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sábado, 20 de abril de 2019

SEXTA-FEIRA DA SEMANA SANTA

Christ of Saint John of the Cross - Salvador Dalí (1904-1989)


Sexta-feira da Semana Santa
João 19: 1-3: "Então Pilatos tomou Jesus e mandou açoitá-lo. E os soldados teceram uma coroa de espinhos e a puseram na cabeça, e vestiram-no com um manto de púrpura. Eles continuaram vindo até ele, dizendo: 'Salve, rei dos judeus!' E golpeando-o no rosto".

Textos bíblicos para hoje: Salmo 22 | Isaías 52:13—53:12 | Hebreus 10:16-25 ou Hebreus 4:14-16, 5:7-9 | João 18:1—19:42

Quando a sexta-feira santa se aproxima e nos lembramos dos sons dos cravos e das sombras do Gólgota, devemos também lembrar quem somos como membros amados do corpo de Cristo. Espero que este dia nos faça lembrar Aquele que nos amou o suficiente para sofrer e morrer por nós.
Há uma bondade profunda na Sexta-feira Santa porque nos recorda a grandeza e a maravilha do amor altruísta de Deus. É na sexta-feira santa que me lembro de minhas deficiências, más escolhas e erros. E lembro-me de meu Salvador que me ama o suficiente para garantir que meus erros não me sobrecarreguem para sempre. O que há de bom na sexta-feira santa? Graça, redenção, sacrifício e amor.

MUDANDO PARA FRENTE: invista pelo menos trinta minutos em silêncio hoje.

A Sexta-feira Santa é um dia penitencial, mas também é uma celebração das boas novas da cruz. Portanto, retenha o paradoxo do dia na forma, no humor e nos textos bíblicos. A Sexta-feira Santa é um dia em que se permitem inúmeros momentos contemplativos e permite que o poder do silêncio fale por si.
Nenhuma cor, flores, velas ou materiais decorativos são apropriados na sexta-feira santa, exceto, talvez, “representações do caminho da cruz”.
A narrativa da paixão de acordo com João é lida na Sexta-Feira Santa, porque no coração da narrativa da paixão de João está a boa nova da cruz – a vitória da cruz. Assim, a ênfase de João na crucificação e na glória corresponde à tensão e ambiguidade do dia.

