Christ of Saint John of the Cross - Salvador Dalí (1904-1989)
Sexta-feira da Semana
Santa
João 19: 1-3: "Então Pilatos tomou
Jesus e mandou açoitá-lo. E os soldados teceram uma coroa de espinhos e a
puseram na cabeça, e vestiram-no com um manto de púrpura. Eles continuaram
vindo até ele, dizendo: 'Salve, rei dos judeus!' E golpeando-o no
rosto".
Textos bíblicos para hoje: Salmo 22 | Isaías
52:13—53:12 | Hebreus 10:16-25 ou Hebreus 4:14-16, 5:7-9 | João 18:1—19:42
Quando a sexta-feira santa se
aproxima e nos lembramos dos sons dos cravos e das sombras do Gólgota, devemos
também lembrar quem somos como membros amados do corpo de Cristo. Espero que
este dia nos faça lembrar Aquele que nos amou o suficiente para sofrer e morrer
por nós.
Há uma bondade profunda na
Sexta-feira Santa porque nos recorda a grandeza e a maravilha do amor altruísta
de Deus. É na sexta-feira santa que me lembro de minhas deficiências, más
escolhas e erros. E lembro-me de meu Salvador que me ama o suficiente para
garantir que meus erros não me sobrecarreguem para sempre. O que há de bom na
sexta-feira santa? Graça, redenção, sacrifício e amor.
MUDANDO PARA FRENTE: invista pelo
menos trinta minutos em silêncio hoje.
A Sexta-feira Santa é um dia penitencial,
mas também é uma celebração das boas novas da cruz. Portanto, retenha o
paradoxo do dia na forma, no humor e nos textos bíblicos. A Sexta-feira Santa é
um dia em que se permitem inúmeros momentos contemplativos e permite que o
poder do silêncio fale por si.
Nenhuma cor, flores, velas ou
materiais decorativos são apropriados na sexta-feira santa, exceto, talvez, “representações
do caminho da cruz”.
A narrativa da paixão de acordo
com João é lida na Sexta-Feira Santa, porque no coração da narrativa da paixão
de João está a boa nova da cruz – a vitória da cruz. Assim, a ênfase de João na
crucificação e na glória corresponde à tensão e ambiguidade do dia.
De acordo com
os relatos nos evangelhos, os guardas do templo, guiados pelo apóstolo Judas
Iscariotes, prenderam Jesus no Getsêmani. Depois de beijar Jesus, o sinal
combinado com os guardas para demonstrar que era o líder do grupo, Judas
recebeu trinta moedas de prata (Mateus 26:14-16) como recompensa. Depois da
prisão, Jesus foi levado à casa de Anás, o sogro do sumo-sacerdote dos judeus,
Caifás. Sem revelar nada durante seu interrogatório, Jesus foi enviado para
Caifás, que tinha consigo o Sinédrio reunido (João 18:1-24).
Muitas
testemunhas apareceram para acusar Jesus, mas seus relatos conflitavam entre si
e Jesus manteve-se em silêncio. Finalmente, o sumo-sacerdote desafiou Jesus
dizendo: “Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho
de Deus.” (Mateus 26:63) A resposta de Jesus foi: “Tu o disseste; contudo vos
declaro que vereis mais tarde o Filho do homem sentado à direita do
Todo-poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.” (Mateus 26:64) Por conta disto,
Caifás condenou Jesus por blasfêmia e o Sinédrio concordou em sentenciá-lo à
morte (Mateus 26:57-66). Pedro, que esperava no pátio, negou Jesus por três
vezes enquanto o interrogatório se desenrolava, exatamente como Jesus havia
previsto.
Na manhã
seguinte, uma multidão seguiu com Jesus preso até o governador romano Pôncio
Pilatos e o acusaram de subversão contra o Império Romano, de se opor aos
impostos pagos ao César e de autodenominar “rei” (Lucas 23:1-2). Pilatos
autorizou os líderes judeus a julgarem Jesus de acordo com seus próprios
costumes e passar-lhe a sentença, mas foi lembrado pelos líderes judeus que os
romanos não lhes permitiam executar sentenças de morte (João 18:31).
