábrica de fumos Suerdieck, com matriz em Maragojipe e filiais em Cachoeira Cruz das Almas. A unidade fabril da Suerdieck inicialmente funcionou em Cachoeira na Rua Formosa, importante zona comercial e endereço dos principais armazéns de fumos de Cachoeira, transferindo-se mais tarde para uma oura uniade a poucos metros da instalação inicial. Por volta de 1940 a empresa comprou, em mãos de Porcino José de Souza, a “chácara de número 84 [antiga número 12] à Rua dos Artistas”, ampliando a sua área industrial e área de plantio de tabaco para experimentação de sementes.. A “chácara” abrangia o Curral Novo (Avenida São Diogo) e a Rua Stela, conforme consta no livro de registro de notas de Cachoeira . Além da “casa de duas portas laterais de entrada, dez janelas de frente, duas salas de fundo, sete quartos, sala de jantar, cozinha e latrina”, o imóvel possuía ainda “quintal com um terreno no mesmo lugar, com 45 braças de frente, e trinta e duas [braças] de fundo”. Porcino José de Souza as adquiriu em 1937, em mãos de Felinta Chagas Vieira. Desconhece-se a relação profissional de Pocino José de Souza com a Suerdieck, mas é provável que tenha sido funcioná
rio graduado da empresa e intermediou a transação comercial como tal, visto que residia em Coqueiro, distrito de Maragojipe, onde, como já foi mencionado, funcionava a unidade fabril matriz da Suerdieck.
A Chácara pertencia a Felinta Vieira por herança de seu marido, Carlos Silvestre de Souza Farias, que por sua vez as adqui
riu em sociedade com João Pinheiro de Carvalho junto à Irmandade de Nossa Senhora da Conceição do Monte, em 3 de setembro de 1907. A Suerdieck, Dannemann e Costa Penna representavam, até meados do século XX, as maiores empresas fumageiras do Recôncavo baiano. Segundo o sociólogo Luis Aguiar Costa Pinto, essas empresas admitiam aproximadamente mil funcionários, a maioria constituída de mulheres. Além do quadro de operários diretamente empregados, as indústrias de fumo absorviam numerosa mão-de-obra, que eram contratadas temporariamente para o serviço de `destalamento` e seleção, que consistiam na retirada do pecíolo da folha de fumo e a subseqüente separação de ac
ordo a sua qualidade, trabalhos esses indispensáveis para garantir a boa qualidade de produto. Tratava-se de uma atividade doméstica, que além de absorver trabalho de famílias inteiras, garantia principalmente a geração de emprego e renda de parte de população . Desse modo, as indústrias fumageiras no Recôncavo baiano foi um propulsor de desenvolvimento econômico. Os operários fumageiros não especializados eram, na sua maioria, constituídos de indivíduos oriundos da escravidão. Um questionário com doze perguntas apresentado pelo Ministério em 1881 com o objetivo de traçar o perfil das indústrias fumageiras do Recôncavo baiano evidencia a sua estrutura funcional. O quesito 5, que questiona os meios de produção, as empresas responderam unanimemente que “os charutos são fabricados a mão”. Respondem que a matéria prima é o fumo superior das Mattas de São Felix, São Gonçalo e Pedrão, que pode-se calcular em cerca de 2:0000 arrobas por anno, do custo aproximado de 20$000 reis por arroba”. Respondem no quesito 8 que “os operários empregados no fabrico regular são 40 homens; 20 mulheres e 10 meninos, que ganham o salário de 2 até 12:000 reis por semana, conforme as suas habilitações de trabalho”. Mais adiante, no último quesito, diz que “os operários são geralmente sem instrucção e na maior parte anaphabetos”. Embora o desenvolvimento agroindustrial fumageiro no Recôncavo baiano tenha aumentado a produção anual e o número de operários e lucro, como foi observa
do por L
. A.Costa Pinto na década de 1940, o perfil do operário e seu salário não diferenciou muito daquela fábrica que em 1881 respondeu o questionário solicitado pelo Ministério da Agricultura. Embora não tenha sido o objetivo principal das companhias fumageiras de capital alemão absorver a mão-de-obra barata da população negra e especializada historicamente explorada no Recôncavo baiano, fica evidente que essas companhias se beneficiaram dessa aspecto. Atento para a boa qualidade e refinamento de seu precioso produto, os empresários alemães cuidaram em produzir o que de melhor pudessem para o exigente mercado europeu, visto que charuto era uma representação de status e refinamento social.



