A Ceia em Emaús.
Pintada em 1601. Por Caravaggio ( 1571-1610)
Atualmente localizada na National Gallery, em Londres.
Minhas irmãs e meus irmãos,
Como falamos
anteriormente, o Tempo Pascal não terminou. Ainda temos algumas semanas até a
Ascensão do Senhor e depois o Pentecostes, que nesse ano de 2016, serão
respectivamente nos dias: 05/05/2016 e 15/05/2016.
Depois da
Páscoa celebraremos a Ascensão do Senhor,
40 dias (Atos 1. 3) que Jesus ficou após a Ressurreição em aparições. Exemplos
dessas aparições nós encontramos na Bíblia, a Palavra de Deus: em Marcos 16.
14; Lucas 24. 50-52; João 20. 17; João 20. 29; João 21; Atos 1. 3.
Após a
Ascensão vem o Pentecostes, 50 dias
após a Ascensão. Pentecostes é histórica e simbolicamente ligado ao festival
judaico da colheita, que comemora a entrega dos Dez Mandamentos no Monte Sinai
cinquenta dias depois do Êxodo. Para os cristãos, o Pentecostes celebra a
descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e seguidores de Cristo, como descrito
no Novo Testamento (Atos 2. 1 – 13). Por esta razão o dia de Pentecostes é considerado
o dia do nascimento da igreja para a maioria das igrejas cristãs.
Recomendamos
a leitura de Atos 8. 26-40; Salmo 65 e João 6. 44-51, para aprofundar a nossa reflexão
da semana.
Nesse
período do Tempo Pascal as nossas leituras dão ênfase ao Evangelho segundo São
João e aos Atos dos Apóstolos, envolvidos em diversos ensinamentos do verdadeiro
cristianismo.
Atos dos Apóstolos
mostra como os Apóstolos e os discípulos dão testemunho de Jesus Cristo
Ressuscitado, ressuscitado na pessoa delas, que antes, medrosos e temerosos, se
tornaram pessoas audaciosas...enfrentado as autoridades, demonstrando ser novas
criaturas.
Uma das
características que destacamos em Atos dos Apóstolos é que a propagação do
Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo foi até o “fim do mundo”, Roma, que era considerada, na época a Capital do
Mundo. O livro de Atos em seu último capítulo (28), registra o Apóstolo Paulo
indo até Roma e termina, nos versos 30 e 31, o Apóstolo Paulo preso em sua
própria casa. No Direito, isso seria considerado uma prisão domiciliar.
O livro de
Atos também pode ser considerado o livro dos “Atos dos Discípulos” e o Evangelho segundo São Lucas os “Atos de Jesus” (Atos de 1. 1 – 11). Após
ser preso em Jerusalém, foi enviado a Roma (Atos 21. 27; 28. 16-38). De acordo
com a tradição cristã, foi solto da prisão e empreendeu trabalho missionário
adicional. R. M. Champlin, Ph. D. – um teólogo, cristão-protestante – diz que após
a liberdade do Apóstolo Paulo, ele esteve como Missionário na Espanha por cerca
de um ano. Preso novamente em Roma, foi decapitado num local fora da cidade por
volta do ano de 65 d.C.
Nem a
Bíblia e nem outra história qualquer conta explicitamente como ou quando Paulo
morreu. De acordo com a tradição cristã, e os Historiadores da época, dizem que
Paulo foi decapitado em Roma durante o reino do Imperador Nero (37. d.C. – 68 d.
C.) em meados dos anos 60 na Abadia das Três Fontes (em italiano: Tre Fontane) [Fonte: “Abbey of Saints Vincent and Anastasius"
na edição de 1913 da Catholic Encyclopedia]. O tratamento mais "humano" dado a Paulo, em
contraste com a crucificação invertida de São Pedro, foi graças à sua cidadania
romana. [Fonte: LASHWAY, Calvin. "HOW and WHERE did the Apostle Paul die?". Bible Study]. Vários autores cristãos da
Antiguidade já propuseram mais detalhes sobre a morte de Paulo. Eusébio de
Cesareia (265-339) - Bispo de Cesareia e é referido como o pai da história da
Igreja porque nos seus escritos estão os primeiros relatos quanto à história do
cristianismo primitivo, que escreveu no século IV d.C., afirma que Paulo foi
decapitado durante o reino do imperador romano Nero (37-68) [Fonte: Eusébio
cita Dionísio de Corinto em "25".