Pilatos
interrogou Jesus e afirmou para a multidão que não via fundamentos para uma
pena de morte. Quando ele soube que Jesus era da Galileia, Pilatos delegou o
caso para o tetrarca da região, Herodes Antipas, que, como Jesus, estava em
Jerusalém para a celebração da Páscoa judaica. Herodes também interrogou Jesus,
mas não conseguiu nenhuma resposta e enviou-o de volta a Pilatos, que disse
para a multidão que nem ele e nem Herodes viam motivo para condenar Jesus. Ele
então se decidiu por chicoteá-lo e soltá-lo, mas os sacerdotes incitaram a
multidão a pedir que Barrabás, que havia sido preso por assassinato durante uma
revolta, fosse solto no lugar dele. Quando Pilatos perguntou então o que
deveria fazer com Jesus, a resposta foi: “Crucifica-o!” (Marcos 15:6-14). A
esposa de Pôncio Pilatos havia sonhado com Jesus naquele mesmo dia e alertou
Pilatos para que ele não se envolvesse “na questão deste justo” (Mateus 27:19)
e, perplexo, o governador ordenou que ele fosse chicoteado e humilhado. Os
sumo-sacerdotes informaram então Pilatos de uma nova acusação e exigiram que
ele fosse condenado à morte por “alegar ser o Filho de Deus”. Esta
possibilidade atemorizou Pilatos, que voltou a interrogar Jesus para descobrir
de onde ele havia vindo (João 19:1-9).
Voltando à
multidão novamente, Pilatos declarou que Jesus era inocente e lavou suas mãos
para mostrar que não queria ter parte alguma em sua condenação, mas mesmo assim
entregou Jesus para que fosse crucificado para evitar uma rebelião (Mateus
27:24-26). Jesus carregou sua cruz até o local de sua execução (com a ajuda de
Simão Cireneu), um lugar chamado “da Caveira” (Gólgota em hebraico e Calvário
em latim). Lá foi crucificado entre dois ladrões (João 19:17-22).
Jesus agonizou
na cruz por aproximadamente seis horas. Durante as últimas três, do meio-dia às
três da tarde, uma escuridão cobriu “toda a terra” (Mateus 27:45, Marcos 15:13
e Lucas 23:44).
Quando Jesus
morreu, houve um terremoto, túmulos se abriram e a cortina do Templo rasgou-se
cima até embaixo. José de Arimateia, um membro do Sinédrio e seguidor de Jesus
em segredo, foi até Pilatos e pediu o corpo de Jesus para que fosse sepultado
(Lucas 23:50-52). Outro seguidor de Jesus em segredo e também membro do
Sinédrio, Nicodemos, foi com José de Arimateia para ajudar a retirar o corpo da
cruz (João 19:39-40). Porém, Pilatos pediu que o centurião que estava de guarda
confirmasse que Jesus estava morto (Marcos 15:44) e um soldado furou o flanco
de Jesus com uma lança, o que provocou um fluxo de sangue e água do ferimento
(João 19:34).
José de
Arimateia então levou o corpo de Jesus, envolveu-o numa mortalha de linho e o
colocou em um túmulo novo que havia sido escavado num rochedo (Mateus 27:59-60)
que ficava num jardim perto do local da crucificação. Nicodemos trouxe mirra e
aloé e ungiu o corpo de Jesus, como era o costume dos judeus (João 19:39-40).
Para selar o túmulo, uma grande rocha foi rolada em frente à entrada (Mateus
27:60) e todos voltaram para casa para iniciar o repouso obrigatório do sabá,
que começou ao pôr-do-sol (Lucas 23:54-56).
Fontes:
Daily Parier, a
resource of Forward Movement & Forward Day by Day. Disponível em:
https://prayer.forwardmovement.org/forward_day_by_day.php?d=19&m=4&y=2019
The companion to the
Book of common worship / Peter C. Bower, editor.— 1st ed. USA: Geneva Press & Office of
Theology and Worship Presbyterian Church (U.S.A.), p. 466.
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