Para garantir o seu acesso no mercado, as grandes empresas não mediam esforços em absorver especialistas renomados. A Poock & Cia Fábrica de Charutos e a Suerdieck são casos exemplares. A Poock era uma empresa familiar instalada na Alemanha, que em finais do século XIX instalou filiais inicialmente no Rio Grande do Sul e depois em Cachoeira. Seus empregados que exerciam funções técnicas e outros funcionários graduados eram oriundos da Alemanha. Além de técnicos alemães, trabalhavam também em suas unidades fabris especialistas cubanos. A Suerdieck igualmente tinha em seus quadros funcionais trabalhadores alemães exercendo funções relevantes. O alemão Carl Kaorner, por exemplo, transferiu-se de Bremem, sua terra natal, para exercer função relevante na matriz maragojipana, transferindo-se em seguida para Cachoeira, onde exerceu função de gerente geral e constituindo família, que ainda hoje reside nessa localidade. Assim como o fundador da empresa, em 1945 Carl Kaorner retornou para seu pais. Naquele momento o Brasil ingressava na Segunda guerra Mundial como aliado norte-americano. As tensões sociais ocorridas no Recôncavo baiano em torno desse evento político representou um dos fatores basilares da decadência da industria fumageira nessa região, comprometendo principalmente a Suerdienck, que nesse momento representava a mais importante empresa, tanto em Cachoeira quanto em Maragojipe. Registra-e na tradição oral local que, em 1944, durante a festa em louvor a Santa Cecí
lia, quando ocorre em novembro uma expressiva manifestação popular dançante nas ruas de Cachoeira, Carl Kaorner, temendo uma reação violenta popular contra a empresa alemã, esse estendeu uma enorme bandeira do Brasil na fachada da unidade fabril, o que impediu uma possível reação popular. Conta-se ainda que em frente à fábrica a multidão dançante improvisou o seguinte verso:

Oh, Santa Cecília
Venha nos valer
Para a guerra acabar
E o Brasil vencer.


O Cemitério de Protestantes

Portal do Cemitério de Protestantes de Cachoeira
























No dia 13 de abril de 1857, a Mesa administrativa da Irmandade de São João de Deus da Santa casa de Misericórdia enviou ofício às irmandades religiosas católicas de Cachoeira solicitando a cada uma delas construir, à suas expens
as, carneiras no cemitério que estava sendo construído na cidade de Cachoeira .
Com exceção da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário do Sagrado Coração de Maria do Monte da Rua Formosa, conhecida como Irmandade dos Nagôs, que alegou possuir seu cemitérii
o próprio, construído em 1856, da Irmandade de Nossa Senhora da Ajuda, que não era constituída formalmente, e da Irmandade da Ordem Terceira do Carmo, a Confraria do Amparo autorizou construir 40 carneiras, a Irmandade do Santíssimo Sacramento, construiu 15 carneiras, a Irmandade do Senhor Bom Jesus da Paciência adquiriu 20, a de Senhor Bom Jesus dos Martírios 20, a de Nossa Senhora do Rosário 25, a Irmandade da Conceição do Monte construiu 12 e a Irmandade de São João de Deus construiu 50 carneiras. Dezessete anos depois, em 1874, a Irmandade de São João de Deus inaugurava o equipamento, que ganharia a denominação de Cemitério Piedade. Antes da construção formal do mencionado cemitério, a Irmandade de São João de Deus sepultava seus mortos, e os falecidos no seu hospital da Santa Casa de Misericórdia, num arrabalde da então vila, localizada na imediação da estrada que dava acesso ao Capoeiruçu, uma zona rural de Cachoeira. Esse cemitério foi criado provisoriamente e de forma emergencial para sepultar vítimas da epidemia do cólera morbus, que vitimou milhares de pessoas no Recôncavo baiano entre 1550-60. Numa data não especificada, próximo ao cemitério fundado pela Irmandade de São João de Deus na proximidade da estrada de Capoeiruçu, havia um cemitério construído por protestantes. O termo “protestante” remete ao grupo de europeus não portugueses (alemães, ingleses, suíços de orientação religiosa luterana e calvinista, isto é, protestantes) que, como foi mencionado acima, chegou a Cachoeira (por extensão ao Recôncavo baiano), motivado pela implantação da ferrovia e pela industrialização do fumo nessa região a partir da segunda metade do século XIX.
