Ingresso a Gerusalemme, Cappella degli Scrovegni a Padova, Italia Giotto di Bondone (1267-1337) |
No fim da Quaresma, iniciamos o Domingo de Ramos (Mt 21.1-11; Mc 11.1-11; Lc 19. 28-49; e, Jo 12.12-19). É a Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém. A ida de Jesus a Jerusalém já havia sido predita conforme o registro de Lucas 9. 51-56, quando os Samaritanos não o receberam em sua aldeia. Jesus, e os Discípulos que o acompanhavam seguiram para outra aldeia e pelo caminho o Mestre ia dando ensinos importantes para eles, quando fossem deixados a prosseguir como líderes cristãos, sem a presença de Jesus. Essa foi a última viagem de Jesus a Jerusalém (Lc. 9. 51-56). Jesus desviou o caminho por uma vila samaritana hostil. Assim, em vez de passar por Samaria, ele tomou um caminho aparentemente mais longo, por Citópolis, atravessando para o lado leste do Rio Jordão, indo para o sul. Atravessando novamente o Rio Jordão próximo a Jericó, subindo pela montanha até Betânia, chegando a Jerusalém.
Jesus, após deixar a aldeia dos samaritanos, da qual foi-lhe rejeitada a entrada, chegou a uma aldeia, Betfagé, perto de Betânia, junto ao Monte das Oliveiras, cerca de 3km de Jerusalém. Ali fala aos seus Discípulos e pede que dois deles se dirijam a uma aldeia fronteira de Jerusalém. Lá eles encontrariam um jumentinho preso e que jamais havia sido montado e por esse motivo tinha um motivo sagrado (Nm 19. 2 e I Sm 6. 7). Os donos do jumentinho não se opuseram a dar-lhe ao Senhor. De posse do animal jogaram as suas vestes sobre ele, o que serviu de sela, ajudaram Jesus a montar no animal e assim Ele desceu o pelo Monte das Oliveiras rumo a Jerusalém, onde entrou. O povo ao vê-lo, estendia suas capas e vestes no chão formando um tapete outros cortavam ramos de árvores e jogavam, “...a multidão dos discípulos passou, jubilosa, a louvar a Deus em alta voz, por todos os milagres que tinham visto, dizendo: Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas!" (Lc 19. 37 e 38).
Com a Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém, cumpriu-se a profecia de Zacarias 9.9: “Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis aí te vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta”. Tal entrada é a declaração pública da messianidade, entretanto uma messianidade distinta, porque um Rei entraria montado num cavalo, animal mais nobre, de um conquistador. Já um homem montado no jumentinho, representava um homem de paz, mesmo o povo declarando “...Bendito é o Rei...” (Lc. 19. 38), esse povo não viu a ênfase demonstrada por Jesus, mas parece ter reconhecido a sua realeza. Diante dessa cena, os fariseus (grupo de judeus que rendeu-lhes a fama de hipócritas que apenas manipulavam as leis para seu interesse, sendo-lhe atribuído um grupo de religiosos aparentes) pediram que Jesus repreendesse os Discípulos, mas a resposta de Jesus foi bem enérgica: “Asseguro-vos que, se eles se calarem, as próprias pedras clamarão.” (Lc. 19. 40). Os fariseus não queriam que nada provocasse a reação dos Romanos, já que a Judéia era província de Roma. Jerusalém fazia parte da Judéia e seu Rei era Herodes I, ou Herodes, o Grande (73 a.C. – 4 d.C.), que apesar de ser judeu-helenista, teve garantida a sua realeza na Judéia pelo Cônsul romano Marco Antonio (83 a.C. – 30 a.C.). O Imperador Romano Augusto César, ou Otaviano, (63 a.C.- 14 d.C.) manteve Herodes no poder na Judéia.
O Domingo de Ramos marca a ruptura de Jesus com os chefes dos judeus. Anuncia-se e proclama-se a realeza de Jesus, que vem com um projeto de Justiça, Amor e Paz. Os ramos significam a vitória de Jesus sobre a morte.
Diác. Nelson de Paula Pereira +
Igreja Presbiteriana do Brasil
Um comentário:
Belo testo. Deus continue te abençoando sempre. Grade abraço meu irmão.
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