História Eclesiástica. The Persecution under Nero in which Paul and
Peter were honored at Rome with Martyrdom in Behalf of Religion]. Este evento
tem sido datado ou no ano de 64 d.C., quando Roma foi devastada por um
incêndio, ou alguns anos depois, em 67 d.C. A tradição cristã aponta muitos
locais de seu sepultamento. O mais recente foi a de junho de 2009, quando o
Papa Bento XVI anunciou os resultados das escavações realizadas que o túmulo de
Paulo estaria localizado na Basílica de São Paulo Extra-Muros, em Roma. O
sarcófago em si não foi aberto, mas foi examinado por meio de uma sonda e revelou
pedaços de incenso e de linho, azul e púrpura, assim como pequenos fragmentos
de osso, que foram datados por radiocarbono como sendo do século I ou II d.C.
De acordo com o Vaticano, isto é uma evidência a favor da tradição de que ali
está efetivamente o túmulo de Paulo. [Fonte:
FRASER, Christian. In: St Paul's tomb unearthed in Rome. Disponível
em Acesso em 14/04/2016].
Já o
Evangelho segundo São João é marcado com muitas referenciais pascais. A
comunidade cria na Ressurreição, praticava os ensinamentos deixados por Jesus e
enfatizados pelos Apóstolos e Discípulos. Mas não apenas criam, mas praticavam.
E é óbvio que isso provocava confrontos com a sociedade, não bem diferente dos
dias de hoje. Um aspecto há se destacar é a figura do cordeiro. O animalzinho
ao ser dirigido ao matadouro ele não resisti. Assim como Jesus, o Cordeiro Pascal,
que tira o pecado do mundo foi levado ao “matadouro”
e nada falou. Tal figura do Cordeiro-Jesus, comoveu o eunuco etíope que Filipe
batizou (Atos 8. 38). Você sabe quem foi Filipe? Ele foi Evangelista, um
missionário cristão do século I e um dos Setenta Discípulos. Ele é citado
diversas vezes no Atos dos Apóstolos, mas não deve ser confundido com Filipe
(apóstolo). Junto com Estêvão, era um dos sete “homens acreditados, cheios de espírito e de sabedoria”, ou seja
Filipe era um Diácono. E é,a te agora, o único registro que um Diácono ministrou
o Sacramento do Batismo em uma pessoa. Com a perseguição, Filipe seguiu para
Samaria e ali proclamou o Evangelho. A tradição diz que ele residiu em Trales,
na Lídia (hoje chamada de Aydın é uma cidade e distrito do sudoeste da Turquia.
É a capital da província homônima e faz parte da Região do Egeu) se tornando Bispo
da Igreja local até o fim dos seus dias.
Em
meu quarto tenho ao lado da minha cama um ícone pintado por um amigo, que me
presenteou, e que representa esse Cordeiro de Deus... O cordeiro de Deus
representa o Cristo sem mácula, que foi ao matadouro sem pecado (Is 53) e que,
por amor a nós, sacrifica-se sem culpa. Mas a história não termina aí, pois na
profecia de Apocalipse, ele é encontrado, junto ao Pai, e a ele são dados toda
a glória, a honra e o louvor.
Nesse
período Pascal, antes do Pentecostes, reflitamos e coloquemos em prática os
ensinamentos deixados por Jesus, por seus seguidores após a sua Ressurreição,
Ascensão e Pentecostes e vivamos a “Igreja
Primitiva”, deixando de lado tudo aquilo que nos afasta do verdadeiro
cristianismo. Sejamos sinceros. Não sejamos hipócritas. Ao mesmo tempo que
planejamos o mal ao nosso próximo “as
escondidas”, não façamos como os fariseus falando alto, ministrando a Palavra,
orando alto, dando grandes valores de ofertas e dízimos, financiando e
patrocinando projetos, abraçando em público aos olhos de todos, dando o ósculo
santo, tratando bem, como se nada houvesse acontecido. Isso é hipocrisia. É
pecado. Deus cobrará de nós qualquer suspiro mal intencionado.
Por fim, ore
comigo: “O Deus de Paz, que ressuscitou dos mortos a Jesus Cristo, Senhor
nosso, Grande Pastor das ovelhas, nos aperfeiçoe em todo o bem para fazermos a
sua vontade; e a bênçãos de Deus Onipotente, Pai, Filho e Espírito Santo, seja
conosco, e conosco habite eternamente. Amém.”
Diác. Nelson de Paula
Pereira+
Membro da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro
contato@nelsondepaula.com
nelsondepaula@yahoo.com.br
www.nelsondepaula.com
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