Baseado na data de fundação da Igreja Presbiteriana em Cachoeira, acima analisada, o referido cemitério, que era uma reivindicação desse grupo religioso, certamente foi construído em meados ou final do século XIX. Não dispomos de peças documentais que ofereçam suportes para afirmar, mas é possível afirmar que as terras onde foi erigido esse cemitério foram compradas por Feliciano José de Araujo Lima. Vale ressaltar que no livro de atas da Igreja Presbiteriana de Cachoeira, corforme relata o já mencionado pastor Gevaldo Simões Sobrinho, consta um texto intitulado “Palavras proferidas na ocasião de se enterrar o Sr. Feliciano José de Araújo Lima”. Diz o pastor Gevaldo Simões que Feliciano é o primeiro nome da seção de “Óbitos” do livro de atas, onde consta que ele faleceu no dia 8 de abril de 1877 e foi sepultado no dia seguinte “no terreno que ele mesmo comprou para servir de cemitério para os acatólicos na Cachoeira”. Seis anos depois do falecimento, em 1883, José da Costa Ferreira, “procurador da Sociedade Fraternal Evangélica”, solicita à Câmara autorização para construir “seu cemitério”transferindo do alto da Rua da Feira, onde presentemente é edificado, para o alto dos Currais Velhos, a um [ao] lado [do cemitério] da Santa Casa” . O “alto da Rua da Feira” em referência é hoje denominado Cucuí de Brito, com suas ruelas e becos. Já o “alto dos Currais Velhos a um lado da Santa Casa” citado no documento é seguramente a atual Rua Stela (ou Rua André Rebouças).
Neste sentido, podemos afirmar que sem embargo as terras onde atualmente está assentado o Cemitério de Alemães (e também de Protestantes, acatólicos,exclusivamente para edificação do referido cemitério, de Estrangeiros, etc.), foram adquiridas em 1883 através da referida Sociedade Fraternal. No mesmo ano de 1883, o conselheiro municipal Francisco Vicente de Oliveira emitiu parecer em sessão ordinária, dizendo que “Attendendo as necesidades sentidas na Freguesia de São Felix de um cemitério, e ainda attendendo a utilização rel que pode elle prestar áquella população, proponho que do producto do imposto sobre o fumo em folha arrecadado no município no próximo exercício seja designado a quantia de três contos de reis destinado excluzivamente para edificação do referido cemitério, a crescentando-se [sic] na redacção do respectivo paragrapho o seguinte: três reais sobre kilograma de fumo em folha exportado do município, tirando-se a quantia de 3:000$000 desta verba para ser aplicado exclusivamente a factura de um cemitério na freguesia de São Felix. Cachoeira, 30 de abril de 1883”.
O que se pode reter deste parecer é que o grupo de europeus protestantes moradores na zona fumageira do Recôncavo baiano se impunha pela sua inserção econômica na região, e também pela sua inserção política diferenciada enquanto um grupo que se unia de forma identitária, tendo como elemento de referência a sua orientação religiosa protestante. As terras onde foi erigido o cemitério de Alemães pertenciam à Irmandade de Nossa Senhora da Conceição do Monte. Como foi citado em linhas acima, Fiuza fez doações de parte de suas terras, que no limiar do século XIX estavam sendo urbanizadas. Certamente as terras que foram vendidas para a Sociedade Fraternal Evangélica pela Irmandade de Nossa Senhora da Conceição do Monte foi uma das que em épocas anteriores à década de 1870 foram para ela doadas por José Antônio Fiúza da Silveira ou por seus herdeiros em épocas posteiores. A partir dessas evidências, é possível concluir, que a aquisição da chácara por parte da Fábrica de Charutos Suerdieck não se limitou unicamente em ampliar a sua área industrial, muito menos dotar à empresa de um laboratório de seleção de sementes de fumos, como foi utilizado o antigo quintal da chácara.
Tudo o que foi aqui dito leva a crer que a sua aquisição teve também como objetivo resgatar um espaço que tinha um significado simbólico importante para um pequeno, mas significativo núcleo de europeus protestantes que deixou marcas indeléveis nessa porção territorial do Recôncavo baiano. O Cemitério de Protestantes, como já foi aqui assinalado, está localizado no cume de uma ladeira que dá nome Rua Stela, atualmente denominada Rua André Rebouças. Trata-se de uma rua estreita, onde à direita existem casas vernaculares construídas no sopé de uma propriedade rural fragmentada da antiga chácara, resultante da divisão de propriedade quando da venda efetuada pela Irmandade de Nossa Senhora da Conceição do Monte, em 1907, lado esquerdo existem casas igualmente vernaculares construídas no declive do limite dos quintais das casas da Rua dos Artistas, a antiga Rua do Mata Burro, atualmente rua dos Artistas. O cemitério é uma construção simples, pequena (aproximadamente 600m2), composto de um portal em estilo gótico, que evidencia sua influência européia, com portão de ferro batido, protegido por um muro de aproximadamente 2 metros de altura. Vizinho existe uma casa onde residia o coveiro e vigia, atualmente ocupado pelo filho de um por um antigo operário da Suerdieck e funcionário do cemitério. Na entrada do cemitério existem colunas de ferro fundido, que sustentavam uma cobertura de telhas com frisos laterais de materiais não identificado.
