O CADERNO
Pe. Fábio de Melo
Eu não sei se
você se recorda do seu primeiro caderno, eu me recordo do meu.
Com ele eu
aprendi muita coisa, foi nele que eu descobri que a experiência dos erros
Ela é tão
importante quanto às experiências dos acertos
Porque vistos
de um jeito certo, os erros,
Eles nos
preparam para nossas vitórias e conquistas futuras
Porque não há
aprendizado na vida que não passe pelas experiências dos erros.
O caderno é
uma metáfora da vida,
Quando os
erros cometidos eram demais, eu me recordo,
Que a nossa
professora nos sugeria que a gente virasse a página.
Era um jeito
interessante de descobrir a graça que há nos recomeços.
Ao virar a
página, os erros cometidos deixavam de nos incomodar e a partir deles,
A gente seguia
um pouco mais crescido.
O caderno nos
ensina que erros não precisam ser fontes de castigos.
Erros podem
ser fontes de virtudes!
Na vida é a
mesma coisa, o erro tem que estar à serviço do aprendizado;
Ele não tem
que ser fonte de culpas e vergonhas.
Nenhum ser humano
pode ser verdadeiramente grande
sem que seja
capaz de reconhecer os erros que cometeu na vida.
Uma coisa é a
gente se arrepender do que fez! Outra coisa é a gente se sentir culpado.
Culpas nos
paralisam. Arrependimentos não!
Eles nos
lançam pra frente, nos ajudam a corrigir os erros cometidos.
Deus é
semelhante ao caderno.
Ele nos
permite os erros pra que a gente aprenda a fazer do jeito certo.
Você tem
errado muito?
Não importa,
aceite de Deus essa nova página de vida que tem nome de hoje!
Recorde-se das
lições do seu primeiro caderno.
Quando os
erros são demais, vire a página!
Essa reflexão do Pe. Fábio de Melo é impressionante. Uma verdade.
Quando somos crianças os erros não tinham aquele peso de culpa de quando somos
adultos. Errar é humano. Não somos Deus. Ele, o Pai, nos perdoa sempre, seja
qual for a situação. O Papa Francisco disse certa feita que “Deus jamais se cansa de nos
perdoar. Nós é que nos cansamos de pedir perdão”.
O homem, entretanto, não perdoa! O perdão é uma
dádiva, uma virtude que poucos possuem. Muito perdoam por perdoar. Perdoam mas
não esquecem. Isso é perdoar? O significado etimológico da palavra perdão vem
do Latim perdonare, de per-, “total, completo”, mais donare, “dar, entregar, doar”. É deixar
ir a mágoa. É o que o Apóstolo Paulo disse em sua carta aos Colosensses 3, 13:
“Não fiquem irritados uns com os outros e perdoem uns aos outros, caso alguém
tenha alguma queixa contra outra pessoa. Assim como o Senhor perdoou vocês,
perdoem uns aos outros”.
O poema do Pe. Fabio
de Melo continua dizendo que: “Uma coisa
é a gente se arrepender do que fez! Outra coisa é a gente se sentir culpado. / Culpas
nos paralisam. Arrependimentos não!” E como lidar com isso? Como
identificar culpa X arrependimento? Culpa vem do Latim “culpa”, “negligência, descuido, dano,
crime”. Conduta negligente ou imprudente, sem propósito de lesar, mas da qual
proveio dano ou ofensa a outrem. Arrependimento vem do Latim re-, intensificativo, mais poenitere,“sentir contrição ou mágoa por
uma má ação”. É o ato ou efeito de arrepender-se (sentir mágoa ou pesar por faltas
e erros cometidos). Mudar de atitude, de procedimento, de parecer, voltar atrás
em relação ao compromisso assumido.
Fica claro que o
sentimento de “culpa” é inevitável, mas a postura de “arrepender-se” muda tudo.
O poema deixa isso bem claro quando diz: “Eles
nos lançam pra frente, nos ajudam a corrigir os erros cometidos.”
Mas sentir-se culpado,
reconhecer o erros, por conseguinte arrepender-se, não são provas de que alguém
vá liberar o perdão e continuar a amizade, o relacionamento ou a relação de confiança
entre dois seres. Tal atitude só acontece com nós, seres humanos. Os animais
não agem assim.
Diante de uma situação
em que o perdão não é “liberado”, que o sentido real do perdão deixado por
Jesus, conforme registra Mateus 5, 39-45, de oferecer a outra face ou ainda o
que registra Mateus 18, 21-22 de perdoar o quanto for preciso. Se o outro não libera
o perdão, lembre-se que se Deus não te acusa ninguém mais tem o direito. O Pe.
Fábio de Melo canta uma música (de autoria de Ziza Fernandes) que diz: “Eu sei não é fácil falar de perdão/O ódio
atrapalha e escurece a razão. (...) Não foi tua culpa liberta-te desse peso/Não
te tortures pensando que mal tens feito/Se Deus não te acusa ninguém mais tem o
direito/Tens mais uma chance de ser feliz/Ainda pode dizer ao amor/Que sim ...”.
Segue adiante, sem olhar atrás. Vive cada dia e nada mais. Deixe nas mãos de
Deus e tente dar tempo ao tempo.
Nelson de Paula Pereira
nelsondepaula@yahoo.com.br
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