De acordo com os relatos nos evangelhos, os guardas do templo, guiados pelo apóstolo Judas Iscariotes, prenderam Jesus no Getsêmani. Depois de beijar Jesus, o sinal combinado com os guardas para demonstrar que era o líder do grupo, Judas recebeu trinta moedas de prata (Mateus 26:14-16) como recompensa. Depois da prisão, Jesus foi levado à casa de Anás, o sogro do sumo-sacerdote dos judeus, Caifás. Sem revelar nada durante seu interrogatório, Jesus foi enviado para Caifás, que tinha consigo o Sinédrio reunido (João 18:1-24).
Muitas testemunhas apareceram para acusar Jesus, mas seus relatos conflitavam entre si e Jesus manteve-se em silêncio. Finalmente, o sumo-sacerdote desafiou Jesus dizendo: “Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus.” (Mateus 26:63) A resposta de Jesus foi: “Tu o disseste; contudo vos declaro que vereis mais tarde o Filho do homem sentado à direita do Todo-poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.” (Mateus 26:64) Por conta disto, Caifás condenou Jesus por blasfêmia e o Sinédrio concordou em sentenciá-lo à morte (Mateus 26:57-66). Pedro, que esperava no pátio, negou Jesus por três vezes enquanto o interrogatório se desenrolava, exatamente como Jesus havia previsto.
Na manhã seguinte, uma multidão seguiu com Jesus preso até o governador romano Pôncio Pilatos e o acusaram de subversão contra o Império Romano, de se opor aos impostos pagos ao César e de autodenominar “rei” (Lucas 23:1-2). Pilatos autorizou os líderes judeus a julgarem Jesus de acordo com seus próprios costumes e passar-lhe a sentença, mas foi lembrado pelos líderes judeus que os romanos não lhes permitiam executar sentenças de morte (João 18:31).
Pilatos interrogou Jesus e afirmou para a multidão que não via fundamentos para uma pena de morte. Quando ele soube que Jesus era da Galileia, Pilatos delegou o caso para o tetrarca da região, Herodes Antipas, que, como Jesus, estava em Jerusalém para a celebração da Páscoa judaica. Herodes também interrogou Jesus, mas não conseguiu nenhuma resposta e enviou-o de volta a Pilatos, que disse para a multidão que nem ele e nem Herodes viam motivo para condenar Jesus. Ele então se decidiu por chicoteá-lo e soltá-lo, mas os sacerdotes incitaram a multidão a pedir que Barrabás, que havia sido preso por assassinato durante uma revolta, fosse solto no lugar dele. Quando Pilatos perguntou então o que deveria fazer com Jesus, a resposta foi: “Crucifica-o!” (Marcos 15:6-14). A esposa de Pôncio Pilatos havia sonhado com Jesus naquele mesmo dia e alertou Pilatos para que ele não se envolvesse “na questão deste justo” (Mateus 27:19) e, perplexo, o governador ordenou que ele fosse chicoteado e humilhado. Os sumo-sacerdotes informaram então Pilatos de uma nova acusação e exigiram que ele fosse condenado à morte por “alegar ser o Filho de Deus”. Esta possibilidade atemorizou Pilatos, que voltou a interrogar Jesus para descobrir de onde ele havia vindo (João 19:1-9).
Voltando à multidão novamente, Pilatos declarou que Jesus era inocente e lavou suas mãos para mostrar que não queria ter parte alguma em sua condenação, mas mesmo assim entregou Jesus para que fosse crucificado para evitar uma rebelião (Mateus 27:24-26). Jesus carregou sua cruz até o local de sua execução (com a ajuda de Simão Cireneu), um lugar chamado “da Caveira” (Gólgota em hebraico e Calvário em latim). Lá foi crucificado entre dois ladrões (João 19:17-22).
Jesus agonizou na cruz por aproximadamente seis horas. Durante as últimas três, do meio-dia às três da tarde, uma escuridão cobriu “toda a terra” (Mateus 27:45, Marcos 15:13 e Lucas 23:44).
Quando Jesus morreu, houve um terremoto, túmulos se abriram e a cortina do Templo rasgou-se cima até embaixo. José de Arimateia, um membro do Sinédrio e seguidor de Jesus em segredo, foi até Pilatos e pediu o corpo de Jesus para que fosse sepultado (Lucas 23:50-52). Outro seguidor de Jesus em segredo e também membro do Sinédrio, Nicodemos, foi com José de Arimateia para ajudar a retirar o corpo da cruz (João 19:39-40). Porém, Pilatos pediu que o centurião que estava de guarda confirmasse que Jesus estava morto (Marcos 15:44) e um soldado furou o flanco de Jesus com uma lança, o que provocou um fluxo de sangue e água do ferimento (João 19:34).
José de Arimateia então levou o corpo de Jesus, envolveu-o numa mortalha de linho e o colocou em um túmulo novo que havia sido escavado num rochedo (Mateus 27:59-60) que ficava num jardim perto do local da crucificação. Nicodemos trouxe mirra e aloé e ungiu o corpo de Jesus, como era o costume dos judeus (João 19:39-40). Para selar o túmulo, uma grande rocha foi rolada em frente à entrada (Mateus 27:60) e todos voltaram para casa para iniciar o repouso obrigatório do sabá, que começou ao pôr-do-sol (Lucas 23:54-56).

Fontes:

Daily Parier, a resource of Forward Movement & Forward Day by Day. Disponível em:
https://prayer.forwardmovement.org/forward_day_by_day.php?d=19&m=4&y=2019

The companion to the Book of common worship / Peter C. Bower, editor.— 1st ed. USA: Geneva Press & Office of Theology and Worship Presbyterian Church (U.S.A.), p. 466.

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