Em toda a extensão do cemitério os jazigos são dispostos de forma paralela uns aos outros. Os jazigos são separados paralelamente. No bloco à direita da entrada do cemitério os jazigos são diferenciados dos outros blocos. Nessa parte os blocos são menores, certamente porque destinavam ao sepultamente de crianças. São poucos os jazigos preservados nesse bloco, visto que foram violados sem motivos aparentes. As lápides são simples, pequenas e artisticamente diferenciadas das lápides de cemitérios católicos. São elas caixas construídas em tijolos que afloram do chão, cobertas por uma placa de mármore, pedras e granito e cercadas por uma grade de ferro fundido e artisticamente trabalhados. Na cabeceira, em vez de epitáfios que caracterizam as lápides católicas, a maioria é constituída de placas de mármore com inscrições em baixo relevo contendo o nome, data de nascimento e falecimento do indivíduo, escritos em alemão e e em inglês No Cemitério de Protestantes foram sepultados indivíduos pertencentes até a segunda geração de europeus chegados na década de 1870 e início do século XX, ou seja, até aproximadamente a década de 1960. Verifica-se, contudo, a existência de jazigos datados da década de 1980, alguns em verdade constituídos de restos mortais de indivíduos falecidos em épocas anteriores e sepultados em outros cemitérios, sendo posteriormente trasladados para jazigos familiares naquele cemitério.
Na década de 1950, no entanto, a Igreja Presbiteriana de Cachoeira não mais possuíam membros – ou possuíam poucos membros - de sobrenome alemão, inglês ou suíço, embora descendentes seus permanecessem residindo e se envolvendo por relações matrimoniais com antigas famílias portuguesas e até mesmo negras da região e professando outros segmentos religiosos cristãos não-protestantes (católicos, por exemplo). Em meados da década de 1950, por exemplo, padres missionários alemães realizavam missas na igreja matriz local, e procissões acompanhadas por alemães católicos residentes em Cachoeira e São Félix . Do mesmo modo, ao longo do tempo a Igreja Presbiteriana de Cachoeira foi aos poucos acolhendo adeptos de variados estratos sociais, étnicos e de outras orientações religiosas, inclusive adeptos do candomblé.
A Igreja Presbiteriana de Cachoeira, enfim, se tornou aos poucos, do ponto de vista da etnicidade, uma instituição mestiça. Por causa desses fatores, entre outros, atualmente o equipamento encontra-se abandonado. Tal desinteresse deve-se ao fato de a referida instituição religiosa ter perdido suas referências históricas. A maioria dos jazigos foi depredado ou sofreu degradação devido a ação do tempo, necessitando de urgente intervenção para conter a sua iminente destruição. Localizada em meio a uma área de recentes e desordenadas construções de casas, o equipamento sofre ameaça de ser invadido.
A Igreja Presbiteriana de Cachoeira não manifesta interesse em preservar o cemitério, embora, como foi discutido, seja de fato e de júri a proprietária do equipamento. Em 1914, o cachoeirano Augusto Duarte registrou o falecimento de Aurélia Bertha Kiesler, de 48 anos, “ocorrido às 11:30 h. na Rua 25 de Junho, filha do Conde General de Kiesler e da condessa de Kiesler, casada com Frederico Hüpsel, natural da cidade de Neustadt Oberschlenn Kreisrtadt, na Alemanha, residente em Cachoeira”. A nobre alemã era mãe de Oceanna, Alfredo, Carlota, Gertrude, Anna, Hebert, José e Elsa. Como já foi dito, observando-se os jazigos preservados, verifica-se que até a década de 1940 o Cemitério dos Protestantes não realizava regularmente sepultamentos, mas pelo menos abrigava restos mortais de “estrangeiros”. Analisando tais jazigos, é possível identificar nome de pessoas que ainda possuem descendentes em Cachoeira, ou de pessoas que não são naturais ou residem nela, mas que mantém relações afetivas por relações de ancestralidades.
Algumas famílias são aqui citadas a partir de inscrição de suas lápides. São elas: Sophia Martfeld, nascida em Bahia [Salvador], em 19 de março de 1870, era filha de Konrad Martfeld, alemão que se estabeleceu em Cachoeira como plantador e exportador de fumos. Possui descendentes em Cachoeira, que preserva ainda um pequeno fabrico de manufatura de fumo. Walter Dannemann; geb 8 marz 1890; gest 14 august 1892, (nascido em 8 de março de 1892 e falecido em agosto de 1892), filho de Gerald Dannemann; Gerald Dannemann era natural de Bremem. Gerald era filho de Gerald Dannemann e Ottilia Danneman, e casado com Aleluia Navarro, filha do Dr. Antonio Rodrigues Navarro de Siqueira e Joanna Navarro de Siqueira, naturais de Salvador. Gerald Dannemann nasceu em 23 de abril de 1851 e Aleluia em 7 de abril de 1860, sendo testemunhas de casamento Carl Friedrick Schramm, natural de Bremen, negociante em Salvador, e José Isidoro Reppol, baiano de Salvador, engenheiro. Sophia Schramm, geb 16 mai 1918; gest 31 october 1920, era filha de Otto Schramm. Outra família Sharamm, sem vínculo de parentesco com seu patrício Otto Schramm e Bertha Schramm. Esta Bertha Schramm foi casada com Heinrich Schramm, que era tia de Sophia Martfeld, que era casada com Alberto Conrado Martfeld. Consta no seu inventário que Bertha Schramm faleceu na casa do súbdito allemão Alberto Conrado Martfeld, num sobrado existente no fundo da Estação Ferroviária de Cachoeira, o qual era casado com sua sobrinha Sophia Martfeld Bertha. Heinrich Schramm possuía imóvel à Rua Ponte Nova, 5, e faleceu na casa do “súbdito allemão Alberto Conrado Martfeld, o qual era casado com sua sobrinha Sophia Martfeld”. Bertha possuía herdeiros no estrangeiro (Alemanha e Argentina). Residiu, depois de viúva, com o já citado negociante Alberto Conrado Martfeld. Ela era alemã e seus familiares eram ligados à Igreja Luterana, conforme documento anexado na arrematação . O alemão Alberto Conrado Martfeld, agora com o nome aportuguesado, era filho dos alemães Konrad Joseph Martfeld e Nitte Maria Martfeld, naturais de Bremen, Alemanha, ambos luteranos. Otto Schramm, “gest 18 de abril de 1869 geb 17 de marz 1934”, era proprietários de terras em algumas localidades próximas de Cachoeira, onde plantava tabaco para exportação e fornecimento para fábricas de fumos da região. Alguns descendentes residem atualmente em Brasília, Rio de Janeiro e Salvador; Rudolf Gaeschlin; geb 23/11/1877; gest 17/01/1938, fazendeiro e proprietário de terras na zona açucareira de Cachoeira. I
dentificamos cinco europeus de variadas nacionalidades moradores de São Félix que eram protestantes e foram sepultados no citado cemitério. Eram eles: Sydney Clement Dore, inglês, natural de Londres, maquinista da Estrada de Ferro Central da Bahia, casado com América Tavares, brasileira. Em 1890, ano de seu falecimento, Sydney tinha 23 anos. Era filho de Thomas Bert Dore e Maria Luísa Dore, O outro era Carlos [Carl] Cristiano Emilio Deter, filho de Henrique João Deters e Carolina Mendes Deters, 41 anos, natural de Hamburgo, Alemanha . Pedro Cupertino e Philomena Galizia. Pedro Cupertino era filho de Cupertino e Maria Rosa, italiano, 45 anos, Maria Rosa era viúva, 35 anos, filha de Nicolau Galizia Rosa. João Carlos Frederico Simões, filho legítimo de Frederico Simões e Helena Simões, 45 anos, natural da Alemanha, e Angélica Senhorinha Pereira Baião, 29 anos, natural de Salvador, filha de Manoel Marcolino Pereira Baião e Tecla Maria do Pilar Baião.
Felix Angelotti, filho natural de João Angelotti e Rosa Maria Angelotti, 32 anos de idade, e D. Cândida Laudelino de Queiroz, 16 anos, cachoeirana, filho de José Machado de Queiroz e Simpliciana de Jesus Queiroz, de São Felix. Igualmente europeus residentes em São Felix que possuem lápides no Cemitério de Protestantes são os cinco nomes que não foi possível encontrar referências documentais. São eles: Ernst Jorn; geb 27/11/1884 in Uslar Deutschland; gest 19 februar 1910 in São Félix; Johann Rudolf Schrader; geb in Barsbuttel, 17 august 1874; gest in St. Félix [São Felix] 24 april 1899; Franz L. Reiske – 28.IX.1901/01.11.1923; Erwin Stanffert; geb 03/01/1900; gest 22 de mai 1926; Franz Feuerherd; geb 17/01/1876; gest 09 de maio 1931.




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